Engenheiro morto por vizinho ao soltar rojão celebrava melhora da mãe com câncer

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O engenheiro de produção Francisco Nicolás Lopes Filho, de 38 anos, foi morto por um vizinho após ter soltado fogos de artifício para celebrar a melhora do estado de saúde da mãe, que tem câncer de mama. O crime, que ocorreu na noite de segunda-feira, 2, chocou a Vila Balnearia, bairro com sítios e chácaras em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Depois de autuado em flagrante, o aposentado Mário D'Amore Júnior, de 74 anos, teve a prisão preventiva decretada por suspeita do disparo que atingiu o ouvido esquerdo da vítima. Aos policiais, ele negou o crime, mas admitiu a posse de uma "arma de chumbinho". O armamento, de 4.5mm, cano longo, foi localizado na sala da residência do suspeito. Testemunhas afirmam que Mário reclamou que o barulho dos rojões assustava os cavalos. O caso foi registrado como homicídio no 3º DP de São Bernardo do Campo. O Estadão tentou contato com a defesa, mas não teve retorno.

O crime interrompeu um momento de felicidade da família de Francisco, conhecido como Hipa. Sua mãe, Vilma Oliveira, de 75 anos, teve uma melhora significativa após o tratamento quimioterápico para um câncer no seio, pulmão e rim. Na chácara de 6 mil metros quadrados, Francisco, sua irmã, a professora de Equitação Juliana Nicolás Lopes, e sua sobrinha de 9 anos se reuniram com o amigo Rodrigo Silva, que também tem um familiar com câncer. Depois do jantar, eles iam soltar rojões para celebrar que tinham chegado "todos vivos ao ano novo", como conta a irmã.

"Minha mãe mal conseguia levantar da cama e saiu da quimioterapia para outros remédios. Foi uma melhora absurda e até saiu da cama. A mãe do meu amigo está com câncer também, mas avançado. A gente só queria brincar com as crianças com o ano vencido", afirma Juliana, de 36 anos.

De acordo com o relato de Juliana, o vizinho entrou armado pelo portão por volta das 20h. Diante da discussão, ela gravou a ação pelo celular. Nas imagens, é possível ver a aproximação de um homem com uma arma longa. Ele diz que tem animais e que é proibido soltar fogos. As pessoas pedem calma, avisam que vão parar, mas a criança grita e pede socorro. O homem manda todos se deitarem no chão. De acordo com os familiares da vítima, os disparos ocorreram nesse instante. A filmagem é interrompida. "Ele reclamou que os cavalos dele estavam assustados. Ele mirou em mim, mirou na minha filha de 9 anos. Depois mandou todo mundo deitar, partiu para cima do meu irmão e atirou na cabeça dele", contou.

Todo o episódio dura cerca de 40 segundos. Após atirar no engenheiro, o suspeito voltou para casa, onde foi preso pelos policiais do 3º DP de São Bernardo do Campo. Francisco foi socorrido pela família para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Riacho Grande, no mesmo município, mas faleceu.

Casamento na Alemanha

De acordo com os familiares, essa não foi a primeira desavença entre os vizinhos. "Ele sempre foi de ameaçar todo mundo, brigando, dizendo que tem parentes policiais. Eu comecei a filmar só para ter uma prova do comportamento dele, mas nunca imaginei que ele fosse fazer isso", diz Juliana.

O crime brutal interrompeu o principal projeto de Francisco: a mudança para a Alemanha para se casar com a cantora lírica Jessica Leão. Depois de 11 anos de relacionamento, ele decidiram viver na Europa. Ela já mora em Berlim e Francisco estava encerrando as atividades de sua construtora para viajar definitivamente. A noiva não conseguiu chegar a tempo para o sepultamento.

Nas redes sociais, Francisco foi descrito pelos amigos como "boa gente". Era ela quem cuidava mais diretamente da mãe. "Um menino calmo, respeitador, boa gente mesmo. Cheio de planos, responsável e trabalhador", diz uma das mensagens.

Legislação contra os fogos de artifício com estampido

Em algumas cidades brasileiras, diversas leis foram aprovadas proibindo fogos de artifício com estampido ou estouro para diminuir o impacto não só em animais, mas também em pessoas autistas, idosos, recém-nascidos e outros grupos afetados pelo alto barulho. Em São Paulo, o então governador João Doria sancionou em julho do ano passado a Lei 17.389/2021, que proíbe a queima, soltura, comercialização, armazenamento e transporte de fogos de artifício e de artefato pirotécnico de estampido no estado de São Paulo.

Está em análise no Senado projeto semelhante, que prevê a proibição, em todo o território nacional, do uso e comercialização de fogos de artifício que produzem barulhos a partir da explosão de pólvora. A hipersensibilidade nos sentidos dos animais, principalmente a audição, faz com que o barulho inesperado e acima de 60 decibéis cause estresse físico e psicológico, segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). Os fogos de artifício com som podem alcançar de 150 decibéis a 174 decibéis.

O que diz a Secretaria de Segurança Pública

Em nota ao Estadão, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou a prisão do suspeito. "O autor do crime, de 74 anos, foi preso em flagrante em sua residência, na noite de segunda-feira, 2, e encaminhado à audiência de custódia no dia seguinte, 3, onde o Poder Judiciário decretou a prisão preventiva dele.

A arma de chumbinho utilizada por ele foi apreendida e encaminhada à perícia. O caso foi registrado como homicídio no 3º DP de São Bernardo do Campo.

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O Último Azul, filme de Gabriel Mascaro (Divino Amor) que disputou o Urso de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Berlim de 2025, teve sua data de estreia divulgada em um teaser lançado nesta terça-feira, 6. Estrelado por Denise Weinberg e Rodrigo Santoro, o longa estreia nos cinemas brasileiros em 28 de agosto.

De acordo com a sinopse oficial, o filme se passa em um Brasil quase distópico em que cidadãos idosos são transferidos compulsoriamente para uma colônia habitacional para que "desfrutem" de seus últimos anos de vida. Antes de seu exílio forçado, Tereza (Weinberg), uma mulher de 77 anos, embarca em uma viagem pelos rios e afluentes da Amazônia em busca de realizar seu último desejo.

Embora não tenha vencido o Urso de Ouro em Berlim, O Último Azul conquistou o Grande Prêmio do Júri no festival, também conhecido como "Urso de Prata". O Festival aconteceu em fevereiro deste ano, com o norueguês Dreams (Sex Love) vencendo o principal prêmio do evento.

Além de dirigir, Mascaro também assina o roteiro ao lado de Tibério Azul (Som Brasil). Murilo Hauser e Heitor Lorega, ambos de Ainda Estou Aqui, serviram como consultores do script.

O elenco de O Último Azul conta ainda com Adanilo (Oeste Outra Vez) e Miriam Socarrás (Violeta).

Confira o trailer aqui

Daniel Erthal usou suas redes sociais na segunda-feira, 5, para revelar que o seu carrinho de bebidas foi roubado no Rio de Janeiro.

Atualmente, o ex-galã de Malhação trabalha como empreendedor e é dono de um bar em Botafogo, na zona sul da capital. O veículo estava estacionado na calçada do local quando foi levado.

"Estamos vivendo tempos sombrios no que diz respeito à segurança no Rio. Ninguém aqui pode ter nada. Cheguei para trabalhar e não encontrei meu carrinho de bebidas. É a extensão do meu bar, faz parte do meu plano de negócio", lamentou.

Ele ainda disse que se sustenta com o carrinho há cerca de um ano e meio. "O meu único bem. Como eu estava sem garagem, ele ficou exposto por duas semanas, e agora não está mais."

No ano passado, Daniel Erthal havia viralizado com imagens em que aparece com o seu carrinho em frente à queima de fogos do reveillón em Copacabana, no Rio de Janeiro. Desde então, ele conseguiu abrir um bar em Botafogo, mas voltou a circular com o veículo durante o carnaval.

Conhecido do público por ter feito parte do elenco do folhetim teen em 2005, Erthal também gravou Belíssima, de 2006, e a versão brasileira de Rebelde, em 2011. Ele tem um perfil no Instagram apenas para divulgar seu trabalho como vendedor, e voltou a aparecer com o carrinho durante os blocos de rua, transitando para vender as bebidas entre os foliões.

Nos últimos anos, em meio à pressão estética da sociedade, Paolla Oliveira se tornou uma representante do chamado "corpo real" - embora não goste do termo, por acreditar que todos os corpos são reais. Em entrevista ao Roda Viva, nesta segunda-feira, 5, a atriz falou com franqueza sobre o tema e relembrou o período em que acreditava que as críticas ao seu corpo eram justificadas.

"As críticas ao meu corpo, para mim, eram completamente corretas. Passei muito tempo achando que eu que estava errada", declarou a atriz, ao pontuar como os comentários nas redes sociais influenciaram sua autopercepção. Segundo ela, o processo de entender e desconstruir essas imposições foi gradual.

A artista afirmou que, mesmo sem se identificar com o rótulo, acabou sendo vista como uma representante do tal "corpo real". O incômodo com perguntas recorrentes sobre emagrecimento para papéis específicos também a fez repensar sua posição. "Percebi que estavam me empurrando para um lugar que não me cabia", disse. "Mas eu achava ainda que a errada era eu."

Ao ganhar consciência dessa situação, Paolla conseguiu se libertar da cobrança e passou a enxergar a questão de outra forma. "Entendi que não era sobre mim. Era sobre um lugar para o qual a maioria das mulheres é empurrada, pra caber e servir", afirmou.

Por fim, a atriz destacou seu processo de amor-próprio e como isso influenciou sua percepção sobre outras mulheres: "Aprendi a me gostar e que a minha beleza é possível. Também aprendi a reparar em outras mulheres com outras belezas possíveis. O que eu luto hoje é basicamente pra existir e querer que as pessoas existam à minha volta."