Rio Negro, em Manaus, atinge nível mais baixo da história; seca deixa cidades isoladas

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O Rio Negro atingiu nesta segunda-feira, 16, o mais baixo nível já registrado em Manaus, a capital do Amazonas. O índice medido às 5h40 apontou cota de 13,59 metros, superando em quatro centímetros a maior seca histórica anterior, registrada em 2010, de 13,63 metros. Em um dia, o Negro, que forma com o Solimões o Rio Amazonas, baixou mais de dez centímetros, reduzindo a vazão em um ritmo sem precedentes. Desde sábado, 14, a redução foi de 32 centímetros.

Os números indicam que a queda do nível, além de maior, acontece de forma mais rápida. As medidas do fim de semana foram menos de 13 cm no sábado, menos 9 cm no domingo e menos 10 cm nesta segunda. No último dia 10, o Rio Negro tinha cota de 14,29 m, indicando baixa de 70 centímetros em seis dias.

A seca extrema é a pior em mais de um século, desde quando o nível do grande rio amazônico começou a ser monitorado. Até hoje, as piores secas do Rio Negro tinham acontecido em 2010 (13,63m), 1963 (13,64m) e 1906 (14,20m). A previsão é de que o rio continue baixando pelos próximos dez dias, já que a estiagem amazônica se prolonga até os últimos dias de outubro.

A seca histórica acontece dois anos após o Rio Negro ter registrado a sua maior cheia, em 2021, quando a marca de 30,02 metros foi atingida em Manaus. Quatro municípios localizados na calha do rio - São Gabriel da Cachoeira, Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e a capital, Manaus - estão em situação de emergência.

Novo Airão está em situação de alerta. Os maiores problemas são causados pelo secamento de rios e afluentes, deixando comunidades isoladas e sem água potável.

Com a descida das águas, as margens do Rio Negro e os igarapés acumulam toneladas de lixo doméstico, como garrafas PET e sacos plásticos, além de detritos e peixes mortos. Uma dessas áreas está na Manaus Moderna, zona sul da capital. A Praia da Ponte Negra foi invadida por banhistas neste domingo, mesmo estando interditada para banhos devido à vazante extrema. A Guarda Municipal precisou retirar os banhistas.

A baixa drástica do Negro afetou também os afluentes, deixando comunidades isoladas em 38 municípios. O acesso fluvial ficou inviável, pois os cursos d'água viraram estradas de areia. Alguns municípios, como Rio Preto da Eva, racionam água. As balsas que transportam veículos de cargas deixaram de operar. Nesta segunda, o governo do Amazonas fez acordo com empresas de táxi aéreo para garantir o abastecimento de produtos essenciais em locais mais críticos por via aérea.

Estiagem potencializa queimadas

A estiagem potencializa outros problemas no Amazonas, como os incêndios florestais. Em todo o Estado, segundo boletim divulgado na tarde deste domingo, 15, já são 50 municípios em emergência e 10 em alerta. Ao menos 112 mil famílias - um total de 451 mil pessoas - já foram afetadas pela seca de rios ou por grandes queimadas. Desde 1º de janeiro, até o último dia 13, foram registrados 17,6 mil focos de incêndios no estado. Neste domingo, 16, mais 99 brigadistas chegaram a Manaus para reforçar o combate aos incêndios.

Governo anuncia verba

O governo federal anunciou nesta segunda-feira, 16, a liberação de R$ 324,3 milhões para ações de saúde, defesa civil e moradia aos afetados pela seca no Estado do Amazonas. O Ministério da Saúde destinará R$ 224,3 milhões para as prefeituras, dos quais R$ 102,3 milhões terão liberação imediata. Os outros R$ 122 milhões serão liberados em parcelas. O anúncio foi feito pela ministra Nísia Trindade, que visitou Manaus nesta segunda.

Os outros R$ 100 milhões serão destinados aos municípios afetados pela seca que possuem comunidades em áreas de risco. De acordo com a Associação Amazonense de Municípios (AAM), os recursos vão custear o aluguel de seis mil moradias para abrigar as famílias que ficaram isoladas ou tiveram perderam as casas em incêndios.

Nesta segunda, voltou a chover em Manaus, melhorando a qualidade do ar de péssima para moderada, segundo o AppSelva, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Conforme o aplicativo que monitora queimadas e qualidade do ar, em quatro horas, choveu cerca de 31,2 milímetros na capital do Amazonas, contribuindo para diluir a fumaça e melhorar a qualidade do ar. No sábado, já havia chovido 34,2 milímetros em Manaus. Apesar da melhora no ar, os índices ainda são insuficientes para alterar o nível dos rios amazônicos. (COLABOROU GIOVANNA MARINHO)

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O principal representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, viajará para Genebra, na Suíça, ainda esta semana, onde terá encontro com seu homólogo da China para discutir questões comerciais, informou o escritório de Representação do Comércio americano (USTR, na sigla em inglês) nesta terça-feira. O comunicado não citou o nome da autoridade chinesa que participará da reunião.

Greer também se reunirá com a missão da Representação Comercial dos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC). A viagem prevê ainda encontro com a presidente da Suíça, Karin Ketter-Sutter, para discutir negociações sobre comércio recíproco.

"Sob a orientação do Presidente Trump, estou negociando com os países para reequilibrar nossas relações comerciais, a fim de alcançar reciprocidade, abrir novos mercados e proteger a segurança econômica e nacional dos Estados Unidos", disse Greer no comunicado.

"Espero ter reuniões produtivas com alguns dos meus colegas", pontuou.

High in the Clouds, livro infantil de Paul McCartney publicado em 2005, será adaptado em animação com elenco de voz composto por nomes famosos. Os personagens principais serão dublados por Celine Dion, Himesh Patel (protagonista do longa Yesterday) e Hannah Waddingham. A informação é da revista Variety, que também cravou participação do ex-Beatle Ringo Starr no filme.

Idris Elba, Lionel Richie, Jimmy Fallon, Clémence Poésy, Pom Klementieff e Alain Chabat também estão entre os que emprestarão suas vozes à trama de McCartney. O livro foi escrito pelo astro junto do britânico Philip Ardagh, e ilustrado por Geoff Dunbar.

A animação será dirigida por Toby Genkel, de Epa! Cadê o Noé? e O Fabuloso Maurício. O roteiro é de Jon Crocker, de Paddington 2, e o design de produção é de Patrick Hanenberger, de A Origem dos Guardiões.

Ainda segundo a Variety, o filme contará com composições originais de McCartney e trilha sonora de Michael Giacchino, ganhador do Oscar por Up: Altas Aventuras.

A Warner oficializou nesta terça-feira, 6, a sequência de Da Magia à Sedução, clássico cult de 1998 estrelado por Sandra Bullock e Nicole Kidman. O estúdio confirmou o retorno de ambas as atrizes. Akiva Goldsman, um dos roteiristas do filme original, escreve a sequência, que terá direção de Susanne Bier (O Casal Perfeito).

Inspirado no livro de Alice Hoffman, Da Magia à Sedução acompanha Sally e Gillian Owens, duas irmãs bruxas criadas em uma pequena cidade de Massachusetts que tentam quebrar uma maldição ancestral que as impede de encontrar um amor. Além de Bullock e Kidman, o elenco contava ainda com Dianne Wiest, Stockard Channing e Evan Rachel Wood.

Em seu lançamento original em 1998, Da Magia à Sedução não teve sucesso, arrecadando apenas US$ 68,3 milhões nas bilheterias mundiais, valor bem abaixo de seu orçamento, estimado em US$ 75 milhões. Além disso, o filme foi mal recebido pela crítica especializada da época. A produção, no entanto, ganhou status cult após seu lançamento em home video e, mas recentemente, sua chegada ao streaming.

O novo filme adaptará O Livro da Magia, capítulo final da saga de fantasia de Hoffman lançado em 2021. A história mostrará a família Owens voltando para a Europa, onde sua ancestral conjurou a maldição que as afeta há séculos, descobrindo segredos e testando os limites de seus poderes.

A sequência de Da Magia à Sedução estreia em 18 de setembro de 2026 nos Estados Unidos. O filme original está disponível para streaming na Max.