Cobertura vacinal volta aos anos 1980

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Apesar de menos atingidas pela covid-19, as crianças ficaram mais suscetíveis a outras doenças que podem ser evitadas com vacinas disponíveis há décadas no Brasil. A cobertura de vacinação contra infecções como tuberculose e sarampo, que já vinha em queda, despencou ainda mais durante a pandemia. As taxas voltaram aos níveis da década de 1980 e especialistas alertam para o risco de ressurgimento de doenças graves.

Dados sobre a cobertura vacinal no Brasil foram apresentados ontem pela assessora técnica da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde Antônia Teixeira, durante evento realizado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim). Fake news e até o desconhecimento sobre as vacinas pelos profissionais da saúde são apontados como causas da queda na cobertura. A pandemia travou ainda mais a vacinação.

Entre o início da década de 1980 e o fim dos anos 1990, houve tendência de aumento na cobertura vacinal no Brasil, com estabilidade em patamares elevados nos anos 2000. A partir de 2015, verificou-se a redução na cobertura. "Observamos uma queda progressiva e bem acentuada, onde o último período, de 2019 a 2021, retorna aos níveis de cobertura vacinal do primeiro período, de 1980 a 1982", afirmou Antônia.

Em relação ao ano de 2019, houve redução na cobertura de todas as vacinas no ano passado, com exceção da pentavalente (contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e a bactéria haemophilus influenza tipo b). Para a poliomielite, doença grave que causa paralisia, por exemplo, a cobertura chegava a 98% em 2015, mas caiu para 76% em 2020. Em relação a 2019, a redução foi de oito pontos porcentuais, conforme dados do Ministério da Saúde.

Também houve queda na cobertura da hepatite B. A taxa chegava a 79% em 2019 e, no ano passado, ficou em 63,4%. A aplicação da vacina BCG, contra a tuberculose, alcançava 3 milhões de doses em 2015 enquanto que no ano passado foram aplicadas apenas 2,1 milhões. Os dados estão sujeitos a alterações, mas evidenciam a necessidade de traçar estratégias para alcançar as crianças.

No ano passado, a porcentagem de municípios com cobertura adequada em crianças menores de um ano de idade ficou abaixo de 50% para sete vacinas. Só 38% dos municípios têm vacinação adequada contra a pólio, por exemplo - menor porcentual pelo menos desde 2015. É considerado adequado o porcentual acima de 90% para rotavírus e BCG e superior a 95% para os demais imunizantes.

O desafio é maior na Região Norte. A segunda dose da tríplice viral, por exemplo, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, alcançou menos de 50% de cobertura em todos os Estados do Norte neste ano. O resultado da taxa baixa é o reaparecimento do sarampo, que já era considerado erradicado.

Em 2019, foram 20,9 mil casos confirmados de sarampo. Neste ano, há casos nos Estados de Pará, Amapá, Ceará, Rio, São Paulo e Alagoas. Durante a pandemia, houve queda na incidência do sarampo e de outras doenças de transmissão respiratória - apesar da redução na cobertura pelas vacinas -, o que tem relação com isolamento social e uso de máscaras.

Pesquisadores temem, porém, que as doenças voltem a aparecer com o retorno das interações sociais e a baixa vacinação. "Estamos brincando com o fogo", disse o professor de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará Robério Dias Leite, durante o evento da Sbim.

Atuação

Segundo especialistas, a queda nas coberturas não foi causada pela pandemia, mas agravada por ela. Entre os fatores estão o medo de buscar a vacina e contrair a covid, além da desarticulação da atenção nos postos. Nas fases mais agudas da pandemia, até Unidades Básicas de Saúde foram usadas para atender pacientes.

O reaparecimento dessas doenças se torna um problema ainda maior uma vez que parte dos profissionais de saúde não está capacitada para tratar essas infecções - porque nunca viu casos do tipo. Também não é pequeno o número de médicos que não prescrevem as vacinas - o que demanda melhoria na formação. "Infelizmente o que temos observado é que não só os políticos são anticiência. Nossos colegas também. Temos de ser o exemplo e tentar convencê-los", disse Juarez Cunha, presidente da Sbim.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que, mesmo na pandemia, a imunização é mantida e a orientação é para que a população procure os postos. A pasta orienta, ainda, que gestores municipais façam parcerias locais para descentralizar o máximo possível a vacinação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

Marcelo Caetano, diretor do filme Baby, fará parte o júri da Queer Palm no Festival de Cannes 2025. Dedicado ao cinema LGBTQIA+, trata-se de um prêmio paralelo do evento francês e contempla produções de todas as mostras do festival há 15 anos.

No ano passado, Caetano disputou a Queer Palm por Baby com outros seis títulos. O vencedor foi o longa-metragem Três Quilômetros até o Fim do Mundo, do romeno Emanuel Pârvu.

Segundo longa-metragem do cineasta mineiro, Baby fez sua estreia no circuito internacional na Semana da Crítica, importante mostra paralela organizada pela União Francesa de Críticos de Cinema. A trama acompanha a relação entre Wellington (João Pedro Mariano), rapaz sem rumo que acaba de sair de um centro de detenção e foi abandonado pelos pais, e Ronaldo (Ricardo Teodoro), um homem mais velho que trabalha como garoto de programa e toma o jovem como seu protegido nas ruas de São Paulo.

O longa conquistou notoriedade e rendeu ao ator brasileiro Ricardo Teodoro o prêmio de Melhor Ator Revelação (Rising Star Award) na Semana da Crítica.

"Quando a gente é jurado, nos damos conta de como é difícil escolher apenas um filme entre uma produção tão vibrante e diversa. Ao mesmo tempo, é uma responsabilidade imensa, pois toda escolha de um júri é também um manifesto. Nesse caso, é comunicar nosso desejo para os rumos do cinema queer", comenta Caetano em comunicado.

O Festival de Cannes acontece entre os dias 13 e 24 de maio. O vencedor da Queer Palm será anunciado no dia 23. O júri será presidido pelo cineasta francês Christophe Honoré e conta com Caetano, a jornalista Timé Zoppé, a compositora Leonie Pernet e a curadora Faridah Gbadamosi. A diretora paulista Juliana Rojas, então premiada em Berlim por Cidade; Campo, fez parte do júri no ano passado.

A nova versão de Como Treinar o Seu Dragão ganhou um novo trailer nesta terça-feira, 6. A prévia, que foi lançada para divulgar a chegada do live action em IMAX, foca na amizade do jovem viking Soluço (Mason Thames) e do dragão Banguela e em como o laço entre eles contrasta com a rivalidade mortal entre seus povos.

O trailer também traz cenas focadas no conflito entre vikings e dragões, cuja inimizade marca a vida daqueles que vivem na ilha de Berk. Liderados por Stoico (Gerard Butler, voltando ao papel que interpretou na trilogia animada), os humanos lutam constantemente com os titãs cuspidores de fogo, enquanto Soluço e Banguela aprendem a conviver em harmonia.

Escrito e dirigido por Dean DeBlois, que comandou as animações originais de Como Treinar o Seu Dragão, o live action conta ainda com Nico Parker (Bridget Jones: Louca Pelo Garoto) como Astrid, Julian Dennison (Godzilla vs. Kong) como Pernas-de-Peixe, Gabriel Howell (Corpos) como Melequento, Harry Trevaldwyn (The Acolyte) como Cabeçadura, Bronwyn James (Mickey 17) como Cabeçaquente e Nick Frost (Skeleton Crew) como Bocão.

Na última segunda-feira, 5, a Universal Pictures confirmou a vinda de Thames, Butler, Parker e DeBlois ao Brasil como parte da divulgação do filme. Os atores e o cineasta passarão por São Paulo entre os dias 24 e 28 de maio, encontrando imprensa e fãs.

Inspirada nos livros de Cressida Cowell, Como Treinar o Seu Dragão acompanha Soluço, um jovem viking que desafia as tradições de seu povo - e os desejos de seu pai, Stoico - ao fazer amizade com Banguela, o lendário dragão conhecido como Fúria da Noite. O título foi levado aos cinemas pela primeira vez em uma trilogia animada lançada entre 2010 e 2019.

Como Treinar o Seu Dragão estreia nos cinemas brasileiros em 12 de junho. Assista ao novo trailer aqui.

A Netflix divulgou na noite de segunda-feira, 5, o aguardado trailer do ato final de Round 6. A terceira e última temporada da série sul-coreana também já tem data de estreia marcada na plataforma: 27 de junho.

O trailer começa com Seong Gi-hun (Lee Jung-jae) sendo entregue ao jogo dentro de uma caixa. A nova temporada dará continuidade à trama, após a fracassada rebelião liderada por ele e a morte de Jung-bae (Lee Seo-hwan).

Na segunda temporada, que se passa três anos depois da primeira, Seong Gi-hun, ou Jogador 456, está de volta, com uma ideia fixa na cabeça: retornar ao jogo e destruí-lo por dentro.

Segundo dados da Netflix, a segunda temporada de Round 6 somou impressionantes 68 milhões de visualizações apenas na primeira semana, tornando-se a maior estreia da história da plataforma.

Confira aqui