'Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate' é uma fantasia musical

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O choque foi grande: o elenco de 38 atores estava com as cenas preparadas, os efeitos especiais (principalmente o mais aguardado, o voo do elevador de vidro) devidamente ensaiados, vários ingressos foram vendidos antecipadamente, mas a estreia de Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate, o Musical não aconteceu na data prevista, em março do ano passado - o acirramento da pandemia da covid levou ao fechamento de todas atividades culturais.

"Foi um baque profundo, mas o período isolado nos permitiu entender ainda mais o espetáculo", comenta a atriz Sara Sarres, uma das estrelas do musical, que estreia no dia 17 de setembro e em casa nova: o Teatro Renault - em 2020, seria no Teatro Alfa, mas o espaço está agora com a agenda comprometida e não foi possível.

A compreensão é, de fato, essencial em um espetáculo que, apesar da aparência infantojuvenil, traz muitas lições nas entrelinhas. Inspirado no livro de Roald Dahl publicado em 1964, o musical (produzido pelo Instituto Artium de Cultura) conta a história de Charlie Bucket, garoto pobre que encontra um dos cobiçados bilhetes dourados, passaporte para visitar a misteriosa fábrica do chocolateiro Willy Wonka, um homem há anos isolado em seus pensamentos e fantasias.

Sua intenção, ao liberar o passeio pela fábrica, é encontrar uma criança desprovida de defeitos e ambições e que será eleita seu sucessor. Mas no grupo do qual Charlie faz parte encontram-se meninos e meninas egoístas, gulosos, invejosos e desobedientes que, por isso, terminam punidos e desclassificados. Nenhum deles tem os atributos que Willy Wonka enxerga em si mesmo, quando ele próprio era uma criança.

"São valores universais que, nos dias de hoje, ganham ainda mais relevância", acredita o ator Cleto Baccic, que interpreta Wonka. "O espetáculo nos coloca diante de nossos limites e mostra que, apesar da mudança de conceitos, a responsabilidade pelos atos continua imprescindível."

"O texto mostra a consciência necessária que cada um precisa ter com seus atos", continua Rodrigo Miallaret, intérprete de Joe, o avô que acompanha Charlie na visita à fábrica. "Quando alguém quebra as regras, precisa saber que haverá consequências."

"É por isso que tudo o que acontece em cena tem um propósito", completa Sara, para quem o espetáculo ajudará especialmente os adultos a refletirem sobre seus valores. "Afinal, as crianças se tornam reflexos de seus pais, o que torna ainda mais importante um cuidado com os próprios atos."

"Além de mostrar os erros, o espetáculo também aponta para os caminhos certos, pois Wonka é uma espécie de líder moral", observa John Stefaniuk, canadense que está no Brasil para cuidar da direção geral do musical, que conta com 38 atores em cena, além de uma orquestra com 16 músicos. Ele tem experiência no gênero, com participação em importantes montagens como O Rei Leão e Billy Elliot, mas Charlie é seu primeiro trabalho como diretor - e Stefaniuk já deixará sua marca.

A começar pela construção de um Willy Wonka engraçado, irônico e repleto de emoções. "A versão da Broadway não me agrada por ser um tanto fria e a de Londres é muito espetacular - teremos aqui uma terceira opção."

Assim, ao mesmo tempo que não se esquece dos importantes valores morais pregados pelo texto, Stefaniuk aposta na diversão e no deslumbramento, sensações que a plateia compartilha com as crianças ao conhecer a fábrica de Wonka. E, para isso, montou um espetáculo que promete surpreender.

A começar pelos efeitos especiais - além da fonte de chocolate, do laboratório de miniaturização e da sala de esquilos, um momento esperado é o da menina que infla depois de comer algo proibido. E outro é o voo que Wonka e Charlie fazem em um elevador de vidro e que sobrevoa o palco, projeto criado pela empresa Fly by Foy.

Para simular com exatidão o desaparecimento das crianças, serão usados oito projetores de ponta, além de um gigantesco painel de LED. E impressionante também promete ser o cenário criado pelo veterano americano Michael Carnahan que, com 15 metros de altura, será o maior construído no Brasil.

Além de Wonka e das crianças, quem também chama atenção são os Oompa Loompa, pequenos seres que trabalham na fábrica - em cena, são bonecos criados pela designer alemã Bea Brandauer e que são manipulados pelos pés e mãos dos atores.

Os personagens infantis são interpretados por três crianças cada um, que se revezam a cada apresentação. "Adoro trabalhar com elas, pois são honestas em suas respostas e, mais importante, não têm ego inflado", observa Stefaniuk.

"Também a orquestração traz um toque brasileiro, com citação da obra de Ary Barroso", comenta o diretor musical Daniel Rocha, que elogia a melodia originalmente criada por Marc Shaiman. "Enquanto o primeiro ato é mais operístico, o segundo é mais cartunesco, com sons típicos de desenho animado."

SERVIÇO

CHARLIE E A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE, O MUSICAL

TEATRO RENAULT. AV. BRIGADEIRO LUÍS ANTÔNIO, 411. 6ª, 20H30. SÁB., 15H30 E 20H30. DOM., 14H30 E 19H30. R$ 50 / R$ 310. ESTREIA 17/9.

OBRIGATÓRIO APRESENTAR CARTEIRA DE VACINA

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O principal representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, viajará para Genebra, na Suíça, ainda esta semana, onde terá encontro com seu homólogo da China para discutir questões comerciais, informou o escritório de Representação do Comércio americano (USTR, na sigla em inglês) nesta terça-feira. O comunicado não citou o nome da autoridade chinesa que participará da reunião.

Greer também se reunirá com a missão da Representação Comercial dos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC). A viagem prevê ainda encontro com a presidente da Suíça, Karin Ketter-Sutter, para discutir negociações sobre comércio recíproco.

"Sob a orientação do Presidente Trump, estou negociando com os países para reequilibrar nossas relações comerciais, a fim de alcançar reciprocidade, abrir novos mercados e proteger a segurança econômica e nacional dos Estados Unidos", disse Greer no comunicado.

"Espero ter reuniões produtivas com alguns dos meus colegas", pontuou.

High in the Clouds, livro infantil de Paul McCartney publicado em 2005, será adaptado em animação com elenco de voz composto por nomes famosos. Os personagens principais serão dublados por Celine Dion, Himesh Patel (protagonista do longa Yesterday) e Hannah Waddingham. A informação é da revista Variety, que também cravou participação do ex-Beatle Ringo Starr no filme.

Idris Elba, Lionel Richie, Jimmy Fallon, Clémence Poésy, Pom Klementieff e Alain Chabat também estão entre os que emprestarão suas vozes à trama de McCartney. O livro foi escrito pelo astro junto do britânico Philip Ardagh, e ilustrado por Geoff Dunbar.

A animação será dirigida por Toby Genkel, de Epa! Cadê o Noé? e O Fabuloso Maurício. O roteiro é de Jon Crocker, de Paddington 2, e o design de produção é de Patrick Hanenberger, de A Origem dos Guardiões.

Ainda segundo a Variety, o filme contará com composições originais de McCartney e trilha sonora de Michael Giacchino, ganhador do Oscar por Up: Altas Aventuras.

A Warner oficializou nesta terça-feira, 6, a sequência de Da Magia à Sedução, clássico cult de 1998 estrelado por Sandra Bullock e Nicole Kidman. O estúdio confirmou o retorno de ambas as atrizes. Akiva Goldsman, um dos roteiristas do filme original, escreve a sequência, que terá direção de Susanne Bier (O Casal Perfeito).

Inspirado no livro de Alice Hoffman, Da Magia à Sedução acompanha Sally e Gillian Owens, duas irmãs bruxas criadas em uma pequena cidade de Massachusetts que tentam quebrar uma maldição ancestral que as impede de encontrar um amor. Além de Bullock e Kidman, o elenco contava ainda com Dianne Wiest, Stockard Channing e Evan Rachel Wood.

Em seu lançamento original em 1998, Da Magia à Sedução não teve sucesso, arrecadando apenas US$ 68,3 milhões nas bilheterias mundiais, valor bem abaixo de seu orçamento, estimado em US$ 75 milhões. Além disso, o filme foi mal recebido pela crítica especializada da época. A produção, no entanto, ganhou status cult após seu lançamento em home video e, mas recentemente, sua chegada ao streaming.

O novo filme adaptará O Livro da Magia, capítulo final da saga de fantasia de Hoffman lançado em 2021. A história mostrará a família Owens voltando para a Europa, onde sua ancestral conjurou a maldição que as afeta há séculos, descobrindo segredos e testando os limites de seus poderes.

A sequência de Da Magia à Sedução estreia em 18 de setembro de 2026 nos Estados Unidos. O filme original está disponível para streaming na Max.