'A gente só se eterniza na memória das pessoas', diz Rodrigo Lombardi

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Rodrigo Lombardi, 44 anos, se destacou na TV dando vida a personagens do bem, o mocinho da trama, como foi seu Raj, em Caminho das Índias. Até que decidiu encarar um trabalho que o levaria para o outro lado, do vilões, que não titubeiam para chegar ao seu propósito. E foi assim que ele entrou de cabeça na novela Verdades Secretas (2015), na pele de Alex, um empresário do ramo têxtil, que fará coisas inimagináveis para conquistar a modelo Angel (Camila Queiroz).

Com a trama situada nesse mundo da moda, mas mais do que isso, nos bastidores dele, o folhetim de Walcyr Carrasco, vencedor do Emmy, volta ao ar nesta terça, 24, na Globo, mas também está no Globoplay, e assim prepara o terreno para a chegada da nova temporada, em fase de gravação. Sobre a reprise de Verdades, sua trajetória artística e perdas como a de Tarcísio Meira, o ator conversou com o Estadão.

Como foi saber que viveria um personagem como Alex?

É uma história bem escrita, os personagens estão muito bem delineados. Cada um é o que é, isso são características de uma boa obra. Quando o Maurinho (diretor Mauro Mendonça Filho) me falou: "olha, você está vindo de uma série de heróis, não tenha medo de ser vilão e não tenha medo do ódio do público. Mergulhe de cabeça", respondi, vamos nessa, e assim foi.

Como foi sua preparação para viver esse personagem?

Nós nos preparamos com o (Sergio) Penna e ficamos dois meses, quase todos os dias, o dia inteiro, construindo o que seria aquela família com uma série de disfunções. Deu tempo de delinear bem as características de cada um.

E seu vilão conquistou o público, como analisa isso?

Para que um vilão aconteça, o público tem que se identificar com ele também, não é só com o herói, ou a história não fica crível. A partir do momento em que um personagem que te dá os motivos para ser um vilão, ele até revela um poder de sedução sobre a plateia. Talvez o maior exemplo disso recentemente seja o filme do Joker/ Coringa. Ele não é o vilão como o de desenhos animados, não, e o problema dele está aparente para que a gente o entenda e fale: "pelo amor de Deus, olha o que ele vai fazer", e ele vai lá e faz. Esse é um vilão que você entende a característica dele, sabe o que vai fazer e ele não tem medo e não vai titubear, ele vai lá e faz, até ser impedido pelo herói. É assim que se conta uma historinha. Eu acho que a gente fez isso de uma maneira que soube dividir bem com o público, tinha muita gente torcendo por aquele casal.

Como analisa o Alex?

No desenrolar da história, ele se apresenta como um homem solitário, que venceu na vida sozinho, construiu uma família de uma maneira torta e conseguiu chegar onde chegou de uma maneira bruta (não foram só alegrias) e passou por cima de muita gente. Ele foi quase um Ricardo III, que, aliás, foi em quem eu me baseei para montar parte desse personagem, parte dele. Então, ele, uma pessoa desse tipo, só poderia se relacionar com mulheres com certas características, e terá filhos, que serão tratados dessa maneira. Isso fica bem aparente para poder construir essa família disfuncional.

Alguma cena foi mais complicada ou marcante?

O grau de complexidade de uma cena simples é muito maior do que de uma complicada. Às vezes, uma cena de café da manhã é muito mais complicada de se fazer do que a morte de um personagem. Quando você tem de brigar, dar um tapa, já está tudo ali, você não precisa quase nem falar. Agora como é que você vai deixar claras as características dos personagens, que eram bem conflitantes, numa cena de café da manhã? Era complicado, demorava pra gente chegar no tom, para acertar no ensaio. Essas cenas com mais informações, no primeiro ensaio já estavam resolvidas. Essas mais simples, que carregam a maior parte da série, na verdade são as que vão montando a pirâmide para chegar no cume daquela situação. Essas são as cenas mais complicadas e mais delicadas.

Essa foi uma novela ousada?

A tendência de uma novela desse horário é sempre ser ousada - mas eu não diria ousada, eu diria necessária. Estava na hora de se fazer uma obra que tocasse num assunto do qual as pessoas conheciam, mas não conversavam à mesa - não era assunto, o que era quase já entendido pela sociedade. E a gente trouxe luz a esse problema e as pessoas começaram a pensar realmente sobre isso.

O Alex marcou sua carreira?

Ele tem um lugar muito especial, veio num momento importante do Rodrigo como pessoa e como ator, e veio com uma equipe que fez com que eu pudesse realizá-lo daquela maneira. Eu acho que pude dar o meu melhor ali, porque eu tinha diretores incríveis e um autor que escreveu muito bem a obra e a entregou para gente completa, o torna mais fácil para se trabalhar. Dali, tivemos gênios como a Drica (Moraes) e saíram gênios como Gabriel Leone, por exemplo.

Como eram os bastidores, era difícil o distanciamento?

A gente era muito alegre, mas invariavelmente, em alguns dias, a tensão era tanta que a carregávamos aquilo por um tempo. Era naqueles momentos que a gente entendia o silêncio das pessoas ou a reclusão de um ator, ou o meu mesmo. Muitas vezes, eu saía do estúdio e, antes de ir para casa, ficava descarregando a tensão por uma hora dentro do meu carro para não levar aquilo para a minha casa. Minha mulher não precisa, nem meu filho, dessa energia. Saber descarregar também é importante, tem pessoas que conseguem isso de uma maneira mais fácil - eu às vezes consigo, mas esse foi particularmente difícil em alguns momentos.

Como foi viver Guimarães Rosa na série Anjo de Hamburgo?

Acho que poder pesquisar sobre a vida dele, não sobre a obra, talvez tenha sido o maior presente que recebi dessa obra, porque muito pouco se sabe sobre Guimarães Rosa; então, fomos atrás de pessoas que o conheceram ou tiveram contato com ele no consulado. Fiquei com a essência desse homem e com o que entendi que era a proposta dele como pessoa. Mas os maneirismos, a prosódia, o corpo talvez não foram a minha proposta. Acho que é importante deixar isso claro, pois o que encontramos de vídeo dele é um material muito pequeno, muito pobre para se montar um personagem, chegar numa construção perfeita do que ele foi na realidade. Também estou no filme Grande Sertão: Veredas, talvez sua maior obra, direção de Guel Arraes e roteiro de Jorge Furtado.

Quem foi Tarcísio Meira para você?

Tarcísio era quase um adjetivo. As pessoas não falavam que um cara era bonito, falavam: nossa aquele cara é um Tarcísio Meira. Tarcísio foi um cara incrível e tive o prazer de conhecê-lo na minha primeira novela, Bang Bang. Depois, veio a contracenar comigo em Velho Chico. Só Tarcísio podia fazer o que ele fazia, só ele era capaz de fazer. A grandiloquência que ele tinha, altamente técnico e emocional, e emocionante. Tarcísio é uma escola e ele conseguiu algo que poucos conseguiram ou conseguirão, que é alcançar uma maneira de se eternizar. A gente só se eterniza na memória das pessoas, essa é a única maneira da gente não morrer. Tarcísio conseguiu isso. É nesse lugar que coloco Tarcísio.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Baekhyun, astro de k-pop e integrante do grupo EXO, virá ao Brasil para um show único de sua turnê Reverie. A apresentação divulgada nas redes sociais do cantor ocorrerá em São Paulo, 15 de junho, e divulga seu quinto mini álbum.

O show ocorrerá no Vibra São Paulo, local com capacidade para cerca de 7 mil pessoas e que já foi passagem de outros artistas do gênero, como Taemin e o grupo feminino NMIXX.

A turnê de Baekhyun, que começa na Coreia do Sul, também passará por países como a Alemanha, França, Chile, México, Estados Unidos, Holanda, Inglaterra, Itália, Austrália, Indonésia, Malásia, China, Tailândia, Japão, Filipinas, Taiwan, Vietnã e Singapura.

O cantor de 32 anos estreou no grupo EXO, da SM Entertainment, em 2012, considerado um dos maiores grupos da terceira geração de artistas do k-pop. Em grupo, entoou músicas como Cream Soda e Monster.

Na carreira solo, através da empresa INB100, fez sucesso com Bambi e Pineapple Slice.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

O telescópio espacial Hubble da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) completa 35 anos em órbita neste ano. Desde seu lançamento e implantação em 24 de abril de 1990, a missão do Hubble reescreveu os livros didáticos de astronomia com suas poderosas observações do universo.

O Hubble, situado acima da atmosfera terrestre, oferece uma visão clara do universo, capturando desde planetas do sistema solar até galáxias distantes.

"As imagens icônicas do Hubble continuam sendo um patrimônio científico e cultural para o mundo inteiro. Graças às missões de serviço de astronautas e às equipes de engenheiros talentosos em terra, o Hubble continua operando em perfeitas condições décadas após o lançamento", afirma a Nasa.

- Lançamento: 24 de abril de 1990

- Observações: 1,6 milhões

- Objetivo: entender o Universo

Ainda de acordo com agência aeroespacial, com sua capacidade única de observar em luz ultravioleta, visível e infravermelha próxima, o Hubble é um companheiro valioso e complementar para missões como o Telescópio Espacial James Webb e o futuro Telescópio Espacial Nancy Grace Roman.

Um vídeo produzido pela Nasa destaca algumas das imagens e descobertas do 35º ano do Telescópio Espacial Hubble em órbita terrestre.

Desenvolvendo o Telescópio Espacial Hubble

Em 1946, o astrofísico de Princeton, Lyman Spitzer, escreveu sobre os benefícios científicos de um telescópio no espaço, mas foi somente em 1977 que o Congresso aprovou o financiamento para a construção do que viria a ser o telescópio espacial Hubble. Finalmente, em 1990, chegou a hora do lançamento da missão, de acordo com informações da Nasa.

Planos foram estabelecidos para realizar missões de manutenção em órbita para o telescópio espacial, evitando a necessidade de trazê-lo de volta à Terra para reparos.

"Era um conceito inovador que seria ainda mais econômico. O projeto foi renomeado para telescópio espacial Hubble em homenagem ao astrônomo Edwin Hubble, que demonstrou a existência de outras galáxias além da nossa e criou um sistema de classificação que as distinguia por seu formato", afirma a Nasa.

O Hubble, conforme a agência, foi construído para ser atendido por astronautas no espaço. "Isso permitiu manutenção padrão, substituição de hardware com defeito e inserção de novas tecnologias e instrumentos", disse.

Hubble após a implantação

Na fotografia de 25 de abril de 1990, tirada com uma câmera Hasselblad portátil, a maior parte do telescópio espacial Hubble, do tamanho de um ônibus escolar, é visível suspensa no espaço pelo Sistema de Manipulação Remota do Discovery após a implantação de parte de seus painéis solares e antenas.

Grande tempestade em Saturno

As imagens do Hubble mostram a mancha branca de Saturno, uma grande tempestade na região equatorial do planeta, descoberta por astrônomos amadores em setembro de 1990. "Tais tempestades são raras: a última tempestade anterior a esta na região equatorial ocorreu em 1933", afirma a Nasa. A tempestade se estende completamente ao redor do planeta, em alguns lugares aparecendo como grandes massas de nuvens e em outros como turbulência bem organizada.

Nebulosa da Ampulheta

As areias do tempo estão se esgotando para a estrela central desta Nebulosa da Ampulheta. "Com seu combustível nuclear esgotado, esta breve e espetacular fase final da vida de uma estrela semelhante ao Sol ocorre à medida que suas camadas externas são ejetadas e seu núcleo se torna uma anã branca em resfriamento e em decadência", afirma a Nasa. Em 1995, astrônomos usaram o Telescópio Espacial Hubble para obter uma série de imagens de nebulosas planetárias.

Nebulosa do Caranguejo

A imagem em mosaico é uma das maiores já obtidas pelo Hubble, da Nebulosa do Caranguejo, um remanescente em expansão de seis anos-luz de largura da explosão de uma supernova estelar.

"Astrônomos japoneses e chineses registraram esse evento violento há quase 1.000 anos, em 1054, assim como, quase certamente, os nativos americanos. Os filamentos alaranjados são os restos esfarrapados da estrela e consistem principalmente de hidrogênio", disse a Nasa.

Nuvens escuras na Nebulosa Roseta

É uma imagem do Hubble de uma pequena porção da Nebulosa da Roseta, uma enorme região de formação estelar com 100 anos-luz de diâmetro e localizada a 5.200 anos-luz de distância.

"O Hubble amplia uma pequena porção da nebulosa com apenas 4 anos-luz de diâmetro (a distância aproximada entre o nosso Sol e o sistema estelar vizinho, Alfa Centauri)', acrescenta a Nasa.

Confira as imagens aqui

Whindersson Nunes usou o Instagram nessa terça-feira, 29, para alertar seus seguidores sobre golpes que estão sendo aplicados com o uso de seu nome e imagem. Segundo o humorista, criminosos estão se aproveitando da divulgação de sua nova turnê para enganar fãs na venda de ingressos e até espalhar vídeos falsos gerados por inteligência artificial.

Ele exibiu mensagens enviadas por seguidores que relataram o uso de grupos falsos para aplicar os golpes. Os golpistas se passam por perfis oficiais de suporte e prometem descontos em ingressos para atrair vítimas.

O humorista demonstrou preocupação com a facilidade com que conteúdos são manipulados nas redes sociais. Ele afirmou que teme até mesmo compartilhar vídeos explicativos, já que criminosos podem capturar a tela, editar e reaproveitar o material para dar mais credibilidade aos links falsos. "Tenho medo de ficar apontando aqui, 'clique aqui', 'vem pra cá', porque as pessoas podem usar pra qualquer coisa", disse.

Em seguida, Whindersson compartilhou um vídeo forjado que circulava nas redes com sua imagem ensinando a ganhar Pix de R$ 3 mil. Ele alertou que golpes com IA estão se tornando cada vez mais difíceis de detectar. "Vamos prestar atenção! As coisas estão atualizando e está difícil desviar dos golpes", afirmou, orientando os seguidores a sempre verificar se o perfil é realmente oficial e observar detalhes como a movimentação da boca nos vídeos.

A nova turnê de Whindersson Nunes, Isso Definitivamente Não É Um Culto, está em fase teste de apresentações. Segundo o humorista, todas as informações oficiais estão sendo divulgadas apenas por seus canais verificados. "Não entre em papo de malandro", reforçou.

A prática do deep fake, que usa inteligência artificial para criar vídeos falsos com aparência realista, tem se tornado uma preocupação crescente, principalmente entre artistas e figuras públicas.