Desfile de samba nas telas

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Ana Maria Magalhães tem sido toda trabalho. Retomou um vídeo sobre Leila Diniz para restaurar a versão longa, de 90 min. - foi divulgada na TV só a de 52 min. -, que será lançado no ano que vem, quando se completarão 50 anos da morte da estrela que condensava, em si, "todas as mulheres do mundo". "Tem toda uma geração que não conhece a Leila, e isso é absurdo", reflete.

Ana Maria também quer retomar seu livro autobiográfico. Já tem 400 páginas. O volume terminará em 1970, quando ela, aos 20 anos, interpretou Como Era Gostoso o Meu Francês, o clássico antropofágico de Nelson Pereira dos Santos. Jura que não será "egoico".

O que ela tem tanto a contar sobre seus 20 anos? "Sou filha de político (Sérgio Magalhães) e irmã de atriz (Helena Velasco). Política e arte sempre fizeram parte de minha vida. Meu pai concorreu com Carlos Lacerda ao governo do Rio, e minha irmã foi atriz de Dulcina de Moraes, além de novelas. Tudo isso era parte da minha vida, dos 4 aos 14 anos." Trabalho, trabalho e agora sua expectativa é pelo lançamento de Mangueira em Dois Tempos, seu documentário sobre a verde e rosa. O filme, que estreou na quinta, 5, nos cinemas, é sobre a construção do som da escola, a batida. Em inglês, o título é Mangueira in Two Beats. Samba e funk. O filme seleciona seus personagens entre ritmistas, passistas. Segue um deles até a China, onde o cara tem uma churrascaria animada por autêntico carnaval brasileiro.

"Não fui até lá porque seria inviável, muito caro", explica a atriz, que encontrou um amigo do filho e ele seguiu direitinho suas indicações sobre o quê, e como filmar. O filme também utiliza material de arquivo de grandes desfiles na Sapucaí, adquiridos do acervo da Globo. Ana Maria pagou, e caro, mas vale a pena reviver o desfile de 1998, quando a Mangueira foi campeã ao homenagear Chico Buarque de Holanda. Meu guri! Atriz e diretora, Ana tem o que se pode considerar um interesse diversificado. Biografou Odete Lara como ficção, Lara, fez um documentário sobre o arquiteto Carlos Reidy, A Construção da Utopia. Ela própria uma mulher forte - rebelde por natureza -, não escolheu Odete e Leila por acaso. Foram guerreiras - ambas já partiram - como ela. As mulheres da Mangueira também são fortes.

A escola foi a última a admitir mulheres na bateria - Mangueira tradição. Só isso já daria um filme. A presença dos evangélicos nas comunidades daria outro. Lá atrás, Ana Maria já havia feito Mangueira do Amanhã, com crianças, meninas e meninas, que já eram direcionadas para seus papéis na escola e no mundo. Alguns - muitos? - tombaram para o tráfico. Ela retoma agora esses personagens. Tudo mudou, o funk veio para ficar, as mulheres, os evangélicos.

Ana Maria também mudou. "Fiquei mais madura, não apenas como mulher, mas como cineasta. Talvez o público não perceba, mas a montagem do novo filme é muito elaborada. Fiquei dez meses montando o filme. Dois tempos, uma galeria de personagens no passado e no presente, material de arquivo. Foi tudo muito pensado para incorporar as mudanças. O que não mudou é a alegria dessas pessoas, a sua resiliência diante da adversidade."

A própria Ana Maria precisou vencer muitas dificuldades. A falta de dinheiro tem sido companheira em quase tudo o que realiza. Nada a faz desistir. "Já teria parado há muito tempo, se fosse desistir." Por que Bill Clinton no filme, também tocando a bateria? "Achei importante, para destacar o que há de universal na nossa música, na nossa gente." Ana tem uma relação de afeto muito grande com filmes e personagens. "Pertenço a uma geração que queria mudar o mundo. Isso não mudou. Ainda sonho com um mundo melhor, mais humano." O lugar da mulher nesse mundo sempre foi uma preocupação. É muito anterior ao #MeToo. Ana Maria viveu, conviveu, trabalhou com os grandes do Cinema Novo. Nelson, Gustavo Dahl, Glauber Rocha, Cacá Diegues, Leon Hirszman, etc. Você não precisa ser mangueirense para dançar no ritmo - na batida - dela.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O festival Turá anunciou nesta segunda-feira, 5, as atrações de sua quarta edição, que acontece nos dias 28 e 29 de junho, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Seu Jorge, Raça Negra e Só Pra Contrariar são alguns nomes da programação, exclusiva de artistas nacionais, cuja proposta é a diversidade de gêneros e ritmos musicais.

No sábado, 28, line-up conta com Só Pra Contrariar, Seu Jorge, Lenine e Spok Frevo Orquestra, Pretinho da Serrinha convida Criolo e Leci Brandão, Bonde do Tigrão, Forró das Minas, e os DJs Luísa Viscardi e Trepanado.

Já no domingo, 29, o evento terá Gloria Groove, Raça Negra, Saulo convida Luiz Caldas, Samuel Rosa, Gabriel O Pensador, Samba de Dandara, e os DJs Millos Kaiser e Linda Green.

Os ingressos para o Turá já estão a venda no site da Tickets For Fun ou na bilheteria física oficial (sem taxa), no Teatro Renault. A entrada para apenas um dos dias do festival custa entre R$ 228 (meia) e R$ 456. O passaporte (combo de entradas para os dois dias), R$ 330 (meia) e R$ 660. Clientes Banco do Brasil Ourocard Visa têm desconto de 15% na compra e possibilidade de parcelamento em até 10 vezes sem juros.

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A A24 e a Apple lançaram, nesta segunda-feira, 5, o primeiro trailer de Highest 2 Lowest, novo filme de Spike Lee estrelado por Denzel Washington. No longa, o vencedor do Oscar vive um magnata da indústria musical, conhecido por ter "os melhores ouvidos do negócio", que é envolvido em uma trama com reféns e se vê dividido em um dilema de vida ou morte.

Inspirado em Céu e Inferno, filme de 1963 dirigido por Akira Kurosawa, Highest 2 Lowest é o quinto trabalho de Lee estrelado por Washington. Os dois trabalharam juntos em Mais e Melhores Blues (1990), Malcolm X (1992), Jogada Decisiva (1998) e O Plano Perfeito (2006).

O elenco de Highest 2 Lowest conta ainda com Jeffrey Wright (Ficção Americana), Ilfenesh Hadera (Godfather of Harlem), Aubrey Joseph (Manto e Adaga) e o cantor A$AP Rocky.

O longa será lançado nos cinemas norte-americanos em 22 de agosto e estreia no Apple TV+ em 5 de setembro.

Confira o trailer aqui

Desde o lançamento da primeira prévia de Superman, fãs do personagem têm se mostrado extremamente ansiosos para ver mais de Krypto, o Supercão, mascote histórico do Homem de Aço. Diretor do longa, James Gunn revelou em postagem nas redes sociais que o agitado cãozinho foi criado usando seu próprio cachorro, um vira-lata chamado Ozu, como modelo.

Em um vídeo que mostra Ozu latindo para uma televisão que exibia o teaser mais recente do filme, Gunn disse que "Krypto foi modelado tridimensionalmente a partir do corpo de Ozu". "Fizemos a captura em 3D de Ozu e o transformamos em Krypto, deixamos ele branco, [e agora] toda vez que ele se vê na tela, ele tenta se assassinar", contou o cineasta.

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Em uma postagem de outubro de 2024, Gunn já havia contado um pouco sobre a relação entre Krypto e Ozu, que ele adotou no começo do processo de escrita do roteiro de Superman. Segundo ele, o cachorro, que foi encontrado em meio a dezenas de outros cachorros abandonados, nunca havia interagido com humanos e teve adaptação difícil à nova casa. "Ele imediatamente entrou e destruiu nossa casa, nossos sapatos, nossos móveis - ele até comeu meu laptop. Demorou muito para ele nos deixar tocá-lo. Lembro de pensar 'Deus, quão difícil seria a vida se Ozu tivesse superpoderes?' - e assim, Krypto entrou no roteiro e mudou o curso da história como Ozu estava mudando minha vida", escreveu ele.

Escrito e dirigido por Gunn, Superman estreia nos cinemas brasileiros em 11 de julho. O elenco conta com David Corenswet (Twisters) como Clark Kent/Superman, Rachel Brosnahan (Marvelous Mrs. Maisel) como Lois Lane, Nicholas Hoult (Jurado Nº 2) como Lex Luthor, Skyler Gisondo (The Righteous Gemstones) como Jimmy Olsen e Milly Alcock (A Casa do Dragão) como a Supergirl. Nathan Fillion (Recruta), Anthony Carrigan (Barry), Isabela Merced (The Last of Us) e Edi Gathegi (For All Mankind) completam o elenco como Lanterna Verde, Metamorfo, Mulher-Gavião e Sr. Incrível, respectivamente.