Festa do cine italiano

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Mulheres em destaque na 8 ½ Festa do Cinema Italiano. O evento, que já se tornou tradicional no calendário artístico e cultural paulista, ganha versão online e gratuita na plataforma Looke, o que significa que este ano, por conta da pandemia, terá ressonância nacional. A Generali Seguros patrocina com apoio dos Institutos Italianos de Cultura de São Paulo e Rio, e do Instituto Luce Cinecittà. A organização geral é da Associação Il Sorpasso e Risdi Filmes Brasil.

Para marcar a abertura, nesta quinta, 17, o evento revisa, a partir das 9h, a obra da homenageada, a cineasta Alice Rohrwacher. Às 19 h, no canal da Festa no YouTube, Emma Dante realiza o debate de abertura. Vai falar sobre seu filme na programação, As Irmãs Macaluso, que estará disponível por 24 horas, e também sobre sua peculiar trajetória. Siciliana, dramaturga e escritora, Emma já esteve no Brasil, participando do Porto Alegre em Cena. Depois, viajou à Bahia. Ela deu entrevista ao Estadão explicando por que, depois dos 40 anos, se tornou cineasta.

"As Irmãs foi peça, representada com sucesso num palco vazio. Quando fiz meu primeiro filme, baseado no romance Via Castellana Bandiera, a nova linguagem terminou por absorver-me." Duas mulheres na direção dos respectivos carros, numa via estreita, em sentidos contrários. Nenhuma delas quer recuar. Ninguém está certo, ninguém está errado. É uma frase de As Irmãs Macaluso. "No teatro, as irmãs habitavam um palco desnudo. Toda a expressão passava pela voz e pelo corpo das atrizes. O que eu fiz, no cinema, foi dar-lhes uma casa com objetos, fotos, tudo aquilo que caracteriza uma vida."

O filme acompanha as irmãs da infância à idade madura e até a morte. Justamente a morte desempenha um papel essencial nas complicadas relações familiares - uma irmã morreu num dia que deveria ser feliz, na praia, e a vida das sobreviventes nunca mais foi a mesma. "Meu teatro alimenta-se do dialeto siciliano, mas é uma linguagem reinventada e adaptada à escrita das peças. E o silêncio é uma ferramenta tão importante e necessária como as palavras." Outros diretores, os irmãos gêmeos Fabio e Damiano D'Innocenzo também conversaram com a reportagem do Estadão sobre seu longa Fábulas Sombrias, outra atração da Festa.

Poderia chamar-se I Bambini Ci Guardano, como o clássico de Vittorio De Sica, nos anos 1940, embora a pegada seja mais a do Marco Bellocchio de De Punhos Cerrados, sua obra-prima de 1965. Famílias disfuncionais, as crianças e seus pais. A violência das relações familiares. "Escrevemos o roteiro quando tínhamos 19 anos, mas só fizemos o filme aos 30. Nunca foi nossa intenção fazer um comentário sociológico sobre um período específico da sociedade italiana, mas, sim, esses pais e filhos são a consequência de mais de 20 anos de poder de (Silvio) Berlusconi em nosso país. As crianças são as maiores vítimas desses tempos." Pais e filhos estão sempre transgredindo em Fábulas Sombrias. Elio Germano faz um pai machista, violento. Até as crianças são obcecadas pelo sexo.

"Tínhamos os pais delas no set, porque elas dizem coisas que nem entendem sobre o sexo, se bem que, na era da internet, as crianças talvez não sejam mais tão inocentes." Como em As Irmãs Macaluso, a tragédia ronda as fábulas sombrias dos irmãos D'Innocenzo - Bad Tales em inglês.

Para contrapor a tanta desgraça, o público poderá (re)ver na Festa, numa homenagem a Alice Rohrwacher, o belo As Maravilhas, filme premiado pelo júri em Cannes e interpretado pela irmã da diretora, Alba Rohrwacher, e por Monica Bellucci. As Maravilhas conta a história de Gelsomina - o mesmo nome da felliniana palhaça de La Strada/A Estrada da Vida -, que sonha ser famosa, mesmo vivendo uma dura vida no campo. Maria Alexandra Lungu é quem faz o papel.

Em Cannes, Alice também foi premiada pelo roteiro de Lazzaro Felice. Ela ministra uma masterclass que ficará disponível durante toda a duração da Festa do Cinema Italiano de 2021. O já citado Elio Germano, que faz o pai machista de Fábulas Sombrias, também interpreta A Vida Solitária de Antonio Ligabue, de Giorgio Diritti, pelo qual foi melhor ator no Festival de Berlim do ano passado.

Mais uma atração da mostra: Rômulo e Remo - O Primeiro Rei. O longa de Matteo Rovere, falado em latim, recria a história dos gêmeos que foram amamentados por uma loba e viraram os heróis na origem de Roma. O antiépico. Rovere busca na história arcaica uma forma de refletir sobre o mundo contemporâneo, a exemplo do Pier Paolo Pasolini de Édipo Rei, Porcile e Medeia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Troféu Imprensa 2025 divulga sua lista de vencedores no SBT na noite deste domingo, 4. Durante a cerimônia, os apresentadores Patricia Abravanel e Celso Portiolli conversaram com Carlos Alberto de Nóbrega, que comanda o humorístico A Praça É Nossa, que recebeu o Troféu Imprensa Pela História por conta de sua trajetória na TV.

Ele se emocionou ao relembrar os passos do pai, Manoel de Nóbrega: "A Praça é a minha vida, porque eu pude continuar um trabalho que o meu pai teve só 14 anos [para fazer], coitado. Eu tô há 38 fazendo. E sempre que eu entro eu me lembro dele".

Na sequência, recordou a importância de Silvio Santos para trazê-lo ao SBT em 1987. "[Foi] a maneira que achei para dizer 'muito obrigado' para o Silvio pelo que ele fez pelo meu pai - Porque todo mundo fala o que meu pai fez pelo Silvio, ninguém fala sobre o que o Silvio fez pelo meu pai. Eu sei."

"Vou dar o meu melhor. No dia que a Praça acabar, não sei, eu vou junto", continuou. Em outro momento, brincou, fazendo referência a Daniela Beyruti, filha de Silvio e presidente do SBT: "Estou aqui há 38 anos e espero ficar mais, viu dona patroa? [Olhou na direção de Daniela] Eu quero fazer 90 anos aqui! [Risos]".

Patricia Abravanel valorizou o prêmio dado a Carlos Alberto de Nóbrega: "É um troféu pela sua história. Você está sendo o primeiro a ganhar um troféu pela sua história, dedicação ao entretenimento, ao humor, à televisão brasileira."

O ator David Harbour passou pelo Brasil em novembro do ano passado, quando participou da conferência D23, da Disney, e falou ao Estadão sobre o que os fãs podiam esperar de Thunderbolts*, novo filme da Marvel que acaba de estrear nos cinemas brasileiros.

Contido e com medo de spoilers, o ator bateu na tecla de que o longa mudaria o rumo da Casa das Ideias - uma conversa que, no final das contas, acaba surgindo sempre em entrevistas com atores da Marvel. Mas, algo chamou a atenção: a devoção de Harbour a Florence Pugh.

Espontaneamente, o Jim Hopper de Stranger Things falou sobre a colega de elenco. Vale ressaltar que, até aquele momento, não estava claro quem seria o protagonista do filme.

"Acho que uma das coisas de que mais gosto em Thunderbolts* é que a Florence Pugh é a líder do filme. Acho que ela tem uma força e uma presença. É provavelmente a melhor atriz entre nós", afirmou Harbour, de maneira muito franca. "Fico feliz em ser ator coadjuvante para uma mulher como ela. É menos sobre diversidade e mais sobre capacidade".

Agora, com Thunderbolts* finalmente nas telonas, dá para notar duas coisas: Florence Pugh é realmente uma atriz extraordinária, elevando a qualidade do filme para outro patamar, e Harbour parece realmente uma pessoa feliz em ser a "escada" do elenco.

O papel de Guardião Vermelho

No novo longa-metragem da Marvel, ele interpreta novamente o Guardião Vermelho, herói da época da União Soviética e que também é o emocionado pai da personagem de Pugh. Aqui, ele passa a fazer parte desse time de anti-heróis ao lado de Yelena (Pugh), Soldado Invernal (Sebastian Stan), John Walker (Wyatt Russell) e Fantasma (Hannah John-Kamen).

Nessa equação toda, Harbour é o mais coadjuvante de todos. Pugh é a protagonista absoluta, Stan tem o peso de já fazer parte do universo há bons anos, Wyatt ganha pontos pelo arco dramático em Falcão e o Soldado Invernal e John-Kamen também sai um pouco à frente por já ter aparecido como vilã de Homem-Formiga e a Vespa. Já Harbour apareceu em Viúva Negra, mas nunca assumindo um posto de peso.

Ainda assim, Harbour é uma das almas de Thunderbolts* - e ajuda o filme a ser realmente bom, livrando um peso das costas da Disney. No novo filme, o norte-americano é o alívio cômico da coisa toda, interpretando esse russo exagerado e histriônico que tenta ter mais proximidade com a filha. Não há grande dramaticidade ou momentos importantes do astro.

"Não quero dar nenhum detalhe a mais. Acho que vocês deveriam ver o filme com uma mente aberta, sem expectativas, e então vão perceber que ele realmente se encaixa no universo, mas o leva para uma direção diferente, o que é divertido", explicou o ator ao Estadão, também em novembro, sem dar pistas exatas sobre seu papel de fato no filme.

Especialista em papéis secundários memoráveis

Harbour construiu uma carreira sólida aparecendo em papéis secundários que, invariavelmente, roubam a cena. Antes de seu grande momento como Jim Hopper, ele já havia demonstrado esse talento em obras como O Segredo de Brokeback Mountain (2005), onde interpretou um personagem pequeno mas marcante.

Na TV, Harbour apareceu em séries aclamadas como The Newsroom, onde interpretou Elliot Hirsch, e Manhattan, como Dr. Reed Akley. Em ambos os casos, mesmo sem ser o protagonista, conseguiu entregar performances que ficaram na memória dos espectadores.

Em Hellboy, de 2019, finalmente ganhou um papel protagonista, mas ironicamente não conseguiu o mesmo brilho que tem em papéis menores. Foi em Viúva Negra que ele realmente mostrou sua vocação para ser o complemento perfeito em grandes produções, roubando as cenas como o Guardião - mesmo dividindo tela com Scarlett Johansson.

"Eu acho que há algo no DNA de alguns atores que os torna especialmente bons em papéis de apoio. É preciso ter capacidade de criar algo memorável em pouco tempo", disse o ator em entrevista à Entertainment Weekly em 2023, questionado sobre ser coadjuvante. "Não é sobre quanto tempo você está na tela, mas o que você faz com esse tempo."

Vale lembrar que, recentemente, Harbour também deixou sua marca em filmes como Sem Remorso, ao lado de Michael B. Jordan, e em Agente Oculto, da Netflix - todos como coadjuvante. Neste ano, também está em um pequeno papel em Resgate Implacável, filme com Jason Statham - ele interpreta um colega da época do exército com problemas de visão.

"Acho que posso não ser a estrela principal em muitos projetos, mas sou aquela peça do quebra-cabeça que ajuda a dar forma ao todo", confessou o ator ao The Hollywood Reporter em uma entrevista de 2022. "E, honestamente, isso me agrada muito. Há uma liberdade criativa em papéis coadjuvantes que nem sempre se tem como protagonista."

Reconhecimento além das câmeras

Mesmo com esse destaque como coadjuvante, porém, Harbour se consagrou e fez seu nome. É querido, reconhecido e tietado. Ao Estadão, falou sobre essa relação com os fãs e a relação com a fama.

"Há dias bons e ruins. É bonito quando seu trabalho toca tanto as pessoas que elas sentem no coração e te amam por isso", reflete o ator, que provocou grande euforia ao aparecer em eventos recentes. Mas ele pondera: "Às vezes pode ser difícil, porque uma das coisas que eu realmente gosto é a sensação de anonimato. No fim, esse é um preço que estou disposto a pagar".

Sabrina Sato publicou um texto em homenagem ao marido, Nicolas Prattes, por conta de seu aniversário de 28 anos de idade, comemorado neste domingo, 4. A postagem foi feita junto a um vídeo com diversos momentos do casal em família.

"Viva você! Viva essa sua alma cheia de luz, propósito e uma vontade quase teimosa de viver tudo intensamente. Como eu admiro tudo isso. Estar ao seu lado é como estar num filme que mistura romance, comédia e aventura e você, claro, é o protagonista gato, forte, sensível, inteligente", escreveu.

Em seguida, Sabrina Sato prosseguiu: "Você me faz sair da minha realidade. Quando estou com você, esqueço dos problemas, das crises existenciais e que eu já tinha 16 anos e estava entrando na faculdade quando você nasceu. Porque você transforma tudo em leveza".

"Obrigada por compartilhar essa vida comigo. Você me faz viver algo único. Surreal. Quase um sonho. Só que com beijo bom, risada boba e amor de verdade. Te amo com tudo o que sou e com tudo o que você é e vem. Feliz aniversário, amor da minha vida."

Confira a publicação de Sabrina Sato em homenagem a Nicolas Prattes aqui.