TV Cultura exibe hoje documentário 'O Resgate do Mar Sem Fim'

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A TV Cultura exibe neste sábado, a partir das 20 horas, o documentário O Resgate ao Mar Sem Fim, produzido e dirigido pelo jornalista João Lara Mesquita. O filme narra a história do resgate do barco Mar Sem Fim, que naufragou em 2012 na baía Fildes, na Ilha Rei George, Antártida - e já foi visto por mais de um milhão e meio de pessoas na internet.

Os episódios ligados ao naufrágio e ao resgate da embarcação, que aconteceu em 2013, seguem vivos ainda hoje na mente de Mesquita. "Foi o evento mais forte da minha vida. Tenho certeza de que será difícil me deparar com outro dessa magnitude", ele conta, em entrevista ao Estadão.

Mesquita é um apaixonado pelo mar. No início dos anos 2000, percorreu toda a costa brasileira. E a experiência da viagem levou à escrita do livro O Brasil Visto do Mar Sem Fim, indicado ao Prêmio Jabuti 2008 na categoria Reportagem, e à produção de uma série de documentários para a TV Cultura.

No verão 2010-2011, navegou a bordo do trawler Mar Sem Fim de Santos até a Antártica, para produzir novos documentários. Um ano depois, realizou nova viagem à região - quando o Mar Sem Fim, batizado a partir dos versos de Fernando Pessoa ("O mar português é o mar sem fim") naufragou após uma série de incidentes.

Fortes ventos

A viagem começara no dia 10 de março, tendo como ponto de partida o porto de Ushuaia, na Argentina. O primeiro desafio foi superado: atravessar o Estreito de Drake, onde os oceanos Atlântico e Pacífico se encontram, o que exige condições meteorológicas ideais. Pouco depois, no entanto, a embarcação precisou esperar a chegada de uma nova peça para substituir outra que se revelara defeituosa. Foi então que, nos primeiros dias de abril, fortes ventos tornaram a navegação particularmente complicada.

A essa altura, o Mar Sem Fim e seus tripulantes estavam na Baía de Potter, cercada por geleiras e enormes pedras que podem desprender-se durante tempestades, tornando-se enorme risco para as embarcações. Os ventos chegavam a 95 km/h e as ondas tinham até quatro metros. Ainda assim, Mesquita conseguiu levar o trawler à Baía de Fildes, na Ilha de Rei George, onde, porém, a chegada de um furacão o obrigou a ancorar o barco e, com a ajuda de navegadores chilenos, levar a tripulação para a Base Eduardo Frei Montalva, no Chile.

Foram momentos difíceis, mas nenhum tão complicado quanto o instante em que, três dias depois, constatou-se que o Mar Sem Fim não havia resistido à força das pedras de gelo; naufragara, ficando apenas com a proa para fora da água.

"Hoje cedo, depois de sair da cama, corri até a janela pensando no sofrimento que meu barquinho enfrentou. Queria saber se ele ainda estava onde o deixamos. Com o coração na boca, vejo que não", escreveu Mesquita em seu diário de viagem, no dia 6 de abril. "Meu querido Marzão, o barco que alegrou minha vida, um sonho realizado, está cercado por gelo, como de resto toda Baía Fildes. Está momentaneamente vencido. Não pelo vendaval, que ele soube enfrentar com galhardia quando bem tripulado. Mas por imensos blocos de gelo em uma luta desigual, desproporcional", continuava o seu relato.

Risco

Mas a tristeza tornou-se logo preocupação. "Eu passei anos defendendo o mar, mostrando disparates na forma como os oceanos são tratados, entrevistando dezenas de professores sobre o tema. Eu abri diversas portas para que essas questões fossem tratadas, inclusive ouvindo especialistas sobre a Antártica. E, de repente, vou para lá e causo um acidente ecológico?", ele lembra, quase dez anos depois, referindo-se ao risco de vazamento de combustível. "Fiquei em pânico com essa possibilidade."

Os tempos seguintes foram, assim, de "enorme peso". "Tanto pela sensação de ter perdido o barco quanto pelo problema ecológico que o naufrágio poderia causar no lugar mais preservado do planeta. Um lugar pouco visitado, justamente pelos riscos da navegação." E, em 2013, ele retornou ao local a bordo do Navio de Socorro a Submarinos Felinto Perry da Marinha do Brasil para o resgate.

O documentário O Resgate do Mar Sem Fim narra essa história e a preocupação com o meio ambiente. "Fico feliz que o filme faça sua estreia na televisão exatamente no Dia Mundial do Meio Ambiente", afirma Mesquita, que se diz surpreso, contente e emocionado com a recepção que o documentário teve na internet. "Não apenas pelo número de visualizações, mas por perceber, por meio dos comentários postados no YouTube, que as pessoas choraram comigo a perda do barco."

Para ele, a chegada de O Resgate do Mar Sem Fim à televisão tem um significado especial. "Eu sempre acreditei que devia uma explicação à comunidade científica sobre o que aconteceu naquele momento. Por isso escrevi um livro sobre o assunto, fiz um site. E agora esse processo se completa com a exibição do filme na televisão."

Mesquita prepara atualmente a terceira edição da série Mar Sem Fim na TV Cultura. E conta que pretende abordar o papel dos oceanos na discussão sobre o aquecimento global. "Com a chegada de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos, essa luta voltou a ser conduzida de forma prioritária. Assim que a pandemia arrefecer, acredito que o aquecimento global será a grande questão a ser discutida internacionalmente."

E, nesse sentido, ele explica, é preciso ressaltar o quanto é fundamental que os oceanos parem de ser maltratados. "Se queremos lutar contra o aquecimento, essa é uma noção importante. Um terço da emissão dos gases de efeito estufa é naturalmente sequestrado pelos oceanos. É preciso engajar o público nessa discussão. Quando falamos em meio ambiente, em especial no Brasil, normalmente pensamos no ambiente terrestre. Mas essa percepção deve mudar. E acredito que a linguagem da televisão tem a capacidade de engajar as pessoas e mostrar a elas como a população pode participar, exigindo atitudes dos governantes. Pois o poder público não age de fato ainda para lidar com o aquecimento global."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Morreu nesta sexta-feira, 2, em São Paulo, a atriz mirim Millena Brandão, do canal SBT, aos 11 anos. A artista teve morte encefálica, de acordo com o hospital onde ela estava internada.

Também conhecida como morte cerebral, a morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções cerebrais. Como o cérebro controla outros órgãos, quando é constatada sua morte, outras funções vitais também serão perdidas e o óbito da pessoa é declarado.

Millena havia sofrido diversas paradas cardiorrespiratórias nos últimos dias, recebido diagnóstico de tumor cerebral e estava internada no Hospital Geral de Grajaú, na capital, desde o dia 29.

O que configura morte encefálica?

Para funcionarem, os neurônios precisam de oxigênio e glicose, que chegam ao cérebro pela circulação sanguínea. Quando algum problema impede o fluxo sanguíneo, essas células podem morrer e as funções cerebrais são prejudicadas. Se a perda das funções é completa e irreversível, é declarada a morte cerebral.

Apesar de alguns órgãos poderem continuar funcionando, o cérebro já não consegue controlá-los. Assim, embora ainda haja batimentos cardíacos, por exemplo, eles tendem a parar. A respiração também não acontecerá sem a ajuda de aparelhos.

O que pode causar a morte encefálica?

Qualquer problema que cesse a função cerebral antes de encerrar o funcionamento de outras partes do organismo causa a morte encefálica. Entre as causas mais comuns estão:

- Parada cardiorrespiratória;

- Acidente vascular cerebral (AVC);

- Doença infecciosa que afete o sistema nervoso central;

- Tumor cerebral;

- Traumas.

Quando a morte encefálica é declarada?

No Brasil, a resolução nº 2.173/17 do Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece critérios rigorosos para a declaração de morte encefálica. De acordo com especialistas, o protocolo brasileiro é um dos mais criteriosos do mundo.

O CFM determina a realização de uma série de exames para comprovar a perda do reflexo tronco encefálico, aquele responsável por controlar funções autônomas do organismo, como a respiração.

Essa análise deve ser feita por dois médicos que examinam o paciente em horários diferentes, e os resultados precisam ainda ser complementados por um exame - um eletroencefalograma ou uma tomografia, por exemplo.

Morte encefálica e doação de órgãos

A "Lei dos Transplantes" (Lei nº 9.434/1997) estabelece que a doação de órgãos após a morte só pode ser realizada quando constatada a morte encefálica.

Quando isso acontece, as funções vitais do paciente são mantidas de maneira artificial até que a remoção dos órgãos seja feita.

Miguel Falabella atualizou o estado de saúde após revelar em suas redes sociais que estava com hérnia de disco. O ator e diretor publicou um vídeo nesta sexta-feira 2, gravado e compartilhado direto do hospital em que precisou ficar internado para fazer uma cirurgia.

"Quero agradecer muito as literalmente milhares de mensagens que recebi de força, carinho, de afeto", declarou no vídeo, contando já está se recuperando.

"Me operei hoje às 9h da manhã e o médico disse para mim: 'Você vai acordar sem dor'. Eu não acreditei, mas ele tinha razão."

Falabella comunicou na última quinta-feira, 1º, que estava afastado das apresentações desta semana do espetáculo Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum, em São Paulo, por estar com muita por conta da hérnia de disco.

O ator Edgar Bustamante substitui Falabella nas sessões que vão até este domingo, 4.

No novo vídeo, Falabella comemora estar melhor. Segundo ele, a cirurgia ocorreu sem intercorrências.

"Sem dor, já acordei, já fui ao banheiro, eu estou andando. Esperando alta para ir para casa. Depois dou notícias. Muito obrigado, um beijo enorme, agora é fisioterapia e vida que segue."

Ela veio, apareceu e deu um presente: a passagem de som, que foi praticamente uma 'apresentação extra'. Nesta sexta-feira, 2, depois de quatro dias de espera, Lady Gaga surgiu aos fãs que já estão na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, aguardando o mega show da diva pop que acontece neste sábado, 3.

O ensaio não foi surpresa, ainda assim pegou os fãs desprevenidos. Uma multidão, ansiosa para reencontrar aquela que não via desde 2012, correu em direção ao palco ao ouvir a voz da cantora.

A artista dançou, tocou piano e ficou a poucos metros dos fãs. Aos gritos de "Gaga, eu te amo", a cantora se emocionou e levou a plateia ao delírio com canções como "Abracadabra", "Shallow" e "Garden of Eden".

A passagem de som, iniciada pouco depois das 20h, teve cerca de uma hora de duração, mais de dez músicas apresentadas e troca de figurino - praticamente um show completo depois da sua quase vinda ao Rock In Rio de 2017, cancelada devido a fortes dores causadas pela fibromialgia, mas que rendeu os inesquecíveis memes "Ela não vem mais!" e "Brazil, I'm devastated."

Durante o ensaio de "Vanish Into You", música de seu novo álbum intitulado "Mayhem", o público quase derrubou a barreira de contenção, mas a artista seguiu com a passagem de som sem interrupções.

Ao que tudo indica, a tão esperada apresentação terá um setlist similar ao do Coachella 2025, já que os hits 'Alejandro', 'Paparazzi' e 'Bloody Mary' também marcaram presença na passagem de som.

O show de sábado, gratuito e previsto para começar às 21h45, deve reunir mais de 1,5 milhão de pessoas na orla carioca.

A TV Globo irá transmitir a apresentação ao vivo, que também poderá ser assistida no Multishow e no Globoplay. A expectativa é de um espetáculo histórico, marcando o retorno de Gaga ao Brasil após doze anos.