Mesmo na pandemia, SP registra nível de poluente no ar acima do recomendável

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No ano passado, a concentração de ozônio no ar, um poluente tóxico, ultrapassou os limites de referência do padrão do Estado de São Paulo por 52 dias. Equivalente a quase dois meses, o número é superior ao registrado nos últimos anos: 41, em 2019, e 18, em 2018. Os dados são do relatório da qualidade do ar, elaborado anualmente pela Cetesb (a agência ambiental paulista), e mostram que as condições meteorológicas em 2020 favoreceram a formação do poluente.

Apesar de entre maio e setembro, o número de dias desfavoráveis à dispersão de poluentes ter ficado abaixo da média dos últimos dez anos, o volume de chuvas no mesmo período também ficou abaixo do normal. O ozônio se forma a partir da reação de outros poluentes na presença de luz solar. As emissões de origem veicular são as principais fontes para a geração do gás que pode causar problemas respiratórios, além de afetar a vegetação.

Importante não confundir: próximo ao solo, onde respiramos, e formado a partir de outros poluentes, o ozônio é tóxico. Na estratosfera, a cerca de 25 km de altitude, porém, ele funciona como um filtro para os raios ultravioletas do Sol. Se os critérios adotados para estabelecer os padrões de referência de ozônio fossem os mesmos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de dias em que o limite teria sido ultrapassado seria ainda maior.

A legislação federal estabelecida por resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) para a concentração de ozônio por exemplo é de 140 micrograma/m³ para um período de oito horas. O mesmo vale para São Paulo. A OMS recomenda que esse limite seja de 100 micrograma/m³ para um período de oito horas. A União Europeia estabelece essa máxima em 120 micrograma/m³ para um período de oito horas.

Para realizar o diagnóstico ambiental de São Paulo, a Cetesb utilizou, em 2020, 61 estações automáticas fixas, duas estações automáticas móveis e 22 pontos de monitoramento manual, distribuídos no Estado.

O médico e professor da Faculdade de Medicina da USP Paulo Saldiva lembra de uma das características mais prejudiciais do ozônio. "Ele costuma se concentrar onde não há muito outros poluentes. Por isso, quando vai correr no parque do Ibirapuera, por exemplo, é lá que vai encontrar as maiores concentrações", explica.

Apesar de ainda não seguir os parâmetros da OMS, o Estado de São Paulo fornece as informações de acordo com os parâmetros do organismo internacional. "A divulgação que fazemos da qualidade do ar é sempre tomando como base os valores da OMS", diz a diretora-presidente da Cestesb, Patrícia Iglecias. "O ozônio não é um problema só de São Paulo, mas das grandes cidades."

Reconhecido como uma das maiores autoridades da área, Saldiva lamenta que a legislação brasileira esteja sempre em descompasso com o que se estabelece na União Europeia e nos EUA. "Um caminhão na Europa ou nos Estados Unidos não emite tanta poluição como um caminhão daqui", diz. "O nome disso é racismo ambiental."

"É como se você fosse no médico com a pressão 14 por 10 e o médico te dissesse que esse é o valor seguro. A gente vai adaptando a legislação de acordo com o que 'podemos' cumprir", afirma o professor da USP.

Material particulado

Apesar do crescimento dos números de dias em que o ozônio ultrapassou os limites de referência na Região Metropolitana de São Paulo, o relatório da qualidade do ar traz uma boa notícia. A menor circulação de veículos, resultado da queda da atividade econômica, fez cair a concentração de partículas inaláveis suspensas no ar da maior metrópole do país.

Havia três anos que a concentração média anual de partículas inaláveis na região metropolitana de São Paulo estava em 29 microgramas/m³. Em 2020, o relatório registrou o recuou para 27 microgramas/m³. O tamanho e a situação em que se deu esse recuo, dois microgramas/m³ e durante a pandemia, dá a ideia do desafio que é mitigar a emissão de poluentes do ar nas maiores cidades do país.

A estabilidade dos anos anteriores indica que, mesmo sendo mais baixas as emissões por veículos novos, elas tendem a ser compensadas pelo aumento da frota e pelas condições de tráfego.

No ano que vem deve entrar em vigor no país uma nova regulamentação sobre a emissão de poluentes por veículos automotores. "O trabalho a ser feito é em relação aos veículos. Estamos atrasados em relação aos Estados Unidos e União Europeia, mas estamos trabalhando no programa de controle da poluição veicular", diz a diretora-presidente da Cestesb.

O órgão é o responsável pelo aconselhamento técnico do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para a implantação da nova legislação.

Partículas inaláveis causam problemas ao trato respiratório e ao sistema cardiovascular. Não por acaso, uma pesquisa da USP mostrou que se deslocar durante uma hora pelo trânsito paulistano equivale a fumar cinco cigarros, ou um quarto de um maço em apenas 60 minutos.

Publicado na revista Environmental Research, em junho de 2019, o estudo avaliou os pulmões de mais de 400 cadáveres que passaram por autópsia em São Paulo para estabelecer os níveis de exposição aos poluentes durante a vida. Apesar de a poluição ser um problema maior na região central da cidade, quem mora nas periferias e é obrigado a passar mais tempo no trânsito tende a ter mais exposição ao material tóxico presente no ar.

Um dos autores desse estudo, Saldiva afirma que, mesmo sem empenho governamental, a solução para alguns dos problemas ambientais resultantes da poluição deverá vir do próprio setor produtivo, responsável pela maior parte das emissões. "A indústria que não se adaptar e não se atualizar vai estar fora do mercado em pouco tempo", diz.

Novas regras em São Paulo

O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) aprovou em maio novos e mais restritos padrões da qualidade do ar para o Estado de São Paulo, que vão entrar em vigor em janeiro de 2022.

A mudança, que prevê valores mais rigorosos para a concentração de poluentes, faz parte da meta estabelecida por decreto estadual de 2013. A legislação foi elaborada a partir das diretrizes preconizadas pela OMS, em 2005. O plano paulista, porém, se dividiu em três etapas com reduções gradativas antes de atingir a fase final.

O limite para a concentração de ozônio em um período de oito horas, por exemplo, passará a ser de 130 micrograma/m³ no ano que vem, cairá para 120 micrograma/m³ na etapa seguinte e chegará a 100 micrograma/m³ na fase final do plano.

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Lady Gaga dedicou uma música para o noivo, Michael Polansky, durante seu megashow no Rio de Janeiro, na noite de sábado, 3. A cantora americana levou um público de 2,1 milhões de pessoas à praia de Copacabana, segundo a prefeitura da cidade.

"Michael, vou cantar essa canção para 2 milhões de pessoas. Isso é o quanto eu te amo", disse ela na apresentação de Blade of Grass, música do álbum Mayhem que Gaga escreveu em homenagem ao parceiro.

Polansky tem 46 anos, nasceu no estado de Minnesota, nos Estados Unidos, e trabalha com investimentos. Segundo seu perfil no Linkedin, ele se formou na universidade de Harvard e tem um diploma em matemática aplicada e ciências da computação.

Atualmente, ele tem funções em diversas empresas e fundações sem fins lucrativos. Ele ajudou a criar a Fundação Parker, em 2015, ao lado de Sean Parker, um dos fundadores do Facebook, que tem o objetivo de criar mudanças positivas na saúde pública global.

Ele também é creditado como sócio fundador da Hawktail, uma empresa de capital de risco "que investe em tecnologia de estágio inicial e transformacional em ciências da vida, tecnologia climática, tecnologia profunda e software", e da Outer Biosciences, que tem como missão "melhorar a saúde da pele humana."

Ele e Gaga foram apresentados pela mãe da cantora, Cynthia Germanotta, em 2019. Assumiram o namoro publicamente no ano seguinte e revelaram o noivado em 2024. O empresário costuma acompanhar a cantora em turnês e shows - incluindo no Rio - e já compareceu com ela em eventos da indústria da música.

O megashow de Lady Gaga na praia de Copacabana na noite deste sábado, 3, teve repercussão na mídia internacional. Veículos estrangeiros destacaram o público recorde de 2,1 milhões de pessoas, que superou o da apresentação de Madonna (1,6 milhão) no ano passado.

O britânico The Guardian acompanhou a apresentação diretamente do Rio e entrevistou fãs da cantora na praia carioca, incluindo mãe e filha que vieram do Chile para a apresentação. O jornal disse que "a atmosfera era parte frenesi, parte reverência durante a 'ópera gótica' de cinco atos".

A revista americana Variety, tradicional na área do entretenimento, chamou a atenção para o fato de que aquele foi o maior público da carreira de Lady Gaga e o maior de um show feminino em Copacabana (o recorde geral é de Rod Stewart - veja aqui o ranking).

Outro portal americano, o NPR escreveu que "alguns fãs, muitos deles jovens, chegaram à praia de madrugada para garantir um bom lugar, munidos de lanches e bebidas", e aguardaram ao longo dia sob um sol escaldante.

O site alemão Deutsche Welle (DW) também repercutiu o tamanho do público que compareceu ao show e comentou o objetivo da cidade do Rio de Janeiro de ter um megashow em Copacabana todo ano no mês de maio até 2028.

Já o britânico The Telegraph disse que a apresentação "impulsionou" a economia do Rio de Janeiro, repercutindo a informação da prefeitura de que a estimativa era que o show gerasse R$ 600 milhões para a cidade.

A rede britânica BBC também conversou com fãs no local e lembrou que Gaga não se apresentava no Rio desde 2012, já que havia cancelado uma apresentação no Rock in Rio 2017.

"Uma grande operação de segurança foi montada, com 5 mil policiais de plantão e os participantes tendo que passar por detectores de metal. As autoridades também usaram drones e câmeras de reconhecimento facial para ajudar a policiar o evento", destacou o veículo.

O show de Lady Gaga no Rio também repercutiu em veículos como o jornal Público, de Portugal, a CNN americana e as agências de notícias Reuters e Associated Press.

O velório de Millena Brandão, atriz mirim que morreu aos 11 anos na última sexta-feira, 2, após receber um diagnóstico de tumor cerebral, será neste domingo, 4. As informações foram divulgadas pelos pais nas redes sociais da menina.

Ele ocorre a partir das 14h na capela do Cemitério Campo Grande, na zona sul de São Paulo, e será aberto ao público. O enterro tem previsão de início para 17h.

Millena teve morte encefálica e sofreu diversas paradas cardiorrespiratórias nos últimos dias. Ela recebeu um diagnóstico de tumor cerebral e estava internada no Hospital Geral de Grajaú, na capital, desde o dia 29.

A menina foi levada a um hospital no início da semana depois de reclamar de fortes dores de cabeça. Segundo o SBT, ela chegou a ser diagnosticada com dengue em uma unidade, mas, após uma piora no quadro, ela foi transferida para o Hospital Geral do Grajaú, onde médicos realizaram outros exames e identificaram a presença de um tumor no cérebro de cinco centímetros.

Ela estava entubada, sedada e sem respostas neurológicas. Millena seria transferida para o Hospital das Clínicas na quarta-feira, 30, mas sofreu as paradas cardíacas durante a tentativa de transferência.

A família começou uma vaquinha na internet para ajudar no tratamento da menina. No início de sexta, no entanto, postou nos stories da conta de Millena do Instagram a frase "nossa menina se foi".

Millena fez parte do elenco da novela A Infância de Romeu e Julieta, do SBT, e trabalhou como figurante na série Sintonia, da Netflix. Além de trabalhar como atriz, ela também era influenciadora digital e modelo.