SP: escolas de elite têm embate por volta às aulas

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Escolas particulares de elite da capital paulista têm enfrentado embates com professores para abrir, após o aval de Estado e Prefeitura. Algumas tiveram de retomar as aulas presenciais com quase metade dos professores. Outras conseguiram negociar ou ameaçaram demissão para garantir a volta completa do corpo docente.

Professores do ensino infantil, fundamental e médio dizem ter medo da contaminação neste momento da pandemia no País. O Estadão conversou com diretores de escolas e professores, todos na condição de anonimato. Eles contaram que esse é o pior conflito já vivido entre professores e direção de instituições particulares na cidade. "Até nas melhores escolas, a relação está por um fio", disse uma professora.

Em um colégio da zona oeste, a direção recebeu um comunicado de um grupo de professores na véspera da abertura, avisando que não se sentiam seguros e, por isso, não iriam ao trabalho presencial na segunda-feira. O e-mail vinha de um remetente desconhecido e era assinado por um coletivo para que ninguém fosse identificado como líder do movimento.

Em outro mais tradicional, que tem unidades em várias regiões, a intenção dos professores de se organizarem foi rapidamente repelida por um e-mail dos Recursos Humanos, dizendo que as faltas não seriam toleradas. "Não dá para dizer que a reivindicação desses professores não é justa, mas também não posso avaliar da mesma maneira quem está com escola e quem não está", diz um diretor.

Segundo ele, o colégio tem tradição de diálogo e não pretende demitir quem não se apresentou para o trabalho presencial. Muitos ficaram apenas no remoto mesmo com a abertura, mas a ideia é continuar conversando para que todos voltem. "A situação está difícil."

Outra escola também com tradição humanista abriu a unidade, mas apenas professores até o 3.º ano do fundamental apareceram para trabalhar. Em reunião esta semana, o clima foi tenso entre docentes e coordenação, com exigência de que todos comparecessem na semana que vem. Muitos dizem temer demissões. "Essa questão do serviço está ficando muito mais forte que a educação. A abertura no pior momento da pandemia não está de acordo com o projeto político pedagógico que a escola sempre pregou", diz uma docente.

A direção das instituições tem do outro lado os pais que defendem a abertura. Em muitas, eles representam metade ou a maioria, segundo pesquisas internas. Quem mais se posiciona a favor das aulas presenciais são os que têm crianças de até 10 anos, cujo ensino online não é recomendado ou funciona menos. Para esta professora, a direção está cedendo à pressão dos pais, que ameaçam tirar os filhos da escola.

Os diretores também sustentam que é inviável manter a escola fechada quando há autorização oficial para abertura no Estado e na cidade. E reconhecem uma falta de confiança nas autoridades governamentais vinda dos professores, o que dificulta o diálogo.

"Simplesmente eles estão se recusando a trabalhar em um serviço que foi reconhecido como essencial. Não podem pautar o retorno esperando 100% da escola vacinada porque isso não é razoável", diz uma mãe, cuja filha foi ao presencial e encontrou uma profissional substituta. "Eles não estão pensando nas crianças e em como esse vínculo com a professora é um eixo fundamental da educação." Já para o presidente do sindicato dos docentes (Sinpro), Luiz Antonio Barbagli. "esse movimento só vai diminuir quando as questões sanitárias forem resolvidas".

Contraponto

Também há muitos pais que apoiam a posição dos professores. Alunos de vários colégios divulgaram na semana passada uma carta dizendo que a reabertura autorizada pelo governo era "'irresponsável". Segundo o documento, com 516 nomes, há estudantes das seguintes escolas entre os que desaprovam a abertura: Avenues, Albert Sabin, Bandeirantes, Equipe, Madre Cabrini, Miguel de Cervantes, Objetivo, Oswald de Andrade, Palmares, Mackenzie, Rainha da Paz, Rio Branco, Santa Clara, Santa Cruz, São Domingos, São Luís, Vital Brazil, Escola da Vila, Luminova, Móbile, Nossa Senhora das Graças (Gracinha), Vera Cruz, Lycée Pasteur, entre outras. Algumas, como Equipe e São Domingos, sequer abriram depois do aval do governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Heleninha Roitman, empoderamento feminino, aborto e carnaval: no Roda Viva desta segunda-feira, 5, Paolla Oliveira reviveu temas que permeiam sua carreira durante a entrevista.

"Quando a gente fala sobre as questões femininas, tem sempre um entorno que leva a gente a se aprisionar. Parte tudo do mesmo lugar: ter o corpo que a gente quer, se sentir bonita da maneira que a gente é, escolher ter filhos. Escolher fazer um aborto", explicou a atriz.

"Acho que isso é uma escolha da mulher, e eu sou a favor. É uma decisão da mulher, tem que ser. Acho um grande retrocesso a gente não pensar nisso como uma possibilidade."

A intérprete de Heleninha em Vale Tudo, personagem cuja trama gira em torno do alcoolismo, explicou algumas das motivações do trabalho: "A Heleninha, a gente tem ela quase que como um estereótipo. A mulher da crise, a mulher do escândalo, a bêbada. Para mim, ela é mais. Penso que ela é uma mulher com tantas camadas, desafios, conflitos."

"A novela é super atual [...] Procurei muito sobre as mudanças do alcoolismo de lá para cá, então eu vejo que [o Brasil] mudou bastante, mas que os estigmas continuam", disse, sobre o remake de Vale Tudo.

Paolla também abordou temas relacionados ao empoderamento da mulher, como as críticas ao seu corpo e a visão da beleza.

"De longe, não sou a única mulher a levar isso, mas eu me via nessa roupa. Nessa roupa que não cabia, nessa forma pequena. Precisei arrumar um lugar de libertação."

Questionada sobre sua decisão pessoal de não ter filhos, argumentou: "Eu não tenho mais vergonha de dizer [que não quero ter filhos]. A maternidade é uma coisa tão linda, grandiosa, especial. Tem que ser uma decisão, uma escolha."

Ela, que saiu do posto de rainha de bateria da para voltar às telas da Globo, ponderou sobre o carnaval ser uma celebração cultural e histórica. "Tenho o carnaval nesse lugar muito especial [...] O carnaval virou esse lugar de libertação do corpo."

Ela ainda palpitou sobre quem deveria substituí-la no posto. "Eu acho que deveria ser uma pessoa da comunidade [...] Muito do prestígio que eu tive lá foi por conta de eu estar perto da comunidade. Seria bacana", opinou também.

A entrevista de Paolla para o Roda Viva foi realizada por Carolina Morand, Paola Deodoro, Chico Barney, Marcia Disitzer e Nilson Xavier. A apresentação é de Vera Magalhães.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais.

Miguel Falabella, de 68 anos, recebeu alta hospitalar após passar por uma cirurgia de uma hérnia de disco na última sexta-feira, 2. O ator já está em casa, onde iniciou o processo de recuperação com sessões de fisioterapia.

"Estou em casa, estou bem, caminhando devagarinho. Queria agradecer ao Dr. Davi por ter feito a cirurgia, porque me devolveu o sorriso ao rosto", disse ele em vídeo publicado nas redes sociais. Segundo o ator, o processo de recuperação envolve repouso e acompanhamento fisioterapêutico, já iniciados.

O artista havia comunicado na quinta-feira, 1º, que precisaria se afastar das apresentações do espetáculo Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum, em cartaz em São Paulo, por conta das fortes dores causadas pela hérnia de disco. Durante sua ausência, o ator Edgar Bustamante assumiu o papel nas sessões, que seguiram até o domingo, 4.

Nas redes sociais, Falabella também agradeceu ao carinho do público e ao apoio recebido nos últimos dias. "Recebi muitas mensagens de gente que teve essa dor e sabe o que é. Obrigado pelas boas vibrações, pois tenho certeza que ajudaram muito."

Sargento Rock, filme inspirado no personagem clássico da DC Comics, foi cancelado pelo estúdio após meses de desenvolvimento. O longa seria dirigido por Luca Guadagnino (Queer) e protagonizado por Colin Farrell. O roteiro estava sendo escrito por Justin Kuritzkes, que trabalhou com o diretor italiano em produções recentes, como Queer e Rivais.

De acordo com o The Wrap, a causa do cancelamento é um mistério, mas o portal descartou qualquer motivo financeiro. Estima-se que a produção, que acompanha um soldado da Segunda Guerra Mundial, custaria menos de US$ 70 milhões, metade do orçamento normalmente disponível para adaptações de quadrinhos.

Mesmo sem Sargento Rock, o calendário de Guadagnino para os próximos anos segue lotado. O diretor comandará uma nova adaptação de Psicopata Americano, livro de Bret Easton Ellis que foi transformado em filme em 2000. Além disso, ele ainda dirige After the Hunt, já em pós-produção, Camere Separate, estrelado por Léa Seydoux (Duna: Parte 2) e Josh O'Connor (Rivais), e uma sequência de Me Chame Pelo Seu Nome, lançado em 2017.

DURÃO

Sargento Rock foi apresentado nos quadrinhos da DC Comics em 1959 e fez sua estreia na edição nº 81 da revista Our Army at War. O personagem é um soldado durão que lutou durante a Segunda Guerra, liderando a Companhia Moleza.

Uma versão de Rock foi apresentada na série animada Comando das Criaturas, escrita por James Gunn, copresidente do DC Studios, e lançada na Max em 2024. O personagem foi dublado por Maury Sterling.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.