'Se fosse em Copacabana, eles já tinham resolvido'

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Foi-se o tempo em que a comerciante Laureana Souza não tinha sossego durante o expediente. Hoje, quem chega à pequena mercearia que ela mantém ao lado da Estação Palmeiras do Teleférico do Alemão a encontra sentada e lendo a Bíblia. Poucas pessoas passam ali, e o estabelecimento - que já chegou a faturar R$ 1,5 mil por dia no período de funcionamento do modal - fica à espera de algum cliente, que às vezes não vem. Se consegue lucrar de R$ 5 a R$ 10 no dia, calcula, é muito.

Última estação do teleférico que funcionou de 2011 a 2016 no complexo de favelas, a Palmeiras vivia repleta de turistas e moradores da região. Em 2012, primeiro ano cheio de funcionamento, o modal transportou em média 10 mil passageiros por dia. Via cabo, as pessoas que moram no conjunto de morros tiveram, pela 1ª vez, integração oficial com o sistema de trens. Após o acesso gratuito ao teleférico, embarcavam nos trilhos na estação Bonsucesso.

"O golpe na gente foi na hora que acabou. Não teve governador, ninguém aqui para dar um motivo dessa queda para a gente. Se fosse no Pão de Açúcar ou Copacabana, isso já estaria resolvido. Como é dentro da favela, não se preocupam", aponta.

Outro impacto do teleférico envolveu a geração de empregos durante as obras. O marido da dona de casa Renata Alfama, de 35 anos, trabalhou na construção e conseguiu, com aquela oportunidade, construir a casa em que moram até hoje. "Olho minha casa e penso: foi o teleférico", diz ela.

Desempregada há um ano e quatro meses, a ex-caixa de supermercado está com problema no joelho. A dor dificulta o acesso ao ponto alto do Morro do Alemão, onde mora. "A gente já sofre tanta coisa por morar em ponto alto de comunidade, um descaso geral", diz. "Com dinheiro sobrando, dá para pegar a kombi (R$ 3), mas nem sempre vai ter", afirma Renata.

Acesso

Os moradores cobram que ao menos os prédios das estações sejam usados para atividades que antes ocupavam aqueles espaços, como bibliotecas, Clínicas da Família ou áreas de esporte. Teleférico favorecia deslocamentos na comunidade e para o asfalto

Com 3,5 quilômetros de extensão, o teleférico era de graça para moradores. Facilitava o acesso ao asfalto - levando dali a regiões centrais do Rio - e também ajudava no deslocamento interno, num complexo marcado pelo vaivém de ladeiras.

Dona de uma lojinha de salgados na entrada do Morro da Baiana, um dos que integram o conjunto, a moradora Alda Costa, de 41 anos, vive perto da estação de mesmo nome, no alto da favela. Quando o teleférico funcionava, trabalhava na zona sul e contava com as gôndolas para chegar ao trem. Hoje dependeria de kombi e ônibus, antes de embarcar nos trilhos.

Após deixar o emprego na área mais rica da cidade, abriu a lojinha. Durante o dia, ela precisa ir e voltar de casa para o trabalho mais de uma vez - a pé. "Faz muita falta, era rápido. Até hoje o povo comenta. Mas, pelo tempo que já está parado, muita gente já perdeu a esperança."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O principal representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, viajará para Genebra, na Suíça, ainda esta semana, onde terá encontro com seu homólogo da China para discutir questões comerciais, informou o escritório de Representação do Comércio americano (USTR, na sigla em inglês) nesta terça-feira. O comunicado não citou o nome da autoridade chinesa que participará da reunião.

Greer também se reunirá com a missão da Representação Comercial dos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC). A viagem prevê ainda encontro com a presidente da Suíça, Karin Ketter-Sutter, para discutir negociações sobre comércio recíproco.

"Sob a orientação do Presidente Trump, estou negociando com os países para reequilibrar nossas relações comerciais, a fim de alcançar reciprocidade, abrir novos mercados e proteger a segurança econômica e nacional dos Estados Unidos", disse Greer no comunicado.

"Espero ter reuniões produtivas com alguns dos meus colegas", pontuou.

High in the Clouds, livro infantil de Paul McCartney publicado em 2005, será adaptado em animação com elenco de voz composto por nomes famosos. Os personagens principais serão dublados por Celine Dion, Himesh Patel (protagonista do longa Yesterday) e Hannah Waddingham. A informação é da revista Variety, que também cravou participação do ex-Beatle Ringo Starr no filme.

Idris Elba, Lionel Richie, Jimmy Fallon, Clémence Poésy, Pom Klementieff e Alain Chabat também estão entre os que emprestarão suas vozes à trama de McCartney. O livro foi escrito pelo astro junto do britânico Philip Ardagh, e ilustrado por Geoff Dunbar.

A animação será dirigida por Toby Genkel, de Epa! Cadê o Noé? e O Fabuloso Maurício. O roteiro é de Jon Crocker, de Paddington 2, e o design de produção é de Patrick Hanenberger, de A Origem dos Guardiões.

Ainda segundo a Variety, o filme contará com composições originais de McCartney e trilha sonora de Michael Giacchino, ganhador do Oscar por Up: Altas Aventuras.

A Warner oficializou nesta terça-feira, 6, a sequência de Da Magia à Sedução, clássico cult de 1998 estrelado por Sandra Bullock e Nicole Kidman. O estúdio confirmou o retorno de ambas as atrizes. Akiva Goldsman, um dos roteiristas do filme original, escreve a sequência, que terá direção de Susanne Bier (O Casal Perfeito).

Inspirado no livro de Alice Hoffman, Da Magia à Sedução acompanha Sally e Gillian Owens, duas irmãs bruxas criadas em uma pequena cidade de Massachusetts que tentam quebrar uma maldição ancestral que as impede de encontrar um amor. Além de Bullock e Kidman, o elenco contava ainda com Dianne Wiest, Stockard Channing e Evan Rachel Wood.

Em seu lançamento original em 1998, Da Magia à Sedução não teve sucesso, arrecadando apenas US$ 68,3 milhões nas bilheterias mundiais, valor bem abaixo de seu orçamento, estimado em US$ 75 milhões. Além disso, o filme foi mal recebido pela crítica especializada da época. A produção, no entanto, ganhou status cult após seu lançamento em home video e, mas recentemente, sua chegada ao streaming.

O novo filme adaptará O Livro da Magia, capítulo final da saga de fantasia de Hoffman lançado em 2021. A história mostrará a família Owens voltando para a Europa, onde sua ancestral conjurou a maldição que as afeta há séculos, descobrindo segredos e testando os limites de seus poderes.

A sequência de Da Magia à Sedução estreia em 18 de setembro de 2026 nos Estados Unidos. O filme original está disponível para streaming na Max.