Com a presença de grandes nomes da literatura nacional e estrangeira, começa nesta quarta, dia 30, a 23.ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, que vai até o domingo, 3 de agosto e já está com quase todas as mesas esgotadas. Para quem não estiver na cidade, é possível assistir aos debates ao vivo pelo canal oficial do evento no YouTube - são cerca de seis por dia. Abaixo, você confere alguns dos destaques para ver de casa.
Entre os principais nomes da Flip 2025 estão a jornalista e escritora espanhola Rosa Montero, autora de O Perigo de Estar Lúcida; a sueca Liv Strömquist, um dos grandes nomes dos quadrinhos na atualidade; o italiano Sandro Veronesi, conhecido por O Colibri; e o português Valter Hugo Mãe; em mesa extra que vai discutir a adaptação cinematográfica do livro O Filho de Mil Homens.
Neste ano, a curadora da Flip é novamente Ana Lima Cecilio, profissional com 20 anos de experiência no mercado editorial e passagens por Globo Livros e Carambaia. Ao Estadão, ela diz ter boas expectativas e avalia a programação principal como "mais equilibrada" que a do último ano.
"Tem muita literatura, poesia, mesas superliterárias, como a do Sandro Veronesi ou a da Rosa Montero, mas não dá para não falar de política. Tenho uma postura de achar que o livro é sempre político. Seja um livro de poemas, um romance ou não ficção, ele é sempre um recorte do mundo", explica Ana Lima.
A Flip terá também a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva, que foi convidada não por ser ministra ou figura do governo, mas, sim, por ser "uma das maiores representantes dessa luta incontornável e urgente" pela preservação do meio ambiente, diz Ana.
Outra mesa de tom político será a do historiador israelense Ilan Pappe, autor de A Maior Prisão do Mundo, que vai discutir as origens e consequências do atual conflito na Palestina em conversa mediada pela historiadora Arlene Clemesha.
Homenageado
Já o tom mais literário da festa vem do escritor e poeta Paulo Leminski (1944-1989), o homenageado da vez. Nascido em Curitiba, filho de pai polonês e mãe negra, ele foi um dos grandes poetas brasileiros do século 20, reconhecido por unir o erudito e o popular e por levar a poesia às listas de mais vendidos.
Leminski morreu em 1989, aos 44 anos, vítima de cirrose hepática. Em 2013, a Companhia das Letras lançou sua antologia poética, Toda Poesia, que se tornou fenômeno literário, com mais de 170 mil exemplares vendidos naquele ano.
A poeta Alice Ruiz, companheira de Leminski, é uma das convidadas e um dos destaques do ano. E o cantor e compositor Arnaldo Antunes foi escalado para a mesa de abertura, que vai homenagear o poeta.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.