Justiça penhora 10% da aposentadoria de policiais condenados por propina de R$ 200

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A Justiça de Cuiabá determinou a penhora de 10% da aposentadoria de dois policiais civis - Dorothy Rodrigues da Luz e Sivaldo Aparecido Ribeiro, condenados por exigirem propina de R$ 200 de uma contadora e seu namorado. Com a decisão, parte da aposentadoria dos policiais será usada para quitar dívidas indenizatórias de R$ 150 mil e R$ 155 mil, respectivamente.

O caso ocorreu em 2013, quando a contadora perdeu o controle da moto em que viajava e colidiu na traseira de um carro. Já no pronto-socorro, o casal foi abordado por dois policiais que os ameaçaram com a apreensão da CNH da contadora. Segundo relataram, os policiais disseram que a situação poderia ser "resolvida de outra forma", mediante o pagamento de R$ 200 em propina.

Antes de fazer o pagamento, o casal procurou a Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso. Os dois foram orientados a fotografar o número de série das cédulas que seriam entregues aos policiais, a fim de possibilitar a prisão em flagrante. A ação teve êxito: os corregedores conseguiram prender Dorothy Luz e Sivaldo Ribeiro, que, conforme o previsto, aceitaram o dinheiro falso.

Dorothy e Sivaldo foram processados pelo Ministério Público de Mato Grosso por ato de improbidade administrativa. Em primeira instância, os policiais foram condenados à perda da função pública, pagamento de multa, proibição de contratar com o poder público por 10 anos e também à suspensão dos direitos políticos.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso reverteu parte da sentença, mantendo a aposentadoria de Dorothy Rodrigues da Luz e a função pública de Sivaldo de Souza - que ainda não estava inativo, à época. A Corte manteve a condenação ao pagamento de indenização, fixada em R$ 230 mil.

Como os valores não foram quitados pelos policiais, o juiz Bruno D'Oliveira Marques, da Vara de Ações Coletivas de Cuiabá, em setembro de 2024 - quase 11 anos após o fato - determinou o bloqueio de bens dos acusados, já aposentados, agora no valor de R$ 300 mil, até o pagamento integral da indenização.

Defesa

A defesa dos policiais civis propôs que o pagamento fosse feito por meio da penhora de parte das aposentadorias, destinando-se uma fração mensal ao pagamento da dívida.

Ao analisar o pedido, o juiz reconheceu que, embora a regra geral estabeleça a impenhorabilidade de salários e aposentadorias, é possível reter até 30% desses valores para que o devedor arque com suas obrigações, desde que tal medida não comprometa a subsistência familiar."A doutrina e a jurisprudência reconhecem a possibilidade de mitigação da regra de impenhorabilidade para viabilizar a efetividade da tutela jurisdicional, desde que preservada a subsistência do devedor", destacou Bruno D'Oliveira Marques. "Assim, admite-se, excepcionalmente, a penhora de percentual que não comprometa sua dignidade, notadamente o limite de até 30% dos rendimentos líquidos."

O juiz considerou excessiva a proposta do Ministério Público estadual, que pleiteava a penhora de 30% do valor das aposentadorias. Segundo ele, os policiais demonstraram possuir gastos elevados com empréstimos consignados e despesas médicas.

Para o juiz, 'revela-se excessiva a constrição no patamar de 30%, recomendando-se a redução para 10% da aposentadoria de cada executado, com vistas à observância dos princípios da dignidade da pessoa humana, da razoabilidade e da proporcionalidade'.

Serão retidos 10% do valor líquido das aposentadorias dos policiais Sivaldo Ribeiro e Dorothy Rodrigues da Luz, até que a dívida seja quitada.

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O Cavaleiro dos Sete Reinos, nova série derivada de Game of Thrones e inspirada no universo de As Crônicas de Gelo e Fogo, acaba de ganhar previsão de estreia. Segundo a HBO, a série chega ao streaming em janeiro de 2026.

A nova série não tem uma conexão direta com A Casa do Dragão, visto que a história se passa cerca de 70 anos após a guerra civil Targaryen, tema central da história com Olivia Cooke e Emma D'Arcy, e antes dos eventos de Game of Thrones. A trama acompanha o bravo cavaleiro Sor Duncan, o Alto, e seu fiel escudeiro Egg, em aventuras pelos Sete Reinos.

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Olhar inédito sobre uma história conhecida

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De acordo com a plataforma, a proposta da série é permitir que Galisteu apresente sua versão dos fatos com autonomia e sob sua própria narrativa, em um formato documental que mistura entrevistas, reconstituições e passagens por locais marcantes da relação entre os dois.

Criada por Ryan Murphy, Monstro: A História de Ed Gein segue no topo das séries mais vistas da Netflix desde sua estreia, no último dia 3. Inspirada na história real do serial killer estadunidense, a produção é apenas uma das várias adaptações de histórias reais disponíveis na plataforma.

Além de títulos já disponíveis como O Grito, Inacreditável, Enfermeira, Selena: A Série e as outras duas temporadas de Monstro focadas nos irmãos Menendez e em Jeffrey Dahmer, a Netflix prepara para os próximos dias outros lançamentos inspirados em histórias reais. Confira:

Medo Real (série)

Produzida pelo famoso diretor de terror James Wan (Jogos Mortais), Medo Real é uma série documental que recria eventos paranormais assustadores que tomaram conta de tabloides estadunidenses. Usando entrevistas de testemunhas e filmagens que recriam esses momentos de forma imersiva, a série promete sustos e momentos empolgantes tanto para fãs de terror quanto para aqueles que acreditam no sobrenatural.

Medo Real estreia na Netflix nesta terça-feira, 7 de outubro.

Meu Pai, o Assassino BTK (filme)

Meu Pai, o Assassino BTK é um documentário sobre a história diabólica de Dennis Rader, que por anos aterrorizou a área de Wichita e Park City, no Kansas. Apelidado de Assassino BTK por causa de seus métodos sádicos (bind, torture, kill, ou "amarrar, torturar, matar", em português), o serial killer evadiu a polícia por anos, se escondendo no meio de sua comunidade como um respeitado pai de família. Além de especialistas no caso, o longa conta com depoimentos de uma das filhas de Rader, Kerri Rawson, que relata ainda os abusos sexuais que o pai cometeu contra ela na infância.

Meu Pai, o Assassino BTK estreia em 10 de outubro na Netflix.

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Inspirada no livro homônimo de Tamara Trottner, Ninguém Nos Viu Partir conta a história real da mãe da autora e sua saga por diversos países para encontrar os filhos após eles serem sequestrados de sua casa no México pelo pai. Motivado por uma traição, o patriarca abre um processo de divórcio e foge para a Europa, e eventualmente para a África do Sul, com os dois filhos do casal sem avisar à mãe. Desesperada, ela aciona diversas autoridades nacionais e internacionais para encontrar o ex-marido e os filhos.

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Usando filmagens adquiridas a partir de câmeras corporais de policiais, A Vizinha Perfeita segue o caso do assassinato de Ajike Owens, de 35 anos, pela vizinha, Susan Lorincz, de 58 anos, em 2023. Mulher branca, Lorincz tinha histórico de intimidação e xingamentos racistas a crianças negras do bairro, fazendo seguidas ligações para a polícia toda vez que os jovens brincavam na rua.

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