'É só organizar o pagamento', disse 'Bombom' ao liberar helicóptero usado pelo PCC

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Mensagens encontradas no celular do investigador Marcelo Marques de Souza, o Bombom, da Polícia Civil de São Paulo, foram o ponto de partida da Operação Agusta, deflagrada nesta quarta-feira, 25, que levou o policial novamente à prisão.

Os diálogos reconstituem como Bombom cobrou propinas para liberar um helicóptero usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para transportar drogas, dinheiro e lideranças da facção.

A aeronave havia sido apreendida pela 6ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Facções Criminosas e Lavagem de Dinheiro, da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio, no Campo de Marte, em abril de 2022.

Quatro meses depois, em agosto de 2022, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), onde o investigador trabalhava, lavrou o auto de restituição da aeronave em nome do empresário e piloto de Fórmula Truck Roberval de Andrade, dono do helicóptero. O Estadão busca contato com as defesas.

Com base no auto de restituição, o empresário conseguiu autorização judicial para reaver a aeronave. A decisão foi tomada pelo desembargador Ivo de Almeida, denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e advocacia administrativa na Operação Churrascada. O magistrado, que está afastado das funções no Tribunal de Justiça de São Paulo desde junho do ano passado, não é alvo deste inquérito.

Em conversas com o empresário, Bombom afirma que a liberação do helicóptero dependeria apenas de "arrumar o dinheiro".

"Vê se tudo tiver do mesmo jeito é só você ir organizando o pagamento aí, o resto a gente vem pra cá e manda brasa. Aqui já tá meio desenrolado, tá mais precisando de concluir o pagamento mesmo (sic)", afirma o investigador em mensagem de áudio.

Roberval de Andrade também foi preso nesta quarta. Segundo a Polícia Federal, Bombom vinha "protegendo" o empresário de problemas legais em várias situações, "utilizando sua posição para uma 'intermediação' parcial que o favoreça".

Os investigadores identificaram depósitos de Roberval em contas indicadas por Bombom. Em fevereiro de 2023, o investigador recebeu R$ 75 mil.

Os dois mantinham uma relação próxima, de acordo com o inquérito. Em uma conversa, Marcelo Bombom envia um vídeo de um saco com drogas e escreve: "Olha seu presente campeão".

Nas redes sociais, onde 39 mil o seguem, Roberval exibe a rotina de treinos e campeonatos ao redor do Brasil.

'Tá em casa'

Outro investigador da Polícia Civil, Sérgio Ricardo Ribeiro, o 'Serginho Denarc', também foi preso na Operação Agusta por suspeita de auxiliar Bombom. De acordo com a PF, ele ajudou a encerrar uma investigação sobre uma empresa de comércio exterior, a pedido do colega.

"Fica sossegado Bombom, tranquilo, é seu parceiro tá em casa, já tá atendido. Ele nem vai ser ouvido, entendeu", afirma Sérgio em uma das mensagens obtidas pela PF.

Ao pedir as prisões à Justiça, o delegado Hugo Leonardo Mariano Mendonça, responsável pela investigação, argumentou que os investigados têm "capacidade intimidatória" e acesso privilegiado em razão dos cargos, o que poderia colocar em risco o inquérito.

"A corrupção policial representa uma grave ameaça à integridade das instituições democráticas e à segurança pública. Seu combate exige a aplicação rigorosa do arcabouço normativo penal e administrativo", diz a representação da PF.

A operação foi autorizada pelo juiz Luigi Monteiro Sestari, do Fórum Criminal da Barra Funda, Ele considera que os investigadores são "um risco contemporâneo ao bom andamento não só desta investigação, como também aos interesses do Estado no combate ao crime organizado"

"Os indícios de materialidade e autoria foram demonstrados nos autos, consistindo nos trechos de diálogos por áudio e mensagens em que os investigados Marcelo e Sérgio, policiais civis, trocam entre si, que indicam que eles solicitaram e/ou receberam vantagem indevida, em razão de sua função, com vistas a interferir em investigações, além de terem violado sigilo de investigação policial para atender interesse privado", diz a decisão.

COM A PALAVRA, OS CITADOS

A reportagem busca contato com as defesas. O espaço está aberto para manifestação

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Uma fala de Amado Batista sobre estar solteiro em um show na noite de quarta-feira, 25, e a conta do Instagram fora do ar de esposa do cantor, Cálita Franciele, formaram a combinação perfeita para que os fãs do cantor desconfiassem que o casamento com a Miss Mato Grosso tivesse chegado ao fim após apenas três meses.

"Fiquei solteiro, sozinho de novo. Tá vendo? Dizem que vida de solteiro é melhor que vida de casado. Não sei. Quem tá apaixonado não vai concordar com isso […] Se não for por amor eu não fico", disse o cantor em cima do palco no Arraiá do Povo, em Aracaju.

Mas tudo não passou de um mal-entendido, segundo a assessoria do cantor. O trecho do show em que Amado fala sobre estar solteiro faz parte da introdução da música Vida de Solteiro, gravada por ele em 2022, dois anos antes de conhecer Cálita.

O cantor de 74 anos se casou com a miss 50 anos mais nova em 15 de março. A cerimônia aconteceu na fazenda dele localizada em Cocalinho, no interior do Mato Grosso. O local é avaliado em R$ 350 milhões.

Esposa nega separação

A equipe jurídica da esposa de Amado Batista emitiu uma nota negando a separação. "A senhora Cálita Franciele foi surpreendida, na presente data, com a veiculação de notícias inverídicas que afirmam, de forma leviana, que ela estaria separada de fato de seu marido, o Sr. Amado Batista", diz o texto.

"Por meio de sua assessoria jurídica, a senhora Cálita nega categoricamente a existência de qualquer separação, esclarecendo que tal informação é falsa e não possui qualquer respaldo na realidade dos fatos. Trata-se, portanto, de uma narrativa inventada, disseminada com o único propósito de constranger o casal e gerar repercussão negativa."

Instagram fora do ar

A equipe jurídica também esclareceu o fato de a conta de Cálita Franciele estar fora do ar no Instagram, que não teria nenhuma relação com os boatos de separação. Por enquanto, a esposa de Amado Batista está usando uma conta reserva para se comunicar com os seguidores.

"Quanto à sua ausência nas redes sociais, em especial no Instagram, a assessoria esclarece que a conta da senhora Cálita foi temporariamente bloqueada pela própria plataforma, por motivo ainda desconhecido. Já estão sendo avaliadas e serão adotadas as medidas judiciais cabíveis para o imediato restabelecimento de seu acesso."

Em suas redes sociais, Amado Batista republicou vídeos do show em Aracaju e não deve se pronunciar sobre o mal-entendido em relação à vida pessoal, informou a assessoria de imprensa do cantor.

O julgamento de Sean "Diddy" Combs, que começou em 12 de maio, está em sua fase final.

O magnata da música responde a acusações que envolvem tráfico sexual, coação, distribuição de drogas e uso de armas de fogo. O caso é conduzido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que afirma ter evidências de que Diddy liderou uma rede sofisticada de exploração sexual por mais de duas décadas.

Agora, segundo a Variety, a promotoria está dizendo que o rapper é "líder de organização criminosa". A procuradora-assistente Christy Slavik alegou que Diddy sempre foi um homem muito poderoso, mas que conseguiu mais poder e influência devido ao apoio de seu círculo íntimo e sua empresa que, segundo ela, tem como objetivo proteger o rapper.

"Ele [Diddy] é o líder de uma organização criminosa. Ele não aceita não como resposta, e agora vocês sabem sobre muitos crimes que o réu cometeu com membros de sua organização", alegou.

Ela então passou a listar os crimes pelos quais o rapper é acusado e focou no tráfico sexual, que foi chamado de "crime brutal."

Ainda de acordo com a Variety, a procuradora-assistente falou sobre dois episódios de agressão: quando Diddy agrediu Cassie Ventura em 2016 e quando ele agrediu Jane (pseudônimo da testemunha) em 2024. "São capítulos do mesmo livro", disse.

Christy lembrou que, no caso de Cassie, ele pagou o hotel onde a agressão aconteceu para que o vídeo do ataque fosse apagado e também mencionou que o músico sempre tinha drogas a seu dispor, para uso próprio e para as vítimas.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Léo Lins, humorista que foi condenado a oito anos e três meses de prisão por "discursos preconceituosos contra diversos grupos minoritários" em uma apresentação divulgada no Youtube, voltou aos palcos na última quinta-feira, 19.

Ele se apresentou no Teatro Gazeta, em São Paulo, e lotou o local com 720 pessoas.

Segundo O Globo, o humorista falou sobre alguns dos processos que fizeram com que ele fosse condenado e citou Preta Gil, que moveu uma ação contra ele em 2019, quando Léo Lins a comparou com uma "porca".

"A Preta Gil veio me processar por causa de uma piada de anos atrás. Três meses depois que chegou o processo, ela apareceu com câncer. Bom, parece que Deus tem um favorito. Acho que ele gostou da piada. E pelo menos ela vai emagrecer", disse ele, de acordo com o veículo.

A pedido de seus advogados, o humorista proibiu o uso de celulares, que foram lacrados no início da sessão.

Entenda o caso de Léo Lins

O vídeo que gerou a condenação de Léo Lins, produzido em 2022, mostra o show "Pertubador" no qual o humorista fez uma série de declarações contra negros, idosos, obesos, portadores de HIV, homossexuais, indígenas, nordestinos, evangélicos, judeus e pessoas com deficiência.

Em agosto de 2023, quando a veiculação no YouTube foi suspensa por decisão judicial, a publicação tinha mais de três milhões de visualizações.

A disponibilização do vídeo pela internet e a "grande quantidade de grupos sociais atingidos" foram fatores que a Justiça Federal considerou para aumentar a pena aplicada ao comediante.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais