Brasil tem recorde de feminicídios: 4 mulheres são mortas por dia

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O Brasil registrou em 2024 o maior número de casos de feminicídio da série histórica (desde 2020), de acordo com o Mapa da Segurança Pública, divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta quarta-feira, 11. Os dados mostram que quatro mulheres são mortas por dia em contextos de violência doméstica, familiar ou por menosprezo e discriminação. Os casos de estupro também chegaram ao maior número em cinco anos.

Os assassinatos de mulheres alcançaram o maior patamar da série histórica, com 1.459 casos em 2024, aumento de 0,69% em relação a 2023. A taxa se manteve a mesma do ano anterior, com 1,34 caso a cada 100 mil mulheres. Desde o ano de 2020, verifica-se um crescimento gradual no número absoluto de feminicídios ocorridos no País.

Durante encontro com a imprensa para comentar os dados, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, classificou o crescimento como "insignificante" e disse que estatisticamente os números estão no mesmo patamar do ano anterior. O ministro atribuiu o aumento de casos a uma questão estrutural, porque, mesmo enquanto outros índices estão em queda, como o de homicídios, a violência de gênero continua em alta. "O que posso dizer é que talvez a violência contra a mulher seja algo estrutural. Assim como o racismo estrutural, talvez seja uma característica absolutamente negativa, intolerável, da sociedade brasileira", disse.

Lewandowski afirmou que o governo federal tem investido em políticas para reduzir os índices de violência e promover o acolhimento às mulheres. Uma das iniciativas citadas foi o programa Antes que Aconteça, voltado a reforçar o envio de recursos para ações de prevenção da violência contra mulher.

Entre os objetivos estão o fortalecimento da Lei Maria da Penha; a construção de políticas públicas de Justiça e segurança pública; ampliação das políticas de acesso à Justiça para mulheres; e formação, capacitação e produção científica em direito das mulheres. Lewandowski mencionou ainda a criação das "Salas Lilás", instituições voltadas para acolhimento de mulheres vítimas de violência em delegacias e órgãos do sistema de Justiça.

Exemplo

Um dos casos recentes qualificados como feminicídio aconteceu perto da Rua 25 de Março, um dos mais importantes centros do comércio popular da capital paulista, no fim do ano passado. A empresária e influenciadora da área de beleza Gianeriny Santos Nascimento, conhecida como Jane Dom Doca, foi baleada e morta pelo ex-marido em novembro do ano passado, à luz do dia, diante de dezenas de frequentadores da região, o que provocou grande tumulto e correria. A empreendedora de 42 anos levou dois tiros no abdômen.

O empresário Denilson Bento, apontado como autor dos disparos pela polícia, foi preso. O caso foi registrado na 1.ª Delegacia de Defesa da Mulher como feminicídio.

Divisão

Os Estados com maiores taxas de aumentos, conforme o mapeamento nacional são: Piauí (42,86%), Maranhão (38%), Paraná (34,57%) e Amazonas (30,43%).

A análise regional mostra que, assim como no ano anterior, a Região Centro-Oeste manteve a maior taxa do País, com 1,87 feminicídio a cada 100 mil mulheres, acima da média nacional. Em contraste, a Região Sudeste apresentou a menor taxa, com 1,16 caso por 100 mil mulheres, embora tenha concentrado o maior número absoluto de vítimas, com 532 registros.

Os municípios com maior quantidade de vítimas em 2024 foram Rio de Janeiro e São Paulo, ambos com 51 casos. Ao falar desse tipo de crime, recentemente, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo destacou que "o combate à violência contra a mulher tem sido tratado como prioridade". "O governo estadual tem investido em políticas públicas, estimulando a denúncia e promovendo melhorias no atendimento às vítimas. São Paulo tem a maior rede de DDMs do País, com 141."

Estupro

Os casos de estupro chegaram ao maior número dos últimos cinco anos, com 83.114 ocorrências. Em média, foram 227 pessoas estupradas por dia, sendo 86% do sexo feminino. Nos últimos cinco anos, o crime teve aumento de 25,8%. A Região Sudeste apresentou uma maior concentração de estupros em números absolutos (29.007). Entretanto, a Região Norte lidera com a maior taxa do País, com 62,44, seguida pelo Centro-Oeste (57,73).

O Estado de São Paulo liderou em números absolutos, com 15.989 casos. Já nas taxas por 100 mil habitantes, o maior índice foi registrado em Rondônia (87,73), seguido por Roraima (84,68) e Amapá (81,96).

Os dados indicam crescimento contínuo nos registros de estupro ao longo dos últimos anos. Em 2023, foram relatadas 82.204 vítimas, o que representou um aumento de 1,06% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 79.741 estupros.

Razões

Para a advogada Maíra Recchia, presidente da Comissão das Mulheres Advogadas da Ordem dos Advogados do Brasil, seção São Paulo (OAB-SP), existe um movimento na sociedade brasileira que nega os direitos fundamentais das mulheres e que está relacionado ao machismo estrutural. "Outro ponto é a falta de políticas públicas adequadas ao enfrentamento da violência contra as mulheres. Isso se deve à pouca participação feminina na política no Executivo e no Legislativo", afirma. Nesse aspecto, a especialista vê um contrassenso entre a falta de representatividade e a presença de uma legislação específica, como a Lei Maria da Penha e a lei do feminicídio.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Um vídeo divulgado nas redes sociais pelo jornalista Ricardo Antunes mostra o marido da cantora gospel Amanda Wanessa, que está em estado vegetativo, agredindo o sogro, Odilon, no hospital. Conforme informações do G1, a família registrou um boletim de ocorrência contra o marido da artista, Dobson Santos.

O Estadão entrou em contato com Dobson para um pronunciamento sobre o assunto, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.

O vídeo foi gravado por uma irmã de Amanda. No registro, Dobson aparece discutindo com os familiares, que o acusam de não cuidar da cantora. Na sequência, ele dá um chute em Odilon.

Conforme o G1, a Delegacia do Idoso investiga o caso. A cantora estaria na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em uma internação recente.

Amanda ficou conhecida no meio gospel e faz parte da igreja Assembleia de Deus. Algumas de suas obras, como Tá Chorando Por Quê?, possuem mais de 200 milhões de visualizações no YouTube. Ela também é dona de músicas como É Adorar e Eu Cuido de Ti.

Entenda o acidente de Amanda Wanessa

Amanda sofreu um acidente em janeiro de 2021, na rodovia PE-60, envolvendo também dois caminhões, no município de Rio Formoso, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. Foi constatado pela perícia que a cantora dirigia a 130 quilômetros por hora.

A filha de Amanda, que estava no carro durante a colisão, operou a perna e o braço. Seu marido e uma amiga também estavam presentes no acidente.

Após 642 dias internada, a cantora foi liberada para o tratamento em casa. Atualmente ela se encontra em estado vegetativo, quando o paciente fica acordado (possui ciclos de sono e vigília), mas não demonstra sinais de consciência.

Luana de Paula, noiva de Marcus Marinho, que apresenta o RJ No Ar, da Record, morreu em um acidente de trânsito no Rio de Janeiro.

Segundo o site Audiência Carioca, ela estava como passageira em uma corrida de moto por aplicativo quando o acidente aconteceu. Luana chegou a receber atendimento médico e ficou internada por dois dias, mas não resistiu.

Marcus Marinho e Luana de Paula estavam juntos há 11 anos e iam se casar em outubro. O apresentador usou as redes sociais para se despedir da noiva nesta quarta-feira, 6.

"Os últimos 11 anos foram incríveis ao seu lado. A gente caiu, se levantou, chorou... Riu junto... Superou tanta coisa... E é esse seu sorriso e os bons momentos que eu vou guardar. O casamento já estava marcado para outubro", escreveu.

"Uma pessoa imprudente no trânsito tirou você de mim", lamentou.

Internautas se comoveram com a morte de Luana e escreveram mensagens de solidariedade à Marinho. "Todos nós telespectadores da Record estamos muito tristes com essa notícia. Que Deus conforte você nesse momento tão difícil", disse um.

Flor Gil compartilhou um vídeo emocionante em suas redes sociais na noite de terça-feira, 5. A cantora mostrou a emoção e surpresa de sua tia, Preta Gil, ao vê-la se apresentando pela primeira vez na TV, ainda criança, no Tamanho Família, na Globo.

O programa foi ao ar em agosto de 2018, quando a filha de Bela Gil tinha apenas 9 anos. Enquanto cantava, Flor Gil estava acompanhada de outros parentes, como o primo Francisco Gil, filho de Preta Gil, o primo João Gil, filho de Nara Gil, e o tio Bem Gil. "Que coisa mais linda", exclamou Preta surpresa ao ver a sobrinha cantando.

Hoje aos 16 anos e com seu primeiro disco lançado, Flor Gil falou sobre a sensação de cantar pela primeira vez na TV e com a tia na plateia. "Lembro da sensação de estar atrás daquela parede de LED, antes dessa surpresa pra você. Uma mistura de nervosismo por cantar ali, na sua frente, por conta da imensa admiração que sempre tive por você", escreveu a sobrinha de Preta, que morreu no último dia 20 de julho.

"Fui com medo mas você ficou tão feliz que até chorou e se emocionou ainda mais. Foi a minha primeira vez cantando sozinha no palco, na TV e agora só penso como foi aquela sensação de cantar essa música pra você. Foi lindo, tão gostoso, cheio de amor… E agora sempre que eu canto, eu penso em você", completou Flor.

Atualmente Flor Gil está em turnê para divulgar o seu primeiro álbum: Cinema Love. Após um show de estreia em Nova York, a neta de Gilberto Gil vai se apresentar em São Paulo, em Salvador e no Rio de Janeiro, com ingressos esgotados em duas datas. A cantora também está na trilha sonora da nova novela das seis da Globo, Êta Mundo Melhor!, com a música inédita Chegou Pra Ficar.