Concessionária dos Parques Villa-Lobos e Água Branca é multada em R$ 150 mil

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A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) aplicou nove multas na Reserva Novos Parques Urbanos S.A., concessionária que administra os parques Villa-Lobos, Cândido Portinari e Água Branca, todos da zona oeste da capital.

Conforme a agência, a empresa está sendo multada por falhas estruturais nos equipamentos coletivos dos parques, como problemas de vazamento, danos em banheiros e avarias em quadras esportivas. O valor total das nove multas chega a R$ 150 mil.

A Reserva Novos Parques Urbanos informou em nota que existe "um processo sancionatório em curso", e que as fiscalizações de manutenção feitas pela Arsesp deveriam ocorrer "após o término do prazo de reforma". "O processo ainda está em andamento, cabendo recurso da concessionária", disse a empresa.

Em nota, a Arsesp diz que as multas estão previstas em contrato e têm o objetivo de garantir a conservação dos espaços públicos e assegurar a qualidade dos serviços prestados aos frequentadores do parque, e à população de forma geral.

No Parque Água Branca, a agência informa que a concessionária foi multada por falhas na manutenção do acesso ao Centro de Visitantes, no valor de R$ 5.602,80, e no reparo de telhados e vidros quebrados (R$ 8.049,10).

A maior multa, de cerca de R$ 95,2 mil, foi aplicada por causa de um atraso na implementação do sistema de monitoramento e controle de acesso. "O valor será reajustado diariamente até a conclusão do investimento", informa a agência.

No Parque Villa-Lobos, a Arsesp identificou má conservação nas quadras de tênis e de futsal. As avarias resultaram em duas multas que, somadas, correspondem ao valor de R$ 6.865,39.

No Parque Cândido Portinari, as sanções foram dadas por causa da falta de manutenção nas paredes externas dos sanitários (R$ 15.585,23), nas quadras de basquete (R$ 9.962,74) e de futsal (R$ 4.981,35), e na pista de skate (R$ 5.523,88).

LISTA DAS MULTAS

Parque da Água Branca

Falhas na manutenção do acesso ao Centro de Visitantes - R$ 5.602,80;

Reparo de telhados e vidros quebrados - R$ 8.049,10;

Atraso na implementação do sistema de monitoramento e controle de acesso - R$ 95,2 mil.

Parque Villa-Lobos

Má conservação das quadras de tênis - R$ 3.195,96;

Má conservação das quadras de futsal - R$ 3.669,43.

Parque Cândido Portinari

Falta de manutenção:

Nas paredes externas dos sanitários - R$ 15.585,23;

Nas quadras de basquete - R$ 9.962,74;

Nas quadras de futsal (R$ 4.981,35);

Na pista de skate (R$ 5.523,88).

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Morreu neste domingo, 3, aos 48 anos, o ator Mauricio Silveira. O artista estava em coma induzido por complicações de uma cirurgia para retirada de um tumor no intestino. A notícia foi confirmada nas redes sociais de Mauricio.

O velório do ator será realizado no domingo, das 9h às 11h, no Cemitério Jardim da Saudade, no Jardim Sulacap, no Rio de Janeiro.

Mauricio já havia atuado em diversas novelas da Rede Globo, como Cobras & Lagartos (2006), Faça Sua História (2008) e Insensato Coração (2011). Ele também colecionou contribuições ao teatro e ao audiovisual.

Mauricio era ator, diretor e CEO da oficina de teatro e audiovisual MS Produções, responsável por espetáculos como Blue Man e Eu Matei Nelson Rodrigues, no qual também atuou.

Tratamento contra câncer no intestino

O artista estava em coma induzido para tratar uma infecção. Theo Becker, que também é ator e amigo pessoal de Mauricio, pediu em seu Instagram para que fãs e seguidores torcessem pela recuperação. O vídeo, postado no último domingo, 27, viralizou.

"Quero pedir orações para um grande amigo meu, Mauricio Silveira. O médico fez um exame e descobriu um câncer no intestino. Um câncer agressivo demais. Ele está entre a vida e a morte", disse Theo na ocasião.

Na última quinta, 31, a família de Mauricio informou que o estado de saúde do ator havia piorado e pediu por doações de sangue. Na ocasião, ele recebeu o apoio de diversos colegas de profissão.

"Toda força e energia de cura", escreveu Eriberto Leão. "Estou orando por você, querido", comentou a atriz Ellen Roche.

A mesa 8 da Flip 2025, na manhã de sexta-feira, 1.º, não foi uma "mesa de poesia feminina", como aquelas que, há poucas décadas, separavam as poetas da conversa principal. Mas foi uma mesa sobre poesia, e de poesia feita por mulheres. A conversa entre Alice Ruiz, Claudia Roquette-Pinto e Marília Garcia, mediada por Fernando Luna, falou sobre as convergências e divergências de três gerações de poetas e gerou diversos momentos aplaudidos pela plateia.

"É uma magia um espaço desse lotado de pessoas interessadas em poesia de mulheres às 10h da manhã de uma sexta", celebrou Alice. Logo, foi questionada sobre a emoção de estar na Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, no ano em que o homenageado é o poeta Paulo Leminski, que foi seu companheiro e com quem teve três filhos. "Normalmente para a mulher se pergunta da emoção, mesmo quando é trabalho. Se eu não tivesse colocado a emoção de lado, não teria conseguido trabalhar", disse Alice, que, mais tarde, voltou à questão: "Espero não ter sido indelicada. É porque isso é o inferno da minha geração".

Alice definiu como uma felicidade grande ver o reconhecimento da obra de Leminski, pelo qual ela e as filhas Aurea Alice e Estrela tanto trabalharam. "Essa coisa de estar vivo é por momentos como esse."

CONVERGÊNCIA. Alice, Claudia e Marília contaram como conheceram a poesia uma da outra. "Nunca vi uma Flip com tantas poetas. Isso a gente deve a essas pioneiras", disse Claudia, falando da geração de Alice. "Os rapazes que me desculpem, mas em quantidade e qualidade acho que já estamos na frente", completou Alice.

Um dos temas de convergência foi o erotismo, presente nas obras de Claudia e Alice. A veterana comentou que uma de suas grandes influências foi Clarice Lispector, mas também citou Gilka Machado, e disse que a presença do erotismo nas obras da poeta a impressionaram: "Mulher escrever sobre erotismo, para mim, é político".

Marília comentou que acredita que a poesia vai sendo construída em conjunto, a partir de quem está produzindo naquele período, mas que agora vê uma pluralidade muito maior de vozes. Claudia lembrou que "escutou atrocidades" nos anos 1990, quando começou a publicar. "Mostrei um poema a um colega e ele me disse: você escreve igual a um homem." Foi nesse momento que ela lembrou como eram comuns as "mesas de poesia feminina". "É muito diferente disso aqui, agora."

"Eu tinha quase um compromisso em não falar de sofrimento. Mas, se eu falasse, queria apresentar uma saída", disse Alice, antes de ler um trecho de Milagrimas. Quando encerrou o último verso, "a cada mil lágrimas sai um milagre", foi ovacionada de pé pela plateia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A escritora mexicana Cristina Rivera Garza, vencedora do prêmio Pulitzer por O Invencível Verão de Liliana (Autêntica), falou sobre a crise na fronteira entre Estados Unidos e México durante a mesa que dividiu com a argentina María Negroni na Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip 2025, neste sábado, 2.

A autora nasceu em 1964 no município de Heroica Matamoros, que fica na divisa com o estado do Texas, e atualmente mora em Houston. "Sempre que me perguntam isso eu começo dizendo: é tão horrível quanto parece", disse, em resposta ao mediador Guilherme Freitas.

A escritora considera que o conflito na fronteira e a política contra imigração americana são frutos de um "capitalismo de ódio". Ela contou que conseguiu perceber, ao longo de quase dez anos em Houston, que celebrações mexicanas na cidade foram diminuindo por medo da repressão.

"É preciso lutar cotidianamente, com o corpo, como as feministas dizem. Para mim, trabalhar na universidade é oferecer cursos de escrita criativa e literatura é uma forma de ativismo", completou. Atualmente, ela dirige o programa de doutorado em escrita criativa da Universidade de Houston.

Escrita e memória

A mesa entre Cristina e María Negroni, que contaram que se conhecem há muitos anos, demorou a engatar e teve alguns problemas de tradução. Ainda assim, ambas puderam apresentar seus trabalhos e refletir sobre a criação da literatura a partir de memória e pesquisa.

O Coração do Dano (Poente), da escritora argentina, é uma autoficção sobre a relação complicada com a mãe, um misto de rancor e fascínio. "A escrita de um livro é sempre um mistério para o autor ou autora. Acho que o livro foi se escrevendo, um pouco baseado na perda. Não é um livro de luto, mas de alguma forma, tinha que articular algo que sempre esteve dentro de mim. Essa figura materna, de alguma forma, me configura", disse ela.

O Invencível Verão de Liliana, de Cristina, reconstitui a vida da irmã da escritora, morta em 1990, aos 21 anos, vítima de feminicídio. A mexicana comentou que já havia tentado escrever o livro anteriormente, sem sucesso, e creditou às mobilizações feministas na América Latina que, segundo ela, produziram a linguagem que ela pode usar no livro. Quando Liliana foi morta, o termo 'feminicídio' não fazia parte da esfera pública. "Foram elas que possibilitaram eu pudesse dizer: foi isso que aconteceu", afirmou.

Ela também falou sobre Autobiografia do Algodão, publicado neste ano pela Autêntica, um romance que resgata a história de seus avós na fronteira, em uma plantação de algodão. "O que me moveu foi uma busca pela identidade. Foi uma pesquisa amorosa. Um trabalho de cuidado, um acolhimento que oferecemos aos nossos mortos", disse.

Em outro momento, o mediador pediu que María falasse sobre sua relação com Clarice Lispector. A epígrafe do livro da argentina é uma frase da escritora: "Vou criar o que me aconteceu". Ela disse que Clarice, nesta frase, "faz uma espécie de fenda na distância que existe entre a palavra e o mundo."

"Minha citação da Clarice é para dizer que o que narra esse livro não é algo que ocorreu. Eu não tenho certeza de fato. Dentro do livro, a mãe desmente memórias", disse, completando: "Escrever um livro é como entrar em um poço às escuras. Tenho que acreditar que ele vai me levar para onde eu quero ir."