Cardeal que saiu de uma 'paróquia muito pequena' defende divorciados e pode virar papa

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Responsável por um dos principais projetos do papa Francisco, o cardeal Mario Grech, de 68 anos, é mais um candidato a substituir o argentino no comando da Igreja Católica, no conclave que começa nesta quarta-feira, 7.

Nascido em 20 de fevereiro de 1957 em Gozo, uma das ilhas do arquipélago de Malta, Grech é secretário-geral do Sínodo dos Bispos desde 2020.

Ele chefia o órgão que reúne posições das dioceses do mundo todo sobre questões fundamentais, como o lugar das mulheres na Igreja e o casamento de pessoas divorciadas, e repassa essas informações ao papa. Grech também é responsável por organizar as reuniões sinodais que acontecem em Roma a cada dois anos, abordando um tema específico.

O sínodo de 2021-24 sobre sinodalidade convidou todos os católicos do mundo a expor suas esperanças, medos e ansiedades sobre a igreja na era moderna e perguntando o que deveria mudar. Em 2023, a Igreja permitiu que leigos e mulheres votassem nas assembleias sinodais, ao lado dos bispos.

Milhões de fiéis responderam e o Vaticano permitiu discussões livres sobre tópicos antes considerados tabus na Igreja, como o ministério feminino, católicos gays e abusos sexuais cometidos pelo clero.

O Documento Final do Sínodo, apresentado em outubro de 2024, não chegou a propor mudanças drásticas, como a permissão do diaconato feminino ou o acolhimento dos católicos gays, mas não encerrou o debate sobre essas questões.

Em março, internado para tratar a pneumonia, Francisco aprovou planos para estender o sínodo e sua implementação até 2028. Embora oficialmente praticada pelo papa, a aprovação do plano teria sido proposta por Grech e foi interpretada como o desejo de Francisco de garantir que o processo e suas reformas sobrevivessem.

Durante boa parte da carreira religiosa, Grech defendeu posições conservadoras. Foi assim em 2009, quando o papa Bento XVI defendeu a heterossexualidade e suas palavras foram ecoadas por Grech em Malta, e em 2011, quando o país debatia a legalização do divórcio e o religioso criticou a iniciativa. Mas, a partir de 2013, quando o comando da Igreja Católica passou ao papa Francisco, Grech tornou-se mais progressista.

"Devo confessar que me deparo com a urgência dessa necessidade ao ouvir famílias de homossexuais, bem como as mesmas pessoas que têm essa orientação e que se sentem feridas pela linguagem dirigida a elas em certos textos, por exemplo, no catecismo", disse o religioso em 2014, durante evento no Vaticano.

Em 2017, ele defendeu que a Igreja aceite casar novamente pessoas divorciadas. Alinhada com o apelo de Francisco por mais flexibilidade e compaixão, essa medida foi aplaudida pela ala liberal da Igreja, mas irritou os conservadores.

Depois de ser nomeado cardeal, em 2020, quando ainda era bispo de Gozo, Grech afirmou ao jornal do Vaticano: "Venho de uma paróquia muito, muito pequena, em uma diocese que é igualmente pequena, então, de certa forma, não entendo por que, da periferia da igreja, o papa me chamou. Mas, por outro lado, posso ver as pequenas coisas que contam aos olhos de Deus, aos olhos do Santo Padre e aos olhos da Igreja."

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Sempre controladora, Odete Roitman (Debora Bloch) acreditava que seria fácil fazer Solange (Alice Wegmann) lhe obedecer, mas a empresária perceberá que a nora está longe de ser manipulada. Nos próximos capítulos de Vale Tudo, as duas protagonizarão um embate direto, sem rodeios ou sutilezas.

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A vilã pedirá discrição sobre a conversa, alegando que o filho interpretaria sua ação como uma tentativa de manipulação. O que ela não espera é a reação da nora, que, sem se intimidar, questionará abertamente se a sogra estaria tentando comprá-la com a proposta profissional.

A reação de Odete será chamar a jovem de insolente. Mas a resposta da nora será ainda mais firme: "Eu sou abusada, sou insolente... Eu sou resistência. E ninguém fala assim comigo não! Minha mãe me deu educação, mas também me ensinou a não abaixar a cabeça pra quem não se dá ao respeito".

Heleninha Roitman, empoderamento feminino, aborto e carnaval: no Roda Viva desta segunda-feira, 5, Paolla Oliveira reviveu temas que permeiam sua carreira durante a entrevista.

"Quando a gente fala sobre as questões femininas, tem sempre um entorno que leva a gente a se aprisionar. Parte tudo do mesmo lugar: ter o corpo que a gente quer, se sentir bonita da maneira que a gente é, escolher ter filhos. Escolher fazer um aborto", explicou a atriz.

"Acho que isso é uma escolha da mulher, e eu sou a favor. É uma decisão da mulher, tem que ser. Acho um grande retrocesso a gente não pensar nisso como uma possibilidade."

A intérprete de Heleninha em Vale Tudo, personagem cuja trama gira em torno do alcoolismo, explicou algumas das motivações do trabalho: "A Heleninha, a gente tem ela quase que como um estereótipo. A mulher da crise, a mulher do escândalo, a bêbada. Para mim, ela é mais. Penso que ela é uma mulher com tantas camadas, desafios, conflitos."

"A novela é super atual [...] Procurei muito sobre as mudanças do alcoolismo de lá para cá, então eu vejo que [o Brasil] mudou bastante, mas que os estigmas continuam", disse, sobre o remake de Vale Tudo.

Paolla também abordou temas relacionados ao empoderamento da mulher, como as críticas ao seu corpo e a visão da beleza.

"De longe, não sou a única mulher a levar isso, mas eu me via nessa roupa. Nessa roupa que não cabia, nessa forma pequena. Precisei arrumar um lugar de libertação."

Questionada sobre sua decisão pessoal de não ter filhos, argumentou: "Eu não tenho mais vergonha de dizer [que não quero ter filhos]. A maternidade é uma coisa tão linda, grandiosa, especial. Tem que ser uma decisão, uma escolha."

Ela, que saiu do posto de rainha de bateria da para voltar às telas da Globo, ponderou sobre o carnaval ser uma celebração cultural e histórica. "Tenho o carnaval nesse lugar muito especial [...] O carnaval virou esse lugar de libertação do corpo."

Ela ainda palpitou sobre quem deveria substituí-la no posto. "Eu acho que deveria ser uma pessoa da comunidade [...] Muito do prestígio que eu tive lá foi por conta de eu estar perto da comunidade. Seria bacana", opinou também.

A entrevista de Paolla para o Roda Viva foi realizada por Carolina Morand, Paola Deodoro, Chico Barney, Marcia Disitzer e Nilson Xavier. A apresentação é de Vera Magalhães.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais.

Miguel Falabella, de 68 anos, recebeu alta hospitalar após passar por uma cirurgia de uma hérnia de disco na última sexta-feira, 2. O ator já está em casa, onde iniciou o processo de recuperação com sessões de fisioterapia.

"Estou em casa, estou bem, caminhando devagarinho. Queria agradecer ao Dr. Davi por ter feito a cirurgia, porque me devolveu o sorriso ao rosto", disse ele em vídeo publicado nas redes sociais. Segundo o ator, o processo de recuperação envolve repouso e acompanhamento fisioterapêutico, já iniciados.

O artista havia comunicado na quinta-feira, 1º, que precisaria se afastar das apresentações do espetáculo Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum, em cartaz em São Paulo, por conta das fortes dores causadas pela hérnia de disco. Durante sua ausência, o ator Edgar Bustamante assumiu o papel nas sessões, que seguiram até o domingo, 4.

Nas redes sociais, Falabella também agradeceu ao carinho do público e ao apoio recebido nos últimos dias. "Recebi muitas mensagens de gente que teve essa dor e sabe o que é. Obrigado pelas boas vibrações, pois tenho certeza que ajudaram muito."