Advogado João Neto disse em entrevista que há 'motivo para homem bater em mulher'

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O advogado criminalista João Neto, preso na última segunda-feira, 14, sob a suspeita de cometer violência doméstica contra a companheira, em Maceió, Alagoas, disse em entrevista a um podcast que existe um motivo para a mulher apanhar de um homem, na sua avaliação. A declaração foi dada dias antes de o defensor ser detido pela polícia.

"Homem só tem um motivo para bater na mulher: se ela lhe bater. Quem não quer apanhar, não bate", disse o advogado baiano, que soma mais de 2,1 milhões de seguidores nas redes sociais.

"Se a mulher sabe que não aguenta com você, ela vai dar uma tapa na sua cara para quê? Se ela dá um tapa na sua cara, ela está querendo levar outro", afirmou o defensor em entrevista ao podcast RedCast, transmitido no YouTube, em 4 de abril. Até esta quarta-feira, 16, o vídeo acumulava 30 mil acessos. A defesa do advogado foi procurada nesta quarta, mas não deu retorno.

Em outro momento, comentou e admitiu que reagia com agressão caso fosse agredido: "Se der na minha cara vai tomar um bocado também, na cara. Eu não sou Jesus Cristo para tomar tapa e dar o outro lado". O advogado influencer disse ainda que a declaração poderia ser cortada para ter destaque nas redes sociais e no canal do produtor do podcast.

Ainda durante a entrevista, o advogado comentou que as mulheres precisam respeitar os homens e não proporcionar "problema" quando os maridos chegam em casa. "Prepara um banho para ele", disse o influencer.

Na última terça, 15, a defesa de João Neto divulgou um vídeo de câmeras de monitoramento que mostram o advogado, no interior de um apartamento, segurando a companheira à força em um corredor e indo ao chão com ela próximo de uma porta. Pelas imagens, é possível ver a mulher, antes da queda, se segurando nas paredes e em um batente para resistir à abordagem do advogado. E, hora da queda, ela bate o corpo e cabeça contra a porta.

Ao final, ele se levanta e ergue a mulher à força pelo braços, antes de arrastá-la para fora do quarto e desaparecerem do alcance das câmeras. Em depoimento à polícia, a mulher, de 25 anos, relatou que o João Neto a derrubou com um empurrão, o que a fez cair e bater o queixo no chão, provocando um corte profundo. À polícia, o advogado negou as agressões.

Apesar da vítima ter ficado ferida, a defesa do advogado diz, em nota, que o vídeo "indica que sangramento se deu o Dr. João tentava retirar sua ex do apartamento após insistir por bastante tempo que a mesma saísse". "Algumas pessoas presenciaram (a cena) e serão ouvidas no curso processual. Amanhã (esta quarta-feira) trarei nos autos e também por aqui todas atualizações, sempre na certeza do pleno restabelecimento da verdade", completou.

O caso aconteceu na tarde de última segunda-feira, 14, no bairro Jatiúca, na capital alagoana. Vizinhos ouviram os gritos da mulher e acionaram a polícia.

Imagens de câmera de segurança postadas nas redes sociais mostram o momento em que a vítima deixa o apartamento ferida. O advogado surge nas imagens segurando um pano para conter o sangue que escorre do rosto da companheira. De acordo com informações da Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit), a mulher precisou ser levada a um hospital.

Enquanto a companheira recebia atendimento médico, João Neto foi encontrado nos arredores da unidade de saúde. Ele foi detido e preso em flagrante. Após a prisão em flagrante do suspeito, a delegada Ana Luiza, coordenadora das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher, determinou a instauração de inquérito policial para apurar todos os fatos ocorridos no caso. (COLABOROU JOSÉ MARIA TOMAZELA)

Em outra categoria

O aguardado show de Lady Gaga na praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, teve início na noite deste sábado, 3. É possível assistir ao vivo pela Globo, na TV aberta, pelo canal pago Multishow e pelo streaming Globoplay. Previsto para começar às 21h45, o show contou com um atraso e a cantora apareceu em um vídeo no palco somente por volta de 22h10.

Todo mundo no Rio. Mesmo. Quando ainda faltavam 12 horas para o início do show de Lady Gaga na praia de Copacabana, as filas para ter acesso à Avenida Atlântica já davam voltas nos quarteirões internos do bairro. Por razões de segurança, era preciso passar por um dos 18 pontos de bloqueio para alcançar a orla, instalados desde cedo em ruas transversais aparelhados com detectores de metais e câmeras de reconhecimento facial.

Em experiências anteriores, como o show de Madonna, no ano passado, e o réveillon, as aglomerações só se formaram faltando poucas horas para o início do espetáculo. Mas com Gaga foi bem diferente. Já na manhã de sábado havia fila ocupando dois quarteirões. A temperatura em torno dos 25ºC ajudou. O céu estava claro, o sol brilhando, mas não havia muito calor.

Uma faixa da avenida Nossa Senhora de Copacabana, uma das principais vias do bairro, estava ocupada por fãs na altura do palco. O professor de educação física Humberto Machado, de 38 anos, que veio para o show com um grupo de amigos da Paraíba e do Rio Grande do Norte, contou que ficou na fila para acesso à orla por cerca de meia hora.

"A gente achou que seria rápido para entrar porque ainda era muito cedo", contou o professor. "Mas a fila era impressionante."

O professor e seus amigos levavam água e sanduíches em recipientes de plástico para aguentar por toda a tarde e noite. Recipientes de vidro, líquidos inflamáveis e objetos perfurocortantes estavam proibidos e estavam sendo confiscados nas barreiras.

O bairro, rapidamente apelidado de "Gagacabana", era uma grande festa desde cedo, sem registro de incidentes. Fãs totalmente montados, os "little monsters" (monstrinhos), não paravam de chegar a pé, de ônibus e, principalmente, de metrô, exibindo leques, chapéus e todo tipo de indumentária remetendo à artista, a "mother monster" (mãe monstra).

Em frente ao Copacabana Palace, onde a diva está hospedada, o movimento foi ininterrupto a madrugada inteira, sobretudo depois do ensaio aberto na noite de sábado, em que Gaga cantou mais de dez músicas para deleite de todos que estavam na orla, entre elas grandes sucessos como Abracadabra, Bad romance e Shallow, a mais baixada por fãs no Brasil nas plataformas de streaming.

Antes mesmo do fim da manhã longos trechos da praia já estavam ocupados por fãs marcando lugar na areia para assistir ao show da diva e vendedores ambulantes. E não só. As árvores do canteiro central da Atlântica e mesmo da calçada próxima aos prédios estavam sendo disputadas desde cedo pelos que queriam garantir um lugar 'vip' para assistir ao show.

A tatuadora Aisha Dutra, de 22 anos, e a estudante Lilian Magalhães, de 26 anos, estavam aboletadas em uma árvore desde cedo. Elas são do bairro de Santa Cruz, na zona oeste, mas alugaram um apartamento por temporada em Copacabana, especialmente para estarem perto do show. O plano da dupla era chegar à praia às 5h da manhã deste sábado. Mas como elas só foram dormir de madrugada, depois do fim do ensaio, acabaram chegando à orla às 8h.

"Ontem, durante o ensaio, a gente subiu numa árvore e viu que era a melhor opção, porque tinha gente dormindo na grade desde ontem e não tinha mais lugar perto do palco", explicou a tatuadora, devidamente instalada na árvore.

Na tarde de sexta-feira, 2, a Prefeitura informou que dados consolidados pela Rodoviária Novo Rio e pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) indicavam a chegada de mais 500 mil visitantes na cidade entre os dias 1º e 3 de maio, superando as expectativas iniciais de 240 mil pessoas. Desse total, 25% seriam turistas estrangeiros.

Há ainda turistas chegando com carros particulares, ônibus fretados e voos pousando no Aeroporto Santos Dumont. A média de ocupação da rede hoteleira é de 86% em toda a cidade, mas em Copacabana chega a 95%.

A Polícia Militar (PM) reforçou o esquema de segurança.

"A novidade para este show são os capacetes brancos, grupos de policiais especializados em patrulhamento de multidão", explicou a tenente-coronel Cláudia Moraes, porta-voz da PM. "Eles vão circular entre as pessoas, sobretudo nos pontos de maior concentração, para evitar furtos de oportunidade de passar uma sensação maior de segurança."

A prefeitura espera a presença de mais de 1,6 milhão de pessoas na praia de Copacabana, onde está montado o palco e as 16 torres com telões de nove metros de altura por cinco metros de largura, permitindo que todos acompanhem o show mesmo à distância. Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e a Riotur, o evento deve injetar mais de R$ 600 milhões na economia da cidade.

"A cidade está muito cheia mesmo, tem muito turista", assegurou o motorista de uber Gustavo Monteiro, de 33 anos. "É bom para todo mundo. Por mim, tinha um show desse por mês."

Faltando cerca de duas horas para o início do show de Lady Gaga na praia de Copacabana, os pontos de revista montados nas vias transversais de acesso à Avenida Atlântica apresentavam filas de até uma hora de duração.

As maiores eram vistas no acesso da rua Duvivier, o mais próximo ao palco. A fila tinha uma extensão de mais de dois quarteirões. Nos pontos de entrada um pouco mais distantes, como o da Hilário de Gouveia, ainda era possível entrar na orla com apenas 20 minutos de espera.

O enfermeiro Vítor Souza, de 32 anos, que veio de Campos, no interior do Estado, especialmente para o show, contou que ficou por mais de 40 minutos numa fila e acabou desistindo.

Ele conseguiu chegar na praia por meio de uma outra entrada, bem mais distante do palco. "Foi bem mais complicado do que achei que ia ser", contou. "Mas finalmente eu consegui passar."

As filas nos 18 pontos de acesso montados nas ruas transversais à avenida Atlântica começaram a ser formar por volta das 9h da manhã deste sábado, 3. Policiais militares munidos de detectores de metal revistavam as pessoas uma a uma antes de darem acesso à orla. Vidros, explosivos e armas encontrados eram confiscados. Os pontos de acesso também contavam com câmeras de reconhecimento facial.

O perfil oficial do Metrô do Rio de Janeiro fez uma postagem anunciando que o "tempo de viagem está maior" "devido ao grande fluxo do desembarque de clientes na estação Cardeal Arcoverde/Copacabana para o show da Lady Gaga". A empresa recomenda o desembarque pela Siqueira Campos/Copacabana.

O maior show da vida de Lady Gaga

O show desta noite na praia de Copacabana promete ser o maior da carreira de Lady Gaga. A expectativa da Prefeitura é de que pelo menos 1,6 milhão de pessoas estarão reunidas na orla. Até hoje, a apresentação de Gaga com o maior público tinha sido em abril passado, no Festival Coachella, nos EUA, onde reuniu por volta de 100 mil pessoas.

O palco da apresentação desta noite tem nada menos que 1.260 m2, bem maior do que o montado para Madonna no ano passado, que tinha 821 m2. A megaestrutura tem 2,20 m de altura desde a base na areia. Um telão de LED de última geração ficará no fundo do palco.

Gaga vai apresentar um show em cinco atos, com direito a diversas trocas de roupa e um cenário que lembra o de uma peça de teatro - a cantora chama de "ópera gótica". A previsão é de que o espetáculo tenha 2h30 de duração, ao longo das quais Gaga vai contar a história de seu próprio "caos pessoal" ao lutar com sua própria persona, derrotar fantasmas e conseguir renascer.

Pabllo Vittar faz abertura

Uma surpresa para os fãs de Lady Gaga que aguardam o início do show da diva pop. A artista Pablo Vittar, que se apresentou com Madonna no ano passado, está abrindo o show desta noite como DJ.

"É muito louco, parece que estou tendo um deja-vu", afirmou Pablo em uma entrevista concedida à rede de TV CNN antes de subir ao palco, adiantando que pretendia tocar "muito tribal house, muito tech, muito remix e algumas músicas minhas". "Ano passado, com Madonna comemorando 40 anos de carreira, e agora nesse show histórico com a Gaga. Estou muito feliz."