'Fábrica de mentiras': como atuava quadrilha que espalhava fake news para extorquir vítimas

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Um casal de influenciadores foi preso, nesta terça-feira, 1º, no interior de São Paulo, acusado de integrar uma quadrilha que criava fake news e cobrava para não espalhar as notícias falsas em redes sociais. Conforme a Polícia Civil, os dois operavam o que denominavam "Boca do Glamour", um serviço de difusão de notícias mentirosas e de ódio contra a idoneidade de pessoas e empresas. A polícia investiga o envolvimento de mais pessoas no esquema.

O casal preso não teve a identidade divulgada, o que impossibilitou o contato da reportagem com a defesa.

A investigação teve início há dez meses, depois que uma das vítimas procurou a polícia contando que havia pago R$ 15 mil para que os suspeitos retirassem uma notícia falsa a seu respeito que eles mesmo tinham produzido. Outras quatro vítimas da quadrilha foram localizadas durante a investigação e fizeram a denúncia, mas o número de pessoas extorquidas pode ser maior, segundo a polícia.

Os investigados criaram também um serviço de assinatura para uma clientela denominada "close friends" (amigos próximos, em inglês), que se valiam das plataformas para veicular suas próprias fake news. As pessoas pagavam uma mensalidade para distribuir informações falsas, que os operadores usavam também para extorquir as vítimas. Os assinantes do serviço também serão investigados.

Segundo a polícia, como a maior parte das postagens versava sobre a vida íntima de profissionais liberais e empresários, muitos se recusaram a apresentar denúncia, mesmo tendo pago os valores extorquidos. "Trata-se de uma verdadeira fábrica de mentiras operadas a partir de plataformas digitais, algumas sem qualquer tipo de controle no País", diz o delegado Everson Aparecido Contelli, da Seccional de Fernandópolis.

Segundo ele, o objetivo do grupo era bem definido: ganhar dinheiro por meio de extorsões para evitar maior disseminação de fake news, 'plantadas' pelo próprio grupo em redes sociais. A investigação apontou uma progressão nas extorsões, com os seguintes passos:

1 - exigir dinheiro para não perturbar as vítimas com notas em veículos digitais de notícias;

2 - exigir dinheiro para não divulgar falsas notícias que impactam empresas e reputações;

3 - exigir dinheiro sob pena de os ataques atingirem familiares das vítimas, como cônjuges e filhos.

Todas as chantagens eram sem rosto, feitas por meio de redes, algumas com conexões internacionais, com uso de VPNs e de fintechs para lavagem de dinheiro, bem como dificultar o rastreamento e a identificação. Algumas mensagens mencionavam, como forma de ameaça, os locais de trabalho da vítima e onde estudavam seus filhos.

A polícia chegou ao local onde o casal operava a "Boca do Glamour" e, além de efetuar a prisão dos dois, apreendeu computadores, celulares e cartões. Os recursos de contas correntes do casal, que somavam mais de R$ 100 mil, foram bloqueados para eventual ressarcimento das vítimas.

De acordo com o delegado, as investigações vão prosseguir para identificar outros possíveis elos da quadrilha. O material apreendido será analisado. "Há uma espécie de escalonamento de crimes cibernéticos, onde o Estado gasta cada vez mais recursos em busca de localizar esses criminosos digitais, com impacto direto no orçamento público", diz.

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A morte de Ozzy Osbourne, anunciada na última terça-feira, 22, provocou uma forte comoção entre fãs e artistas ao redor do mundo, e também se refletiu nas plataformas de streaming. No Spotify, os números da discografia do cantor britânico e de sua histórica banda, o Black Sabbath, tiveram um crescimento expressivo nos últimos dias.

Como artista solo, Ozzy saltou de 12,4 milhões para 18,7 milhões de ouvintes mensais na plataforma. Já o Black Sabbath, grupo que ajudou a definir o heavy metal nas décadas de 1970 e 1980, passou de 19,8 milhões para 24,6 milhões de ouvintes.

Além do aumento geral de público, faixas emblemáticas de Osbourne registraram picos de execução. Crazy Train, um de seus maiores sucessos, acumulou 8 milhões de reproduções desde o anúncio da morte, chegando a 809 milhões de streams no total. A balada Mama, I'm Coming Home cresceu em 7,2 milhões, alcançando quase 245 milhões, enquanto No More Tears somou mais 7 milhões, ultrapassando 266 milhões de execuções.

No caso do Black Sabbath, os números também impressionam. Paranoid, talvez a faixa mais emblemática da banda, foi ouvida 9,3 milhões de vezes apenas nos últimos dias, alcançando 1,38 bilhão de streams. Iron Man teve um salto de cerca de 6 milhões, totalizando mais de 587 milhões, e War Pigs ganhou cerca de 5 milhões de novas execuções, ultrapassando 384 milhões.

A morte de Ozzy ocorreu poucas semanas após o show de despedida Back to the Beginning, realizado em Birmingham, na Inglaterra, cidade natal da banda. A apresentação marcou a reunião final de Osbourne com os membros do Black Sabbath e encerrou, de forma simbólica, uma das trajetórias mais influentes do rock mundial.

Na manhã deste sábado, 26, Gilberto Gil e Flora Gil usaram as redes sociais para prestar homenagens à cantora Preta Gil, filha do cantor com Sandra Gadelha, que morreu aos 50 anos no último domingo, 20. O velório da artista foi realizado ontem, 25, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, seguido da cerimônia de cremação no Cemitério da Penitência, no bairro do Caju.

Gilberto Gil compartilhou imagens em que aparece tocando o rosto da filha, visivelmente emocionado. "Até os próximos 50 bilhões de anos… Onde houver alegria e amor, haverá Preta", escreveu.

Flora Gil, que foi madrasta da cantora, escreveu: "Pra sempre dentro do meu coração. Te amarei eternamente", disse ela.

Velório e cremação

O tom de despedida marcou a cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde familiares, amigos e artistas estiveram reunidos para celebrar a vida e a trajetória da cantora.

A cerimônia de cremação de Preta se encerrou por volta das 17h de ontem, no Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, Zona Portuário do Rio. A opção de cremação foi um pedido da cantora à família. A cerimônia foi restrita a familiares e amigos íntimos da cantora.

A cantora Preta Gil, que morreu aos 50 anos no último domingo, 20, seguirá sendo homenageada por familiares, amigos e admiradores em missas de sétimo dia marcadas para este sábado, 26, e segunda-feira, 28.

As celebrações religiosas ocorrerão em Salvador e no Rio de Janeiro.

Neste sábado, às 16h, será realizada a primeira missa no Santuário Santa Dulce dos Pobres, na capital baiana. O local escolhido é o mesmo que recebeu apoio da artista nos últimos meses, e a cerimônia foi anunciada pela apresentadora Rita Batista, durante o programa É de Casa.

A assessoria da família afirmou ao Estadão que, no Rio de Janeiro, a missa está marcada para segunda-feira, às 19h, na Igreja de Santa Mônica, no bairro do Leblon, em cerimônia aberta ao público.

Velório e cremação

A cerimônia de cremação de Preta Gil se encerrou por volta das 17h de sexta-feira, 25, no Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, Zona Portuário do Rio.

A opção de cremação foi um pedido de Preta à família. O corpo dela foi levado até o cemitério em cortejo em um carro do Corpo de Bombeiros e passou pelo chamado Circuito de Carnaval de Rua Preta Gil.

A cerimônia foi restrita a familiares e amigos íntimos da cantora.

Mais cedo, parentes e amigos participaram de uma última despedida à cantora, que foi velada no Theatro Municipal. A cerimônia foi aberta ao público das 9h às 13h.