Aviso sonoro e até cachorros: como os aeroportos fazem para espantar pássaros da área de aviões

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Manejo de ovos e ninhos, remoção de poleiros e abrigos, controle da vegetação, cachorros e falcões adestrados e o uso de dispositivos de acústica de alta potência que emitem som em frequência capaz de afugentar as aves. Essas são algumas das ações adotadas por aeroportos brasileiros na tentativa de reduzir a quantidade de colisões de aviões com pássaros.

Em média, dez aviões colidem com aves diariamente em todo o País, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Seis incidentes diários acontecem com aeronaves da aviação comercial. A colisão com pássaros (bird strike) é a segunda maior causa de incidentes aeronáuticos, atrás apenas de falha ou mau funcionamento de componentes do avião. A ocorrência coloca em risco a segurança do voo, podendo até derrubar grandes aeronaves.

Desde 2021, o aeroporto de Brasília conta com o auxílio do Zeca e mais recentemente do Vida, cães da raça Border Collie, treinados para pastoreio, para ajudar a equipe humana no trabalho diário de afugentar animais e aves que possam representar risco para a operação aeroportuária.

Além dos cachorros, a Inframerica, que administra o aeroporto, conta com o Tupã, um gavião-asa-de-telha que também afugenta aves das áreas operacionais. O movimento aéreo do aeroporto de Brasília em 2024 foi de cerca de 140 mil pousos e decolagens. Segundo a Inframerica, dados da Anac mostram redução de 30% nas colisões em relação ao ano anterior (2023).

Em 2024, o Aeroporto de Guarulhos (SP) conseguiu registrar um dos menores índices de colisões com fauna entre os principais aeroportos brasileiros graças a medidas com manejo de ovos e ninhos, controle da vegetação e o uso de dispositivos de acústica de alta potência que emitem som em frequência capaz de afugentar as aves. Segundo a GRU Airport, houve redução de 60% das ocorrências.

O aeródromo de Porto Alegre também utiliza a falcoaria para afugentar espécies que apresentam risco às operações, segundo a concessionária Fraport Brasil. A equipe de gerenciamento do risco da fauna é composta por biólogos e se relaciona com os órgãos ambientais a níveis municipal, estadual e federal. Os planos de manejo incluem o remanejamento de fauna - os registros apontam alto número de espécimes translocados.

No aeroporto do Rio, segundo a RioGaleão, aves de rapina, como falcões, são adestradas para afugentar outras aves. A equipe com 16 profissionais, entre eles biólogos, engenheiros agrônomos e veterinários, fazem o manejo da fauna, identificando e catalogando as aves, que são levadas para uma área de soltura autorizada. A concessionária usa ainda cães treinados, canhões sonoros e outras técnicas regulamentadas para o manejo de fauna.

Fauna mais frequente na rota de aviões

Dados da Anac apontam a ave quero-quero como a que mais causa incidentes com aviões. A espécie faz ninhos em gramados, que são comuns nos aeroportos. O segundo lugar é dividido entre o carcará, ave de rapina parente dos falcões, e a pomba-de-bando. Aparecem na sequência os marrecos e a andorinha. Há registros também com morcego, mamífero voador.

Na maioria dos casos, porém, não é possível identificar a ave que bateu no avião. Durante as operações em solo, as aeronaves podem colidir também com fauna terrestre, como répteis (lagartos), capivara e cachorro doméstico. A maior parte dos incidentes acontece durante o dia, quando a fauna está mais ativa e também por ser o período com maior quantidade de voos.

O Ministério de Portos e Aeroportos diz que, entre as medidas para gerenciar o risco de fauna em aeroportos brasileiros, iniciou um projeto pioneiro para identificar as espécies envolvidas em colisões com aeronaves através de exames de DNA das amostras. O projeto conta com uma rede colaborativa de 42 aeroportos e três laboratórios. O estudo vai balizar os planos de manejo da avifauna, que é obrigatório nos principais aeródromos.

Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), unidade da Força Aérea Brasileira (FAB), devido à diversidade regional do Brasil, os riscos de colisões com fauna variam de acordo com características locais, como vegetação, fauna e densidade populacional. "Um alto número de reportes em determinado aeródromo não deve ser interpretado como indicativo de maior insegurança, mas como reflexo de uma cultura consolidada de notificação - essencial para aprimorar o gerenciamento de riscos", diz.

De acordo com a Anac, a presença de animais no entorno dos aeroportos é influenciada pela disponibilidade de alimento, água e abrigo, cabendo ao operador do aeródromo a implementação de procedimentos para mitigar o risco de colisão entre aeronaves e a fauna. O Regulamento Brasileiro da Aviação Civil institui medidas obrigatórias para o controle, que vão de barreiras e controle dos focos de atração, até técnicas de manejo para afastar as aves do aeroporto.

Um programa de reportes criado em 2023 pela agência reforçou a cultura colaborativa do setor, incentivando os operadores a reportarem eventos de segurança de forma mais transparente. As sanções, caso os planos de manejo de fauna não sejam aplicados, podem variar de multas a restrições operacionais, inclusive de voos, para o terminal afetado. Algumas regras são sujeitas à ocupação de solo municipal.

Casos recorrentes

No dia 20 de fevereiro, um Airbus A321 da Latam foi obrigado a retornar ao aeroporto de onde havia decolado, o Galeão, no Rio de Janeiro, após colidir com uma ave. O nariz do avião ficou destruído. Segundo a companhia, a decolagem aconteceu às 10h35 e o avião pousou às 11h04, "com toda segurança". O voo foi cancelado e os 200 passageiros tiveram de ser reacomodados.

O incidente levou o CEO da Latam, Jerome Cadier, a fazer um desabafo em sua rede social. "Posso apostar com vocês que a primeira ação na Justiça contra a cia. aérea, pedindo indenização por dano moral pelo cancelamento deste voo, vai chegar amanhã mesmo... E assim segue a aviação brasileira... A pergunta é: quem paga a conta?"

Conforme Cadier, apenas a Latam teve 562 eventos com aves em 2024, média de 1,5 por dia. Os pousos foram seguros, embora alguns casos tenham sido mais graves. "Em todos os casos, analisamos a gravidade e os reparos necessários. No total, as aeronaves envolvidas ficaram mais de 750 horas paradas e impactamos mais de 30 mil passageiros com cancelamentos e atrasos", diz.

A razão do desabafo, segundo o CEO da Latam, é que são eventos evitáveis. "Os aeroportos e os municípios são responsáveis pelo manejo da fauna. É um trabalho importante e que protege os pássaros e as aeronaves. Sem investimento consistente e relevante, o custo é muito maior", aponta.

A RioGaleão, que administra o aeroporto do Rio de Janeiro, diz que o incidente com a aeronave da Latam aconteceu a 2 mil pés, fora da área de atuação do aeroporto. A Prefeitura do Rio não se pronunciou.

No dia 23 de fevereiro, um avião da Gol precisou abortar o voo e retornar ao Aeroporto de Brasília, de onde havia decolado, após colidir com um pássaro que estava em sua rota. A aeronave tinha como destino o aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Conforme a companhia, o voo G3 1445 decolou às 9h10 e, após a tripulação ter identificado o bird strike, retornou a Brasília, pousando às 9h53, em segurança. A aeronave foi encaminhada para inspeção.

No dia 15 de fevereiro, um Boeing que decolou do Aeroporto Internacional de Buenos Aires-Ezeiza colidiu com uma ave ao aterrissar no aeroporto de Florianópolis, em Santa Catarina. Houve danos na aeronave, sem risco para o pouso. No dia anterior, um Airbus A321 procedente de Goiânia (GO) ficou danificado, mas sem gravidade, ao bater em um pássaro quando pousava em Guarulhos.

No caso mais grave, em dezembro último, um urubu ficou preso no buraco aberto no parabrisa, após colidir com um avião executivo que tentava pousar em Eirunepé, no interior do Amazonas. O corpo da ave foi retirado após o pouso. O avião levava o piloto e cinco passageiros, que sofreram apenas um grande susto.

'Nem todos os casos são notificados'

Para Maurício Pontes, assessor executivo e investigador de acidentes da Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil (Abrapac), apenas as situações mais graves acabam sendo informadas e as estatísticas ficam subestimadas. "A gente conhece as ocorrências de bird strike quando são reportadas, ou quando são casos notáveis. As mais comuns, às vezes, o piloto nem sabe que atingiu um pássaro. Nem todos os casos são reportados, mas é importante que estejamos sempre vigilantes", diz.

O conflito entre aviões e pássaros acontece no mundo todo e, de uns tempos para cá, passou a ser mitigado de maneira mais científica, segundo ele. "Tem o aspecto ecológico, das aves que morrem nessas colisões. Elas ocupavam o espaço antes de nós. Na maioria dos casos são aves que se adaptaram ao ambiente aeroportuário, como os quero-queros, que fazem ninhos e encontram nutrientes nos gramados", explica.

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Um pintor da Tasmânia (Estado da Austrália) descobriu uma garrafa de vidro fechada que estava escondida havia mais de 120 anos dentro de um buraco na parede do farol de Cape Bruny - contendo e dentro dela havia uma carta de duas páginas. As informações são do jornal britânico The Guardian.

Annita Waghorn, gerente de patrimônio histórico do Serviço de Parques e Vida Selvagem da Tasmânia, disse ao jornal britânico que a descoberta ocorreu quando o pintor Brian Burford realizava uma manutenção de rotina na estrutura.

"Ele ficou tão animado que me ligou e disse que havia encontrado uma mensagem em uma garrafa", disse Waghorn. A carta não era apenas um simples bilhete, mas um envelope contendo duas páginas escritas à mão detalhando as melhorias feitas no farol em 1903. Uma escada, piso, sala de lanterna e lente foram adicionados ao farol tombado como patrimônio histórico quase 70 anos após a construção da estrutura original em 1838.

Para chegar à mensagem, eles precisaram da ajuda de especialistas do Museu e Galeria de Arte da Tasmânia, que extraíram cuidadosamente o delicado papel envelhecido. "A garrafa estava selada com uma rolha revestida de betume, o que dificultou a abertura", disse Cobus van Breda, do museu, à ABC.

Uma vez extraída a mensagem, a equipe ainda precisou de vários dias para decifrar seu conteúdo, segundo o Guardian. Os funcionários do museu agora planejam colocar a carta em exposição para que o público possa vê-la.

Por volta de 21h15, a curadora Ana Lima Cecilio chamou Gregório Duvivier para comandar a mesa 13 da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) nesta sexta-feira, 1º, descrevendo-a como uma "insistência na alegria".

Ator, escritor e roteirista, Gregório é um dos fundadores da plataforma de humor Porta dos Fundos. Também ficou conhecido pelo programa de opinião e humor Greg News, da HBO, que ficou no ar por sete temporadas.

Sentado e com apoio de um projetor, o artista carioca leu um longo monólogo no auditório da matriz, que durou cerca de uma hora, intitulado Palavras: Vida e Obra. A exibição compilou material descartado de sua mais recente peça, O Céu da Língua.

Duvivier brincou com os significados e as entonações de inúmeras palavras e expressões da língua portuguesa, arrancando risadas da plateia com piadas e trocadilhos, enquanto projetava desenhos e grafias.

Certa hora, ao valorizar a força dos homens calvos, ele disse: "Se colocasse uma peruca na cabeça do Alexandre de Moraes, talvez o Brasil não fosse mais uma democracia", falou, despertando risos e aplausos.

Gregório é autor de livros como Caviar é Uma Ova (Companhia das Letras, 2016), Sísifo: Ensaio sobre a Repetição em Sessenta Saltos (Cobogó, 2020) e Sonetos de Amor e Sacanagem (Companhia das Letras, 2021).

Entre os principais destaques da Flip 2025 estão a jornalista e escritora espanhola Rosa Montero, autora de O Perigo de Estar Lúcida, entre outros sucessos de público, a sueca Liv Strömquist, um dos grandes nomes dos quadrinhos na atualidade, a escritora argentina María Negroni, autora da autoficção A Arte do Erro, e o italiano Sandro Veronesi, mais conhecido por O Colibri.

O mais novo filme da franquia Homem-Aranha, intitulado Homem-Aranha: Um Novo Dia, ganhou um teaser nesta sexta-feira, 1º, data em que se também celebra o Dia do Homem-Aranha. O vídeo, com cerca de 10 segundos, revela detalhes do novo uniforme do herói. Veja abaixo:

Anunciado em 2023, o quarto filme da saga conta com o retorno de Tom Holland e Zendaya aos papéis principais. A atriz Sadie Sink (Stranger Things) também foi confirmada no elenco da nova produção, cujas gravações devem se iniciar em breve.

Até o momento, os detalhes da trama seguem em sigilo, mas a história deve se concentrar no núcleo urbano de Nova York, cidade natal do herói. As filmagens já estão em andamento em Glasgow, na Escócia, que foi ambientada para representar o cenário nova-iorquino.

O longa está sendo produzido por Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, e Amy Pascal, ex-chefe da Sony Pictures. Homem-Aranha 4 tem estreia prevista para 31 de julho de 2026.