Delegados se mobilizam para ignorar desafio da PF por aumento de produção; 'mais estresse'

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A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) está orientando os delegados da PF a ignorarem o desafio lançado pela direção da corporação para aumentar a produtividade nas superintendências. A principal e mais influente entidade da classe afirma que a iniciativa vai aumentar o estresse sem trazer resultados qualitativos e pede que o desafio seja "desconsiderado".

A competição interna vai premiar as unidades que tiverem o melhor desempenho em indicadores que precisam ser melhorados, como a duração dos inquéritos e o volume de indiciamentos.

"O Conselho de Diretores Regionais aprovou, por ampla maioria, o envio desta mensagem aos Delegados de Polícia Federal, associados da ADPF, orientando para que o chamado 'Desafio PF 2025' seja desconsiderado, não se aderindo a qualquer ferramenta de competição que possa causar ainda mais desgastes ao diminuto efetivo da Polícia Federal", diz mensagem enviada aos delegados.

A ADPF também enviou um ofício ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, pedindo que o projeto seja cancelado. A associação argumenta que a criação de mais uma ferramenta de controle de produtividade é "desnecessária". "Já existem diversas metas e indicadores previstos normativamente pelo órgão."

Além disso, segundo a entidade, a "esmagadora maioria dos servidores não deseja participar" do desafio.

As premiações previstas são viaturas, celulares e participação em missões oficiais. A associação dos delegados afirma que os prêmios "constituem obrigações naturais do órgão" e "causam constrangimentos e desconforto na maior parte dos servidores".

O Desafio PF 2025 ocorrerá em duas etapas, entre os meses de março e setembro.

A Etapa 1 se prolonga até 11 de junho com a disputa ocorrendo entre as Superintendências Regionais. A unidade sagrada vencedora será a que obtiver maior pontuação na soma de vários critérios, entre eles a redução percentual de inquéritos sem despacho há mais de 80 dias e de perícias requisitadas há mais de um ano.

Na Etapa 2, que vai até 9 de setembro, a competição alcançará as cinco regiões do País. Cada região deverá atuar "com excelência" em critérios operacionais - quantidades de relatórios de operação de Polícia Judiciária, indiciamentos, por exemplo, além da redução percentual de inquéritos instaurados até 2020.

Leia a íntegra da manifestação dos delegados:

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal - ADPF tomou conhecimento de que a Polícia Federal lançou recentemente o chamado "Desafio PF 2025", com o objetivo de aumentar a produtividade das unidades da instituição na sua principal seara, a de Polícia Judiciária. Segundo consta em mensagem da Direção-Geral, o aludido projeto visa estabelecer uma competição entre as Superintendências Regionais, visando um melhor desempenho nos indicadores de operações deflagradas, de perícias efetivadas e de polícia judiciária em sentido amplo.

Além dos objetivos destacados, percebe-se, pela própria mensagem da Administração, que o escopo do projeto é também gerar o sentimento de integração, pertencimento, comprometimento e incremento da cultura institucional, ou seja, tem o objetivo de aumentar o vínculo pessoal do servidor com o órgão policial.

Entretanto, não obstante a busca por melhorias nos indicadores de gestão por parte da Polícia Federal, não nos parece minimamente razoável que o diminuto efetivo policial, já tão estressado e desgastado nos últimos anos, seja submetido a uma competição que aumenta a pressão por resultados, a competitividade interna e o estresse, sem que se tenha qualquer resultado qualitativo como consequência.

Nesse diapasão, é imperioso observar que o presente desafio vai na contramão de tudo o que a própria Administração vem realizando no âmbito do Programa Rosa dos Ventos, que visa descomprimir, desestressar e acolher os policiais e administrativos integrantes da instituição, pois a atividade policial, indiscutivelmente, já carrega em seu cerne uma elevada carga de estresse.

Querer implementar um projeto que vai exigir um desforço qualificado, isto é, um trabalho além do normalmente já executado pelos Delegados, com um efetivo pequeno, em paradoxo com o constante aumento de atribuições do órgão, é completamente antagônico ao sentimento de integração, pertencimento, comprometimento e valorização da atividade de polícia judiciária que se busca com o projeto.

Na mesma toada, é gritante a efetividade dos trabalhos desenvolvidos pelas Autoridades Policiais na seara de Polícia Judiciária, dado facilmente observado nas divulgações diuturnas feitas pela imprensa e pela própria direção da Polícia Federal, sendo desnecessária a tentativa de estabelecimento de mais uma ferramenta de controle de "produtividade", de mais uma "meta", uma vez que já existem diversas metas e indicadores previstos normativamente pelo órgão.

O que se vê é um grande distanciamento entre os anseios da Administração da Polícia Federal e o seu corpo funcional, visto que se pretende instaurar um desafio no qual a esmagadora maioria dos servidores não deseja participar, ganhar ou tem interesse nos "prêmios" que vêm sendo divulgados em várias unidades regionais. Ressalte-se que alguns "prêmios" divulgados, inclusive por parte da imprensa, causam constrangimentos e desconforto na maior parte dos servidores.

Assevere-se que, em outras instituições, qualquer aumento de produtividade ou assunção de maior carga de trabalho tem como reflexo a justa retribuição em pecúnia, como os honorários da AGU, os bônus de arrecadação da Receita Federal e o acúmulo de acervo do Judiciário e Ministério Público. Na Polícia Federal, os "prêmios" ofertados são missões ou recompensas logísticas (viaturas e eletrônicos) que constituem obrigações naturais do órgão. Em síntese, deve a Direção-Geral buscar uma verba indenizatória que, verdadeiramente, recompense o trabalho excepcional e extraordinário do órgão.

Além disso, nos últimos meses, o problema relativo ao desvirtuamento da aplicação dos recursos atinentes ao pagamento da disponibilidade voluntária para o serviço, em detrimento do repouso remunerado (sobreaviso), vem gerando grande desgaste e imenso descontentamento por parte dos Delegados de Polícia Federal, posto que estão sendo efetivados pagamentos para atividades que não constavam em escalas anteriores à implementação legal da indenização em apreço.

A preocupação da ADPF com o tema (sobreaviso) já foi demonstrada em diversos expedientes enviados à Direção-Geral da Polícia Federal e nas ações propostas perante o Poder Judiciário, a fim de regularizar a situação, posto que o orçamento previsto para 2025 de R$ 47.200.000,00, estampado na Ação 00UI, está ainda pendente de aprovação pelo Congresso Nacional. Ressalte-se que, seguindo o modelo equivocado de pagamento atual, o recurso dedicado acabará aproximadamente em junho.

A situação de falta de recursos para o pagamento da indenização da disponibilidade voluntária é absurda, beirando o enriquecimento ilícito da União, impactando diretamente a presteza do serviço, a motivação, o engajamento, a saúde e a qualidade de vida da força policial.

Por todo o exposto, o Conselho de Diretores Regionais aprovou, por ampla maioria, o envio desta mensagem aos Delegados de Polícia Federal, associados da ADPF, orientando para que o chamado "Desafio PF 2025" seja desconsiderado, não se aderindo a qualquer ferramenta de competição que possa causar ainda mais desgastes ao diminuto efetivo da Polícia Federal. Foi também aprovado o envio de ofício à Direção-Geral para a imediata suspensão do citado projeto, bem como reiterando que o pagamento da indenização relacionada ao sobreaviso seja regulado de forma adequada, com a elaboração de escalas que de fato sejam necessárias para o bom andamento do serviço prestado pela Polícia Federal, notadamente pela falta de disponibilidade orçamentária para arcar com despesas atinentes a atividades que não necessitam, de forma premente, de servidores em regime de sobreaviso.

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Ivete Sangalo se emocionou em sua primeira apresentação depois do velório de Preta Gil, na noite de sábado, 26. A cantora se apresentou no festival Fortal, em Fortaleza, e dedicou o show à amiga: "Ofereço a você, Pretinha, com todo o meu amor, essa apresentação e todas as que vierem. Receba essa homenagem, que eu sei que você está em um lugar de luz", disse Ivete com a voz embargada.

Ovacionada pelo público, a cantora justificou sua emoção: "Vou falar uma coisa a vocês: está tudo bem. Eu estou emocionada porque foi agora, mas ela deixou todo mundo muito bem equipado, acreditem", explicou Ivete, antes de entoar o maior hit da carreira de Preta, a música Sinais de Fogo.

Um dia antes, na sexta-feira, 25, Ivete Sangalo esteve no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde aconteceu o velório de Preta Gil. A cantora chegou acompanhada de seu marido, o nutricionista Daniel Cady, e chorou bastante ao se aproximar do caixão da amiga.

Preta Gil e Ivete Sangalo eram muitos próximas. Em maio, a baiana chegou a visitar a amiga nos Estados Unidos, onde ela passou por um tratamento experimental contra o câncer.

Mesmo sendo filha de Gilberto Gil, um dos maiores ícones da música brasileira, Preta Gil contou que só iniciou na carreira musical por causa do estímulo de Ivete. Em uma entrevista de 2023 na Vogue Brasil, ela explicou que Ivete a via cantar em rodas de amigos e sempre elogiou a sua voz.

O humorista Léo Lins usou seu canal no YouTube neste domingo, 27, para afirmar que nunca fez piadas diretamente sobre a morte de Preta Gil e que também não pretende mais fazer piadas envolvendo a cantora, que morreu no último domingo, 20.

Sem citar diretamente a quais matérias se refere, o comediante criticou parte da imprensa: "Pegaram uma notícia de um mês atrás, feita de forma muito desleal e desonesta, sobre piadas escritas dois anos atrás, para, agora, publicarem notas dizendo que estou fazendo piadas sobre a morte de Preta Gil, chegando a atribuir a mim a frase, com aspas, dizendo que falei: 'Quem me processar vai pegar câncer e morrer'. Eu nunca disse isso. E nem fiz piadas sobre a morte da Preta Gil."

Em seguida, disse que chegou a fazer humor com a doença da cantora, mas não a respeito de sua morte: "Eu sei que vão falar: 'Ah, não falou da morte, mas falou do câncer, ela morreu de câncer, isso também está errado...'. 'Ele escreveu a piada dois anos atrás, mas contou até semana passada, mas não pode...'. Eu sei que aqui já cabe uma discussão. Mas o ponto é: quando chegou nesse nível de distorção e de mentira, eu achei importante fazer o vídeo."

Em junho, quando Preta Gil ainda estava viva, uma reportagem do jornal O Globo indicou que Léo Lins citou Preta Gil no primeiro show feito pelo comediante após sua condenação à prisão. A apresentação aconteceu no Teatro Gazeta, em São Paulo, diante de 720 pessoas. Na ocasião, segundo o jornal, teria feito a seguinte piada: "A Preta Gil veio me processar por causa de uma piada de anos atrás. Três meses depois que chegou o processo, ela apareceu com câncer. Bom, parece que Deus tem um favorito. Acho que ele gostou da piada. E pelo menos ela vai emagrecer".

Léo Lins diz que não fará mais piadas com Preta Gil

Em seu vídeo no YouTube, Léo Lins prosseguiu: "Aproveito para dizer que não faço mais as piadas (sobre o tema). Porque elas eram sobre o processo. Como não tem mais processo, não tem mais por que continuar com as piadas."

O humorista ainda compartilhou o print screen com uma mensagem que teria enviado ao perfil de Preta Gil no Instagram, mas que não foi respondida ou visualizada, datada de 10 de março de 2023, logo após ela ter sido diagnosticada com câncer: "Acabei de ver uma notícia sobre sua saúde. Estimo suas melhoras. Sei que nem colegas nós somos, mas senti vontade de te mandar essa mensagem".

Léo Lins, por fim, desejou forças à família da cantora. "Meus sentimentos a todos vocês. Tenho certeza que estão passando por um momento difícil. Principalmente vocês que acompanharam tão de perto o quanto ela lutou contra esse câncer. Deixo os meus sinceros sentimentos."

"Me despeço com uma piada. Para vocês que são meus fãs, e feita para vocês que não gostem de mim. Fiquem tranquilos: a Preta Gil não vai mais me encontrar e ouvir minhas piadas, porque ela está no céu, e eu vou para o inferno", concluiu.

Bela Gil falou sobre luto neste domingo, 27, data que marca uma semana da morte de sua irmã, Preta Gil, que foi velada e cremada no Rio de Janeiro na última sexta-feira, 25. "Quero agradecer por todas as mensagens lindas, cuidadosas e acolhedoras que recebi nesses últimos dias! Obrigada a cada um de vocês", escreveu a chef de cozinha e apresentadora nos Stories da sua conta do Instagram.

Diferentemente de outros familiares e dos amigos famosos, Bela Gil não foi fotografada no funeral de Preta Gil, já que chegou ao velório da irmã junto com o pai, Gilberto Gil, e a mãe, Flora Gil, depois do fechamento da cerimônia para o público e para a imprensa.

"Agradeço especialmente aos meus amigos e amigas pela preocupação e disponibilidade em cuidar de mim. Vocês são fundamentais na minha vida. Que lindo sentir isso e espero ser essa amiga à altura para vocês também. Eu tô 'bem' e aprendendo a dar espaço para a saudade", esclareceu Bela sobre seu "sumiço" nos últimos dias por causa do luto.

No sábado, 26, Bela já havia mostrado uma ida à praia para um mergulho na tentativa de se cuidar. "Hoje o corpo pedia movimento para refrear a dor e nada melhor do que nadar no mar", escreveu. Na quinta-feira, 24, um dia antes do velório de Preta, Bela também havia homenageado a irmã com um post e uma sequência de fotos nas redes sociais. "Você abriu portas e caminhos e seguirei trilhando obrigada por tudo, te amo."

Além de Bela Gil, Preta Gil tinha outros 6 irmãos, todos filhos de Gilberto Gil. O cantor já tinha perdido outro filho, Pedro Gil, em 1990.