Justiça holandesa julga Norsk Hydro sobre contaminação no Pará

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A Justiça holandesa julga nesta quarta, 12, a responsabilidade do grupo Norsk Hydro por contaminação de residentes de Barcarena e redondezas, no Pará. A Corte Distrital de Roterdã vai definir se sete empresas do grupo são responsáveis por danos sofridos a nove pessoas e membros da associação Cainquiama que representa mais de 11 mil atingidos de comunidades tradicionais do Brasil, como indígenas e quilombolas. A decisão sobre a responsabilidade de impactos ambientais e sociais devido à produção de alumínio na região deve ser divulgada até o fim do ano.

As vítimas são representadas pelo escritório holandês Lemstra Van der Korst (LVdK), em parceira com o escritório internacional Pogust Goodhead, com sede em Londres. Em entrevista ao Broadcast para falar sobre o caso de Mariana, que deve ter desfecho em meados de 2025, o CEO e sócio do escritório Pogust Goodhead, Tom Goodhead, citou outras causas que defende na Europa. "Muita coisa está acontecendo este ano. Temos um julgamento amanhã no caso da Norsk Hydro, que é contra a empresa norueguesa de alumínio sobre sua planta em Barcarena, e um relacionado à Cutrale em julho, aqui em Londres. No caso de Brumadinho, teremos uma decisão até o final deste ano. No caso da Braskem, já tivemos sucesso, mas atualmente passa por apelação. Esperamos ver muita coisa acontecendo nos próximos seis a 12 meses", previu.

A ação judicial que será contemplada amanhã, na Holanda, é movida desde fevereiro de 2021. Em dezembro do ano seguinte, o tribunal de Roterdã decidiu que tinha jurisdição para julgar o caso. Em 2024, a Justiça decidiu que a Associação Cainquiama tem legitimidade para litigar em nome de seus membros e entendeu que não há prescrição para a ação relacionada aos danos continuados causados pelo Grupo Norsk.

O grupo Norsk Hydro é controlador majoritário da Alunorte, maior refinaria de alumina do mundo fora da China, com operações desde 1995, de acordo com as informações do site da companhia. Os advogados das vítimas alegam que famílias de comunidades tradicionais costumavam viver próximas ao local das atividades industriais em Barbarena, sem acesso a água encanada, e tradicionalmente dependiam da natureza e da água de rios e riachos para sua subsistência. "A refinaria de alumina e produção de alumínio pelo grupo Norsk Hydro causou danos na região. Um dos casos veio à tona em 2018, mas a atividade poluidora vem ocorrendo pelo menos desde 2002."

Em 16 e 17 de fevereiro de 2018, uma grande quantidade de lama vermelha vazou da bacia de rejeitos da Hydro Alunorte, poluindo várias nascentes e rios e colocando os moradores em risco. Este fato fez com que as autoridades brasileiras iniciassem investigações. Em 19 de março de 2018, foi descoberto que a Alunorte estava bombeando águas residuais não tratadas diretamente para o rio Pará, por meio de tubulações clandestinas. Os moradores afetados relataram problemas graves de saúde, como câncer, doença de Alzheimer, perda de visão, doenças de pele, problemas de estômago, diarreia e dificuldades respiratórias. Muitas famílias perderam suas fontes de renda e foram forçadas a deixar suas casas devido à contaminação.

São rés na ação seis empresas holandesas do grupo Norsk (Norsk Hydro Holland B.V, Hydro Aluminium Netherlands B.V, Hydro Aluminium Investment B.V, Hydro Alunorte B.V, Hydro Albras B.V, Hydro Paragominas B.V), além da empresa mãe, de matriz norueguesa (Norsk Hydro ASA). Os autores da ação argumentam que, como controladoras das operações no Brasil, as empresas do grupo Norsk Hydro devem ser responsabilizadas não apenas pelas atividades diretas, mas também pelos impactos ambientais e sociais causados às comunidades locais. Com base no conceito do poluidor indireto, buscam perante a Corte holandesa indenização por danos morais e materiais surgidos em decorrência dos incidentes na região, bem como em função dos efeitos deletérios à saúde dos moradores.

Segundo a companhia, o Brasil é a principal fonte de matéria-prima do alumínio da Hydro, a bauxita. E é o país onde a empresa possui o maior número de empregados no mundo, um total de 6.535 espalhados por 12 unidades. "No Brasil, extraímos a matéria-prima em Paragominas e Trombetas e refinamos a bauxita para obter a alumina (óxido de alumínio) na maior refinaria de alumina do mundo fora da China, a Alunorte. Também produzimos alumínio primário em nossa joint-venture Albras."

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Preta Gil, que morreu no domingo, 20 de julho, será homenageada na missa de sétimo dia que ocorre nesta segunda-feira, 28, no Rio de Janeiro. De acordo com a assessoria da cantora, a missa está marcada para às 19h na Igreja de Santa Mônica, no bairro do Leblon, e será aberta ao público. A celebração religiosa para a filha de Gilberto Gil ocorreu também em Salvador, no sábado, 26, no Santuário Santa Dulce dos Pobres.

O velório de Preta ocorreu na última sexta-feira, 25, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em cerimônia aberta ao público, familiares, amigos e fãs compareceram ao evento. Após o velório, o corpo da cantora seguiu para Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, Zona Portuário do Rio, onde foi cremado.

A opção de cremação foi um pedido de Preta à família. O corpo dela foi levado até o cemitério em cortejo em um carro do Corpo de Bombeiros e passou pelo chamado Circuito de Carnaval de Rua Preta Gil.

Preta morreu em decorrência de um câncer colorretal que tratava desde 2023. Em busca de métodos alternativos para o tratamento da doença, passou suas últimas semanas de vida em Nova York, nos Estados Unidos, onde morreu.

Geezer Butler, baixista do Black Sabbath, publicou um artigo no jornal britânico The Times, no domingo, 27, em homenagem a Ozzy Osbourne, que morreu aos 76 anos na terça-feira, 22. No texto, Butler compartilha momentos da convivência com o vocalista, desde os primeiros anos em Aston, bairro operário de Birmingham, até a última apresentação da banda, no Villa Park, neste mês.

O artigo começa com uma lembrança recente: uma campanha promocional do Aston Villa, em que Butler e Osbourne participaram de um vídeo para lançar o novo uniforme do clube. A ação, que simulava um telefonema entre os dois sobre jogar juntos no estádio do time, alcançou grande repercussão nas redes sociais.

A relação entre Osbourne e Butler teve início ainda na juventude. Ambos cresceram nos arredores do estádio do Aston Villa, frequentavam a mesma região e, em 1968, fundaram a banda que mais tarde se tornaria o Black Sabbath, ao lado de Tony Iommi e Bill Ward.

No relato, Butler descreve o reencontro com Osbourne nos ensaios para o último show da banda, realizado em 5 de julho, em Birmingham. Segundo ele, o estado de saúde do vocalista já era delicado.

"Eu sabia que ele não estava bem de saúde, mas não estava preparado para ver o quão frágil ele estava. Ele foi auxiliado a entrar na sala de ensaio por dois ajudantes e uma enfermeira e estava usando uma bengala - sendo Ozzy, a bengala era preta e cravejada de ouro e pedras preciosas. Ele não disse muito além dos cumprimentos habituais e, quando cantou, sentou-se em uma cadeira. Repassamos as músicas, mas percebemos que ele estava ficando exausto depois de seis ou sete músicas. Conversamos um pouco, mas ele estava bem quieto comparado ao Ozzy de antigamente."

Durante a apresentação final, a banda não pôde repetir os rituais de encerramento habituais. Butler menciona que não houve o tradicional abraço entre os integrantes, já que Osbourne permaneceu sentado em seu "trono" no palco.

"O que fazemos? Tony apertou sua mão, eu o presenteei com um bolo, mas foi uma sensação tão estranha terminar nossa história assim. Eu gostaria de ter tido mais tempo nos bastidores com o Ozzy, mas desejos são redundantes agora. Como Ozzy costumava dizer: 'Deseje em uma mão, c**** na outra e veja o que vem primeiro'", escreveu o baixista.

Butler também recorda episódios marcantes da formação da banda, incluindo o primeiro encontro com Osbourne, que apareceu à porta de sua casa vestindo uma beca e segurando uma escova de chaminé. O texto ainda menciona como os quatro músicos se conheceram e decidiram formar o grupo, inicialmente chamado Earth.

Além dos momentos profissionais, Butler destaca a relação pessoal com Osbourne. Ele relata que, mesmo após longos períodos sem contato direto, o vocalista se mantinha presente em situações importantes. Durante uma internação de seu filho, por exemplo, Osbourne telefonava diariamente para saber notícias.

O texto termina com um agradecimento à trajetória compartilhada e à oportunidade de se apresentarem juntos pela última vez. "Ninguém sabia que ele nos deixaria pouco mais de duas semanas após o show final. Mas sou muito grato por termos tocado juntos uma última vez diante de seus amados fãs. O carinho dos fãs e de todas as bandas, músicos, cantores e artistas solo naquela noite foi incrível. Todos vieram prestar homenagem ao Príncipe. Sou muito privilegiado por ter passado a maior parte da minha vida com ele. É claro que há milhões de coisas que me lembrarei e que eu deveria ter escrito, mas como posso resumir 57 anos de amizade em poucos parágrafos? Deus te abençoe, Oz, foi uma jornada incrível! Te amo!", concluiu.

Leia o texto na íntegra:

Geezer Butler: Ozzy Osbourne era o Príncipe do Riso

Desde o dia em que Ozzy chegou descalço à sua porta até o emocionante show final, três semanas atrás, o baixista do Black Sabbath reflete sobre 57 anos de amizade.

Há pouco mais de um ano, o departamento de publicidade do Aston Villa entrou em contato comigo perguntando se eu teria interesse em lançar o novo uniforme do Villa, da Adidas. Eles explicaram o cenário: Ozzy Osbourne me ligava perguntando se eu jogaria no Villa Park com ele e eu respondia: "Contanto que eu jogue na ponta esquerda". É claro que o vídeo viralizou e teve o maior número de visualizações entre todos os lançamentos de uniformes de futebol daquela temporada. Esse era o poder do Ozzy.

O Aston Villa era uma presença enorme para nós em Aston. Quando eu era criança, a humilde casa do Ozzy ficava a algumas centenas de metros do estádio, assim como a minha. Eu era fanático pelo Villa - ainda sou - e ia a todos os jogos que minha mesada permitia, enquanto o Ozzy 'cuidava' dos carros dos torcedores por alguns centavos. Portanto, foi bastante apropriado para Ozzy e o Black Sabbath encerrarem a longa jornada desde o nosso início em 1968 até o nosso último show em Aston, no Villa Park, em 5 de julho. Eu não imaginava então que nunca mais veria Ozzy depois daquela noite.

Os ensaios para aquele show final começaram um mês antes em um estúdio na zona rural de Oxfordshire. Tony Iommi, Bill Ward e eu tocamos sete músicas juntos. Claro, sem tocar juntos há 20 anos, levou alguns dias para nos livrarmos da ferrugem.

Então chegou a hora de Ozzy se juntar a nós. Eu sabia que ele não estava bem de saúde, mas não estava preparado para ver o quão frágil ele estava. Ele foi ajudado a entrar na sala de ensaio por dois ajudantes e uma enfermeira e estava usando uma bengala - sendo Ozzy, a bengala era preta e cravejada de ouro e pedras preciosas. Ele não disse muito além dos cumprimentos habituais e, quando cantou, sentou-se em uma cadeira. Repassamos as músicas, mas percebemos que ele estava ficando exausto depois de seis ou sete músicas. Conversamos um pouco, mas ele estava bem quieto comparado ao Ozzy de antigamente. Depois de mais algumas semanas, estávamos prontos para o show.

Para mim, Ozzy não era o Príncipe das Trevas - na verdade, era o Príncipe do Riso. Ele fazia qualquer coisa por uma risada, um artista nato. A primeira vez que o conheci foi quando voltava para casa depois de noites inteiras em uma casa noturna de rock chamada Penthouse, em Birmingham. Eu tinha cabelo comprido abaixo dos ombros e parecia um hippie. O Ozzy estava do outro lado da rua, vindo das noites inteiras de soul em Brum, com seu cabelo curto e terno moderno. Completamente opostos um do outro. Mal sabia eu então que, em um ano, formaríamos o que se tornaria o Black Sabbath e criaríamos uma forma totalmente nova de rock.

Em 1968, a banda de meio período em que eu fazia parte estava procurando um vocalista. Vi um anúncio em uma loja de música no centro de Birmingham com as palavras 'Ozzy Zig needs a gig' (algo como 'Ozzy Zig precisa de espaço em uma banda'). O endereço dele estava no anúncio e vi que ele morava a três ou quatro quarteirões de mim, então fui e bati na porta dele, só para ouvir da irmã dele que o Ozzy não estava. Deixei meu endereço com ela e, mais tarde naquela noite, enquanto a família Butler estava se sentando para jantar, bateram na porta. Meu irmão atendeu e disse: 'Ei, tem alguma coisa na porta perguntando por você'. Eu perguntei: 'O que você quer dizer com 'alguma coisa'? Ele respondeu: 'Você vai ver'.

Era o cara de cabelo curto que eu tinha visto voltando para casa depois das noites em claro, só que ele não estava de terno - ele estava com a beca marrom do pai, uma escova de chaminé no ombro, um sapato na coleira de cachorro e descalço. Ele disse: 'Sou o Ozzy'. Depois que parei de rir, eu disse: 'Ok, você está na banda'.

Assim começou a jornada mais incrível das nossas vidas. Tony Iommi morava a duas ruas da minha casa, então fomos lá para ver se ele conhecia algum baterista. Ele disse: "Sim, Bill Ward, e ele está aqui se você quiser falar com ele". Bill ouviu o que tínhamos a dizer e concordou em se juntar a nós, contanto que Tony aparecesse. E assim nasceu o Earth - que mais tarde mudou para Black Sabbath.

Nosso primeiro show terminou em uma briga enorme. Sendo de Aston, você tinha que saber se defender, e certamente Ozzy e Tony, em particular, não ficavam alheios a brigas. Nos tornamos irmãos inseparáveis, sempre cuidando um do outro. As pessoas sempre acharam Ozzy um homem selvagem, mas ele tinha um coração de ouro puro. A maioria de suas travessuras infames - a saga do morcego, morder a cabeça de uma pomba, urinar no Álamo, cheirar fileiras de formigas e o resto - aconteceu em seus anos solo, longe das restrições da equipe do Sabbath. Mas se você fosse um amigo em apuros, Ozzy sempre estaria lá para te ajudar. Quando meu filho nasceu com um problema cardíaco, Ozzy me ligava todos os dias para saber como eu estava lidando, mesmo sem nos falarmos por um ano.

Quando fizemos a promoção da Adidas no Aston Villa, eu não via nem falava com Ozzy desde a turnê The End, do Black Sabbath, em 2017. Mas sempre houve uma ligação invisível entre Ozzy, Tony, Bill e eu. Tínhamos passado pelos melhores e piores momentos; o vínculo era inquebrável.

E assim foi até o show final. A parte mais estranha daquele show foi o final. Normalmente, todos nos abraçaríamos e faríamos uma reverência para a plateia. Mas o Ozzy estava em seu trono e não tínhamos pensado nisso.

O que fazemos? Tony apertou sua mão, eu o presenteei com um bolo, mas foi uma sensação tão estranha terminar nossa história assim. Eu gostaria de ter tido mais tempo nos bastidores com o Ozzy, mas desejos são redundantes agora. Como Ozzy costumava dizer: 'Deseje em uma mão, cague na outra e veja o que vem primeiro'.

Ninguém sabia que ele nos deixaria pouco mais de duas semanas após o show final. Mas sou muito grato por termos tocado juntos uma última vez diante de seus amados fãs. O carinho dos fãs e de todas as bandas, músicos, cantores e artistas solo naquela noite foi incrível. Todos vieram prestar homenagem ao Príncipe. Sou muito privilegiado por ter passado a maior parte da minha vida com ele. É claro que há milhões de coisas que me lembrarei e que eu deveria ter escrito, mas como posso resumir 57 anos de amizade em poucos parágrafos?

Deus te abençoe, Oz, foi uma jornada incrível! Te amo!

O filme The Legend of Zelda já tem seus protagonistas confirmados. Bo Bragason e Benjamin Evan Ainsworth foram anunciados como Princesa Zelda e Link, respectivamente. O anúncio veio do próprio perfil da Nintendo, criadora do clássico game. O designer do jogo original, Shigeru Miyamoto, também assina a produção, cuja estreia está prevista para 2027.

A atriz Hunter Schafer, de 26 anos, que ficou conhecida por participar da série Euphoria, da HBO, estava sendo cotada para viver a princesa Zelda nos cinemas, mas não conseguiu o papel no live-action.

Em uma entrevista à Variety em 2023, Hunter se mostrou entusiasmada com a ideia de participar do projeto. "Eu pessoalmente amo o jogo. Eu jogava quando criança e jogo até hoje. Quem sabe? Seria muito, muito legal", declarou à época.

A nova Zelda é inglesa e tem 21 anos. Bo Bragason começou sua carreira bem jovem, aparecendo em um filme francês quando tinha apenas 2 anos. Ela já se destacou em diversas produções, tanto na televisão quanto no cinema. Entre seus papéis mais conhecidos estão os interpretados nas séries da BBC Three Girls e The Jetty; na série do Disney+ Renegade Nell; e em filmes como Censor (2021) e Os Radleys (2024).

Já o intérprete de Link tem apenas 16 anos. Apesar da pouca idade, Benjamin Evan Ainsworth, também inglês, já tem um currículo notável, com papéis de destaque em produções de grande visibilidade, tanto na televisão quanto no cinema.

Pinóquio

Entre os destaques de sua carreira está o papel de Miles Wingrave na série da Netflix A Maldição da Mansão Bly, com uma atuação que o colocou em evidência para a crítica e para o público. O jovem ator ainda interpretou William Spiver no filme da Disney Flora & Ulysses (2021). Mas um dos maiores destaques foi dar voz ao boneco de madeira no live-action da Disney.