MP junto ao TCU pede a aras que investigue Ibama por contratação de helicópteros

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O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU) enviou ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, com pedido para apuração de eventual processo penal e ação de improbidade contra membros do Ibama responsáveis pela contratação emergencial de helicópteros para fiscalização ambiental.

Paralelamente, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado também fez uma representação no TCU, para que a corte apure a contratação de caráter emergencial de aluguel de aeronaves, que foi firmada com a empresa de táxi aéreo Helisul.

Reportagem publicada pelo Estadão revela que, durante o processo de contratação emergencial, um documento alertava para o risco de favorecimento da empresa Helisul, que há anos já presta serviços para o Ibama e teve seu contrato vencido na última sexta-feira, 26. Esse documento, porém, foi omitido do processo e a contratação foi confirmada.

A justificativa de contratação emergencial também não se justifica, uma vez que o Ibama já havia iniciado o processo de licitação regular há, pelo menos, oito meses antes, mas acabou não levando a contração regular adiante para, somente no último dia possível, firmar novo acordo comercial com a Helisul, no valor de até R$ 20 milhões.

"A se confirmarem, no mundo dos fatos, os indícios narrados, há o risco de o Ibama ter incorrido em flagrante desvio de finalidade pública, utilizando-se indevidamente do mecanismo do contrato emergencial para contratação de serviços que já eram de conhecimento, mas que, por inação do órgão, tiveram que ser contratados com emergência", afirma o subprocurador-geral do MP-TCU Lucas Rocha Furtado, no ofício enviado a Augusto Aras.

Segundo Furtado, "ao que parece, a ausência de licitação ocorreu por intempestividade de atuação do órgão, visto que há meses tinham conhecimento da necessidade de contratação do serviço".

O representante do MP na corte de contas declara ainda que as irregularidades "podem ensejar responsabilidades administrativas, cíveis e penais, em respeito ao princípio da independência das instâncias".

Conforme revelou o Estadão, o Ibama fechou um contrato emergencial com a Helisul para manter o aluguel de seis helicópteros que prestam serviços ao órgão do Meio Ambiente. O contrato foi firmado com previsão de início no último sábado, 27, com valor mensal de R$ 3,3 milhões. O pagamento ocorre conforme a demanda e o contrato poderá ser finalizado, assim que o Ibama realizar uma licitação regular do serviço. Não faltou tempo para isso.

Depois de passar mais de oito meses discutindo como seria o edital para licitar a contratação de serviços de helicópteros, o Ibama não concluiu o processo. Como os técnicos do órgão já sinalizavam, a empresa Helisul, que presta serviço ao Ibama desde 2015, foi declarada vencedora do contrato emergencial. A empresa já teve seu contrato aditado muitas vezes e este não pode mais ser renovado, com fim em 26 de fevereiro.

Um mês antes, no dia 28 de janeiro, o chefe do Centro de Operações Aéreas (Coaer) do Ibama, o militar do corpo de bombeiros André Maulaz Lacerda, abriu o processo para a contratação de emergência, o qual foi enviado às unidades técnicas da Diretoria de Proteção Ambiental (Dipro) para manifestarem-se sobre a urgência da contratação. No dia 29 de janeiro, Leandro Garcia Santos Xavier, coordenador de licitações do Ibama e analista ambiental do órgão, chegou a visitar um hangar da Helisul, no Aeroporto de Brasília.

Quatro dias depois, em 2 de fevereiro, o chefe-substituto do Coaer, Danilo Montalvão, chegou a expor preocupação com a contratação emergencial, que poderia "acabar por ser direcionada" para a Helisul, por uma série de fatores e que a repercussão seria muito negativa. A observação foi enviada à Dipro, comunicando o fato e pedindo que fosse organizada uma comissão para criar proposta alternativa a contratação emergencial.

No dia seguinte, porém, o diretor da Dipro, Olímpio Ferreira Magalhães, coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo, gerou um despacho em que indefere a solicitação e determina o prosseguimento da contratação emergencial.

Por fim, no dia 7 de fevereiro, o despacho como alerta sobre favorecimento foi excluído do processo de compra, sob a justificativa de determinação do diretor de proteção ambiental, Olímpio Ferreira Magalhães. Um dia depois, o chefe do Coaer do Ibama, André Maulaz Lacerda, pediu exoneração do cargo.

A avaliação é de que, por falta de tempo, não havia mais forma de contratar outra empresa que prestasse os mesmos serviços, com início imediato. O contrato de serviços de helicópteros do Ibama é o mais caro de todo o órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, superando a marca de R$ 60 milhões por ano.

Por meio de nota, a Helisul declarou que "participou, como outras empresas, e foi escolhida por oferecer na ocasião o melhor preço". "A Helisul tem 49 anos de mercado e segue todos os princípios de Compliance e de Governança Corporativa, trabalhando sempre no mais estrito rigor de legalidade", declarou.

O Ibama afirmou que, na contratação emergencial, o órgão recebeu propostas de duas empresas - Helisul Táxi Aéreo e Emar Táxi Aéreo -, "tendo a empresa Helisul como vencedora na modalidade de menor preço, conforme todos os normativos necessários e previstos, obedecendo rigorosamente à legislação vigente referente ao assunto".

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O julgamento de Sean Combs, mais conhecido como P. Diddy, de 54 anos, teve início nesta segunda-feira, 5, em Nova York (EUA), com a fase de seleção do júri. O rapper, produtor e empresário responde a uma série de acusações federais que envolvem tráfico sexual, coação, distribuição de drogas e uso de armas de fogo. O caso é conduzido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que afirma ter evidências de que ele liderava uma rede sofisticada de exploração sexual por mais de duas décadas.

Segundo os documentos apresentados pela Procuradoria, P. Diddy usava sua influência na indústria da música para atrair e recrutar mulheres jovens, muitas vezes menores de idade, sob a promessa de oportunidades profissionais. Em vez disso, elas eram submetidas a abusos físicos e psicológicos, incluindo relações sexuais forçadas, filmagens sem consentimento e consumo forçado de substâncias ilegais. As denúncias relatam episódios de violência, ameaças com arma de fogo e pagamento em dinheiro para silenciar vítimas e testemunhas.

O governo afirma que o esquema era sustentado por uma estrutura de poder que incluía assistentes pessoais, membros da equipe de segurança e parceiros de negócios. Os investigadores dizem ter reunido registros bancários, mensagens de texto, imagens de câmeras de vigilância e testemunhos que corroboram as acusações. Durante uma das buscas realizadas em março deste ano, agentes apreenderam computadores, celulares e diversos documentos em propriedades do rapper em Los Angeles e Miami.

P. Diddy nega todas as acusações e rejeitou a possibilidade de um acordo judicial, o que significa que o caso será levado a julgamento completo. Seus advogados alegam que ele é alvo de uma campanha de difamação motivada por interesses financeiros e que pretende provar sua inocência em todas as frentes. Em nota recente, a defesa disse que "nenhum crime foi cometido" e classificou o caso como "totalmente baseado em alegações falsas".

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A seleção dos jurados deve seguir nos próximos dias. A promotoria pretende apresentar depoimentos de vítimas e testemunhas-chave, além de provas documentais que sustentem a acusação de que P. Diddy comandava uma organização criminosa com fins de exploração sexual. Se condenado, o artista pode ser sentenciado à prisão perpétua.

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