Escalada do crime organizado motivou criação de 'super Gaeco'

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O Grupo Nacional de Apoio ao Enfrentamento ao Crime Organizado (Gaeco Nacional) foi criado para fazer frente à escalada de violências, ataques brutais e infiltração do crime organizado no poder público. É uma tentativa do Ministério Público Federal (MPF) de fortalecer o combate à criminalidade de âmbito nacional e interestadual.

A proposta vem sendo gestada internamente desde 2019. O projeto partiu do diagnóstico de que os órgãos de investigação precisam ampliar a cooperação para alcançar as organizações criminosas, que expandiram sua atuação e operam nacionalmente. O objetivo é oferecer uma resposta estruturada e integrada na repressão a crimes de grande complexidade.

Os procuradores do Gaeco Nacional vão prestar suporte a investigações locais e, em alguns casos, podem conduzir os próprios procedimentos em conjunto com autoridades regionais. Caberá ao grupo de trabalho identificar casos prioritários para agir.

"O Gaeco Nacional poderá atuar proativamente, sugerindo sua participação em investigações de grande complexidade ou repercussão nacional", informou a Procuradoria-Geral da República.

O Gaeco Nacional terá competência para atuar em situações como:

- Crimes praticados contra o Estado Democrático de Direito

- Terrorismo e violações graves aos direitos humanos

- Crimes contra a Administração Pública, cometidos por organizações criminosas com repercussão nacional

- Infrações penais relacionadas a facções criminosas e milícias

- Crimes ambientais, como garimpo ilegal em terras indígenas

- Atuação criminosa com impactos interestaduais e internacionais

A medida foi aprovada no dia 4 de fevereiro, na primeira sessão ordinária de 2025 do Conselho Superior do MPF, e a resolução que formaliza o grupo de trabalho foi publicada nesta segunda, 17.

"A criação do Gaeco Nacional é um passo essencial para que o MPF possa se estruturar de forma adequada para combater a criminalidade organizada", sustenta o vice-procurador-geral Hindenburgo Chateaubriand. "O grupo permite uma resposta institucional mais eficiente e eficaz."

O Gaeco Nacional terá sede em Brasília e contará com 15 ofícios especiais, cujos titulares serão selecionados por meio de edital e nomeados pelo procurador-geral, Paulo Gonet, após aprovação do Conselho Superior do MPF.

O mandato será de dois anos, com possibilidade de uma renovação pelo mesmo período. Membros em estágio probatório ou com pendências disciplinares não poderão concorrer.

O grupo contará com estrutura própria, com recursos humanos e materiais essenciais e equipe composta por servidores das áreas técnica e jurídica.

A coordenação da estrutura será exercida por um subprocurador-geral da República, escolhido pelo PGR e aprovado pelo Conselho Superior. O mandato será de um ano, podendo ser renovado por até três vezes.

O grupo atuará prioritariamente na fase investigativa, com possibilidade de estender sua atuação até a fase judicial, em articulação com os procuradores naturais. O auxílio ocorrerá sempre mediante solicitação formal e deverá ser justificado com base na complexidade e repercussão do caso.

Além da atuação direta nas investigações, o Gaeco Nacional será responsável pela "produção de conhecimento técnico, pela análise estratégica da criminalidade organizada e pelo desenvolvimento de metodologias investigativas avançadas".

O grupo também atuará na sistematização e no compartilhamento de informações não sigilosas entre unidades do MPF e órgãos de inteligência, "fortalecendo a cooperação nacional e internacional no enfrentamento ao crime organizado". Além disso, terá papel ativo na capacitação de membros e servidores, "promovendo intercâmbio de boas práticas e aprimorando técnicas de investigação".

A resolução permite a integração entre os Gaecos locais já existentes e a formação de Gaecos regionais. Dessa forma, unidades do MPF em estados vizinhos ou de uma mesma região poderão atuar de forma conjunta, otimizando recursos e ampliando o alcance das investigações.

"A relação entre as instâncias do Gaeco, nacional, regionais e locais, será pautada pela autonomia recíproca e cooperação, a fim de garantir que cada uma atue dentro de suas atribuições específicas", informa a PGR.

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A edição especial do Vídeo Show que foi ao ar nesta quinta-feira, 24, agradou os saudosistas e levou as redes sociais a pedirem o retorno do programa de forma definitiva. O vespertino que ficou no ar por 35 anos foi revivido temporariamente como parte das comemorações de 60 anos da Globo, que se estendem até segunda, 28, quando vai a emissora apresenta o Show 60 Anos.

No X, antigo Twitter, o público elogiou o retorno e voltou a questionar o fato de o Vídeo Show ter saído do ar, em janeiro de 2019. "Só essa abertura já mostrou o potencial do Vídeo Show e a falta que faz na grade da Globo, queremos de volta pra ontem", opinou um internauta.

Além dos retornos de Miguel Falabella, Cissa Guimarães, Monica Iozzi e Otaviano Costa, o especial contou com quadros clássicos como Túnel do Tempo e Falha Nossa, além de um tour pelos bastidores dos estúdios com Paulo Vieira, conversas com grandes nomes do jornalismo da casa e uma homenagem a mestres do humor.

O reencontro entre Cissa e Falabella, apresentadores entre 1989 e 2001, despertou emoções e levou os dois às lágrimas. "Quanta coisa juntos, né?", comentou a apresentadora, relembrando o período em que trabalharam lado a lado.

A nostalgia, é claro, também foi garantida pelos outros quadros, o reencontro de André Marques com Angélica e as brincadeiras com as novelas atuais da programação da emissora.

Após lançar um dos filmes mais divisivos de 2024, e ganhar um Framboesa de Ouro de Pior Direção por ele, Francis Ford Coppola vai readaptar a história de Megalópolis para transformá-la em uma graphic novel. A informação foi divulgada pela revista The Hollywood Reporter.

Com texto escrito por Chris Ryall, que já adaptou trabalhos de autores como Stephen king, Clive Barker e Harlan Ellison, o livro tem lançamento previsto para outubro deste ano nos Estados Unidos. A arte é do desenhista Jacob Phillips. Por enquanto, não há informações sobre a publicação da história no Brasil.

No filme, estrelado por Adam Driver e Giancarlo Esposito, Cesar Catalina é um arquiteto obcecado pela ideia de criar uma cidade utópica, mas seu sonho bate de frente com os ideais do prefeito Franklyn Cicero. Em outubro do ano passado, Coppola visitou o Brasil para o lançamento do filme, seu projeto passional ao qual dedicou décadas de trabalho e muito dinheiro.

"Fiquei satisfeito ao colocar a ideia da graphic novel nas mãos competentes de Chris Ryall com a ideia que, apesar de ser inspirada no meu filme Megalópolis, ela não precisa necessariamente ser limitada por ele", declarou Coppola, em comunicado.

"Esperava que a HQ tomasse seu próprio rumo, com seus próprios artistas e escritor, para ser uma irmã do filme, ao invés de um simples eco (...) Isso confirma o meu sentimento de que a arte nunca pode ser restrita, mas sim sempre uma expressão paralela e parte da dádiva que podemos disponibilizar aos nossos clientes, nosso público e nossos leitores."

Megalópolis está disponível para compra e aluguel nas plataformas digitais.

Leticia Cazarré, cientista e mulher do ator Juliano Cazarré, usou as redes sociais nesta sexta-feira, 25, para contar, pela primeira vez, o conselho que recebeu pessoalmente do papa Francisco durante um encontro no Vaticano, em maio de 2024. A publicação também atualiza o estado de saúde da filha, Maria Guilhermina, de dois anos, que está internada em um CTI com um quadro de dificuldade respiratória.

"Foi um encontro muito lindo, muito abençoado, muito emocionante", contou Leticia. "Ele olhou no fundo dos meus olhos e falou: 'Filha, eu sei que é difícil, mas temos que seguir firmes'." Segundo ela, até então, só havia compartilhado a mensagem com amigos próximos e familiares.

Maria Guilhermina nasceu com uma condição congênita rara no coração e, desde o nascimento, tem passado por diferentes internações e cirurgias. Leticia contou que a piora da filha coincidiu com o dia em que havia planejado divulgar o vídeo sobre o encontro com o papa, em homenagem ao pontífice, que morreu no último domingo, 21, no Vaticano.

"Confesso que, ao vê-la com dificuldades para respirar o dia todo, me entristeci muito. Desta vez foi mais difícil do que todas as últimas. Eu não queria vê-la sofrer de novo. Não consigo entender. Mas aceito. E peço a Deus que não esqueça de me dar as graças necessárias para viver com ela mais um sacrifício de internação", disse.

Ela também mencionou o desafio de equilibrar a rotina familiar, especialmente no cuidado com o caçula, Vicente, que passou por exames de ressonância no mesmo dia. "A vida pessoal falou mais alto do que a vida profissional", desabafou.

Com a filha recebendo os cuidados necessários e apresentando melhora, Leticia disse ter sentido que este era o momento certo para dividir publicamente a experiência com o papa. No fim do relato, ela citou outra frase do pontífice que a marcou: "Algumas realidades só podem ser vistas com os olhos limpos pelas lágrimas".

Confira a publicação aqui