'Resposta de sangue': plano para protesto de ONG do PCC e atentado foi achado em cela

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Já passava das 15h daquele 1º de novembro de 2023 quando agentes penitenciários de Presidente Venceslau encontraram em uma cela do presídio do interior paulista manuscritos que previam manifestações de uma ONG ligada ao PCC sobre supostas ilegalidades no sistema prisional. O 'dono' da cela, Luis Alberto dos Santos Aguiar Júnior, tentou engolir as anotações, mas só conseguiu consumir parte dos papéis. No que restou do documento, havia não só os detalhes sobre o protesto que viria a ocorrer doze dias depois, à porta da penitenciária, mas também a proposta da facção para uma 'resposta de sangue' ao Estado: um plano de atentado contra três servidores públicos.

Ao ter o manuscrito apreendido, Luis Alberto admitiu ser integrante do PCC: "Eu corro com a facção, aqui é o crime e já era."

O papel apreendido com o detento trazia o título: "Determinação apoio resumo da externa". Detalhava os "passos" que seriam tomados pela facção considerando o que os membros presos "estavam vivendo nos presídios". Informava sobre sete 'questões' sobre as quais os faccionados deveriam ter atenção.

O tópico que chamou mais atenção da Promotoria foi o terceiro, que registrava: "Vamos dar uma resposta de sangue". Segundo o Ministério Público, o trecho trata da possibilidade da prática de violências contra três vítimas, "provavelmente agentes públicos, já que os atentados seriam resposta à suposta opressão sofrida pelos detentos daquela penitenciária".

'Resposta de sangue'

No manuscrito, os supostos líderes do PCC diziam que estão há anos "reivindicando direitos de forma inteligente e sensata", mas estão sendo "massacrados". O texto enfatiza que está no estatuto da facção a necessidade de tratar com "seriedade" a questão da "injustiça na saúde".

"Chegou ao extremo, é parceiro com costela quebrada, braço quebrado mais de 4 agressões em um mês, opressão psicológica, física, derramamento de sangue de irmão nosso, injustiça, patifaria, tudo que eles podem fazer contra o crime tão fazendo."

A possível execução de três supostos servidores é citada. "Então vamos nos jets mandar 3 terminal pros irmãos tá fazendo iremos pegar 3 nome e pedir a baixa."

"Estamos pra arcar com o que vier pois o crime tá vivo aqui e em todos lugar do planeta somos a maior organização criminosa do mundo e não iremos passar por tudo isso estando dentro do nosso estado frisando que isso é com caráter de urgência enquanto eles tentam nos massacrar nossos irmãos vão tá focados para dar baixa em 3 tiranos e temos com nois que apoia isso acontecer o tratamento irá mudar e eles começará a ver nois do jeito que tem que ser porque eles estão desacreditados e ta aí o PCC pra mostrar que somos a maior força estando unidos em uma só luta."

A proposta veio com um alerta de que a execução do atentado poderia refletir na liderança do crime organizado custodiada nas penitenciárias federais ou na Penitenciária II de Presidente Venceslau.

Segundo o MP, o autor do bilhete demonstrou preocupação com uma eventual retaliação aos líderes.

'Melhora para todos'

No início da circular do PCC, um primeiro ponto levantado tem relação com o 'plano de saúde da facção' e também com as manifestações que seriam promovidas dentro e fora de presídios, de forma sincronizada e com a utilização de cartazes e faixas para denunciar supostas ilegalidades no sistema penitenciário.

Os líderes da Penitenciária de Presidente Venceslau iniciavam o bilhete indicando que iriam sugerir à cúpula da facção, denominada 'Sintonia', para mobilizar os 'gravatas'.

Os 'gravatas' são bacharéis que atuam a mando do PCC. A liderança estabelecida no presídio do interior queria 'mais intensidade' por parte desse grupo de advogados. Nesta terça, 28, o Ministério Público de São Paulo denunciou três 'gravatas' que gerenciavam um 'setor de saúde' para o PCC, providenciando atendimentos médicos e odontológicos para integrantes graduados da facção, todos presos.

"Já conseguimos alguns êxitos porém essa nova corja tá trazendo tudo de novo como era antes e não iremos admitir. Foi vidas perdidas irmãos e companheiros condenados a vários anos pela nossa luta como vários enterrados vivos para deixar uma melhora para todos e no hoje com nossa força e união", dizia o bilhete.

'Paralisação' com lençóis e pedidos de socorro

Ainda no primeiro tópico do manuscrito, a facção cita a mobilização de uma 'paralisação pacífica'. "Iremos escrever nos lençois, socorro, injustiça e opressão, descaso com a saúde, tudo que estamos passando aí, como as unidades vão tá paradas em uma só voz os profissionais iriam assonar a mídia, direitos humanos, ONGs, Corregedoria. Isso tem que ser numa sexta-feira que é dia de internação e desinternação irá virar um caos contra esses tiranos eles tão atingindo nós de todas as formas e iremos dar uma resposta dentro disso", registra o documento.

Um mês após a apreensão do manuscrito, no dia 13 de dezembro de 2023, a ONG Pacto Social e Carcerário - apontada como ligada ao PCC - promoveu uma manifestação em frente ao prédio da unidade regional do Departamento Estadual de Execução Criminal. A Polícia Civil acompanhou o encontro e diz ter identificado a presença de membros ativos do PCC, o que foi considerado uma "evidência de que a ONG serve à facção".

Na véspera do protesto, foram presos dois outros denunciados pela Promotoria - Michael Douglas Anjos Coelho de Oliveira e Luan Vitor Siqueira de Jeses. Eles foram capturados em São José dos Campos. no Vale do Paraíba, com radiocomunicadores, armamento, coletes balísticos e banners.

As faixas apreendidas com os presos traziam "palavras de ordem que seriam usadas nas falsas manifestações".

Segundo o MP, as manifestações eram 'fabricadas' pelo PCC por meio de ONGs para, "denunciando supostos abusos e violações de direitos a que os presos seriam submetidos, chamar a atenção da mídia e colocar em descrédito a atuação do sistema de justiça, incluído o sistema penitenciário".

"Destravado a data pra nós no dia certo, fora os lençol, iremos fazer bateria, iremos no 1, 3, 4 gritar socorro aí a mídia, ONG direitos humanos, irão querer entrar pra dentro da unidade isso tudo bem bem sincronizado temos poder e força pra causar esse impacto, aqui é um lugar a onde não tem mídia sempre as mesmas reportagens e nossos profissionais juntamente com os direitos humanos iram trazer pro pais o que estamos passando dentro desse regime tirano e ditador", registra outro trecho do documento.

A Promotoria indica ainda que o manuscrito também tratou da intenção de realização de passeatas e protestos no Fórum "João Mendes" (Tribunal de Justiça de São Paulo), alertando sobre o tratamento dedicado aos presos, além de mobilizações em Capão, Paraisópolis, Zona Norte e Zona Leste, com a instalação de faixas em locais nos quais os helicópteros da imprensa realizam filmagens.

'Cartas denúncia'

O segundo tópico da circular fazia uma convocação para os 'desinternados' da facção. O apelo era para que os faccionados egressos do sistema carcerário passassem para os 'amigos' os endereços da Ouvidoria e da Corregedoria, para o encaminhamento de 'cartas-denúncia' 'falando de tudo'.

As cartas deveriam frisar o "descaso médico, a pressão, a alimentação, a injustiça 'sem médico' e 'sem sedex', higiene precária e sem sol". "Quantas mais carta denúncia chegar, a resposta irá ser mais rápida."

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O músico vencedor de dois Grammy Awards, Chuck Mangione, que alcançou sucesso internacional em 1977 com seu single de jazz Feels So Good e mais tarde se tornou dublador na comédia animada de TV O Rei do Pedaço, morreu. Ele tinha 84 anos.

Mangione faleceu em sua casa em Rochester, Nova York, na terça-feira, 22, enquanto dormia, disse seu advogado, Peter S. Matorin, da Beldock Levine & Hoffman LLP.

O músico estava aposentado desde 2015. Talvez o seu maior sucesso - Feels So Good - seja uma constante na maioria das rádios de smooth jazz e tem sido uma das melodias mais reconhecidas desde Michelle dos Beatles.

Atingiu o nº 4 na Billboard Hot 100 e o topo da parada adult contemporary da Billboard. "Isso identificou para muitas pessoas uma canção com um artista, mesmo que eu tivesse uma base de público bastante forte que nos manteve em turnês sempre que queríamos, essa música simplesmente se destacou e levou a outro nível", disse Mangione ao Pittsburgh Post-Gazette em 2008.

Ele seguiu esse sucesso com Give It All You Got, encomendada para os Jogos Olímpicos de Inverno de 1980 em Lake Placid, e ele a apresentou na cerimônia de encerramento.

Mangione, trompetista e compositor de jazz, lançou mais de 30 álbuns durante uma carreira em que construiu uma grande base de fãs depois de gravar vários álbuns, fazendo todas as composições. Ele ganhou seu primeiro Grammy Award em 1977 por seu álbum Bellavia, que foi nomeado em homenagem à sua mãe.

O corpo de Preta Gil já chegou ao Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, onde será realizada a cerimônia de cremação, conforme desejo da cantora.

O cortejo saiu do Theatro Municipal, no centro da cidade, onde foi realizado o velório da cantora na manhã desta sexta-feira, 25. Aberta ao público até às 13h20, a despedida teve presença de amigos, familiares e admiradores de Preta.

O caixão deixou o local sob aplausos, carregado por Francisco Gil, único filho de Preta, Otávio Muller e o músico baiano Carlinhos Brown. Em seguida, foi levado por um carro do Corpo de Bombeiros pelo circuito do carnaval, que ganhou o nome da cantora, até o cemitério.

Na chegada do corpo ao cemitério, segundo a revista Quem, um violinista tocava Drão, canção de Gilberto Gil inspirada pelo relacionamento com Sandra Gadelha, mãe de Preta. A música, além de ser considerada um clássico nacional, marcou a emocionante despedida de Preta Gil dos palcos, quando a cantou ao lado do pai durante uma apresentação da turnê Tempo Rei em São Paulo.

Cerimônia de cremação é restrita a família e amigos

A cerimônia de cremação é restrita a familiares e amigos íntimos da cantora. José e Flor Girl, irmão e sobrinha de Preta, estavam entre os primeiros a chegar. Otávio Muller, Carolina Dieckmmann, Ivete Sangalo, Regina Casé também foram vistos no local.

Família teve momento íntimo no velório

Uma comitiva com os pais, Gilberto Gil e Sandra Gadelha, a madrasta Flora Gil e a irmã Bela Gil chegou ao velório às 13h40, cerca de 20 minutos depois do fechamento da cerimônia para o público. Dessa forma, os pais da cantora tiveram uma despedida mais intimista. Após a entrada de Gilberto Gil, foi divulgada uma imagem do pai beijando a filha no caixão em sua despedida.

Famosos e autoridades se despedem de Preta

Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, aguardou a chegada de Gilberto Gil para entrar no velório. A atriz Fernanda Torres, a cantora Ana Carolina e a atriz Bruna Marquezine também chegaram à cerimônia após o fechamento ao público, e cumprimentaram Gil, Flora, Sandra e Bela antes de entrarem no salão.

Antes da chegada dos pais, diversos amigos e familiares de Preta Gil compareceram ao velório. Francisco Gil chegou acompanhado de amigos e da namorada, a ex-BBB Alane Dias. O filho de Preta Gil demonstrou estar bastante emocionado à beira do caixão com o corpo da mãe.

Ivete Sangalo, Carolina Dieckmmann, Regina Casé, Ludmilla, Thiaguinho, Carol Peixinho, Ingrid Guimarães, Douglas Silva, Malu Mader, Claudia Abreu, Alice Wegmann, Marcelo Serrado, Carla Perez, Xanddy, Péricles, Caio Blat, Marcelo Serrado, Sabrina Sato, Nicolas Prattes e Maria Gadu foram alguns dos outros famosos presentes.

Angélica e Luciano Huck prestaram homenagem a Preta Gil nas redes sociais nesta sexta-feira, 25, dia do velório da cantora, realizado pela manhã no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com presença de familiares, amigos e aberto ao público. O casal está fora do País, em férias no Japão. Preta foi madrinha de casamento dos apresentadores. Ela morreu no último domingo, 20, nos Estados Unidos, onde realizava um novo tratamento contra o câncer.

Em uma publicação no Instagram, Angélica escreveu: "Ver tantas homenagens espalhadas pelas ruas e nas palavras de quem te ama emociona e confirma tudo o que você é: força, presença, generosidade, união." "Você sempre foi esse elo entre tanta gente bonita, verdadeira, cheia de afeto e luz. E agora segue sendo lembrada assim, com amor, por quem esteve ao seu lado e por quem você também amou. Sua memória continuará viva em cada gesto de quem escolhe viver com a coragem e o coração que sempre foram seus. Te amo pra sempre. Você estará pra sempre nos nossos corações", completou.

A imagem compartilhada por Angélica mostra as placas de rua instaladas na região central do Rio para homenagear Preta. O cortejo após o velório passou pelo "Circuito Preta Gil", que será o trajeto de megablocos do carnaval carioca.

Já Luciano publicou uma sequência de imagens ao lado de Preta nos stories. "Saudades para sempre", escreveu em um registro dele com a cantora e com Angélica. Em outras imagens, aparecem Carolina Dieckmmann, Thiaguinho, Gilberto Gil, Caetano Veloso, entre outros.

"Te amo para sempre", escreveu Luciano em um vídeo, que encerra a sequência. No registro, ele aparece com Preta e Angélica, e a cantora fala do casal: "Esse aqui é amigo fiel, esse casal que eu amo. Eu sou madrinha de casamento deles e eles são meus. É real."

Velório de Preta Gil

O velório da cantora reuniu familiares, amigos e fãs no Theatro Municipal, na Cinelândia, Centro do Rio, nesta sexta, 25. A despedida teve início com um atraso de 30 minutos e foi encerrada mais de uma hora após o previsto. O velório aberto ao público foi encerrado às 14h. Até às 15h parentes e amigos prestam as últimas homenagens à Preta Gil.