Surto de virose: investigação não encontra norovírus em água potável do litoral de SP

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A investigação sobre a origem do surto de virose no litoral de São Paulo concluiu que não há contaminação por norovírus nas amostras de água potável analisadas na região. Esse micro-organismo é apontado como responsável pelos casos.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), as amostras, coletadas nos municípios de Praia Grande e Guarujá, também "não possuem alteração ou presença de outros vírus".

O estudo é conduzido pelo Instituto Adolfo Lutz que, na última semana, identificou o norovírus em amostras de fezes humanas coletadas nas duas cidades. A origem da infecção, porém, ainda não foi informada pela SES.

A pasta ainda afirma que realizou duas reuniões técnicas com autoridades de saúde dos nove municípios da Baixada Santista para abordar as medidas a serem adotadas nos casos de gastroenterocolite aguda, doença causada pela infecção viral.

Possíveis origens do surto

O norovírus, considerado altamente contagioso, é liberado em grande quantidade nas fezes de pessoas contaminadas e pode infectar outras pelo contato com fragmentos dos excrementos. Isso pode acontecer, principalmente, por meio da ingestão da água contaminada. É por isso que ela é alvo da investigação do Adolfo Lutz.

De acordo com estudos, a maioria das pessoas adoecidas acaba eliminando o vírus nas fezes por dias ou semanas antes e depois dos sintomas. Por isso, eles podem ser detectados em águas residuais, mesmo que apenas alguns indivíduos estejam infectados.

Por essa razão, o professor Oscar Bruna-Romero, pesquisador especialista em imunologia e microbiologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), relaciona contaminações ao monitoramento inadequado da qualidade da água durante períodos de alta demanda populacional e à falta de canalização e tratamento do esgoto.

Além da água potável, Bruna-Romero destaca que esse tipo de infecção é frequente entre pessoas que ingerem pequenas quantidades da água de rios e mares contaminada com fezes.

Isso pode acontecer, por exemplo, devido ao despejo clandestino de esgoto nas praias, que compromete a qualidade da água, segundo Marcelo Otsuka, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Para o infectologista, este é "um problema recorrente no Brasil" e facilita a propagação da contaminação de uma área para outra.

Além disso, as chuvas também contribuem para esse tipo de contaminação dos mares, não apenas o esgoto, conforme destaca a virologista Fernanda Marcicano Burlandy, coordenadora do serviço de referência regional para rotavírus e norovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). "Elas aumentam o volume dos rios que deságuam no mar, podendo levar dejetos consigo", explica.

Sabesp busca redes irregulares de esgoto

Após o surto, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) começou a realizar testes e inspeções nas redes de esgoto das cidades de Itanhaém e Guarujá (Baixada Santista) para identificar ligações clandestinas de despejo de água de chuva nos sistemas operados pela Sabesp. Os trabalhos começaram nesta terça-feira, 14, e devem se estender ao longo desta semana.

Em época de temporais, diz a companhia, pode acontecer a entrada água em excesso na rede de esgoto e provocar vazamentos para as ruas. "Como o litoral de São Paulo tem baixa cobertura de rede de drenagem, a ocorrência de conexões irregulares é alta", afirmou a empresa.

No momento mais crítico da situação, quando a busca por atendimento médicos disparou, e famílias inteiras estavam contaminadas, a Prefeitura do Guarujá chegou a acionar a Sabesp para investigar possíveis vazamentos e ligações clandestinas de esgoto na região da Enseada, e que poderiam estar relacionados aos casos de virose.

A Sabesp, na ocasião, disse que adotou medidas para verificar as solicitações da prefeitura e prestou os esclarecimentos necessários à Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A companhia acrescentou que monitorou o sistema de esgoto da Baixada Santista e que as instalações estavam operando normalmente.

Outras formas de transmissão

Além do contato com água contaminada, a transmissão pode acontecer pelo consumo de alimentos infectados, ao tocar objetos contaminados e depois levar a mão à boca ou na interação de pessoa para pessoa (caso um indivíduo infectado toque outro com as mãos sujas, por exemplo).

"Uma só pessoa pode contaminar todos de uma casa. Norovírus não é brincadeira, se espalha com toda a força possível", diz Gubio Soares, coordenador do Laboratório de Virologia do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA), especialista em norovírus e rotavírus.

Segundo o pesquisador, é um vírus que tende a se disseminar quando não há controle das autoridades. Mas essa capacidade de disseminação geralmente não se sustenta para perpetuar os surtos, isto é, eles costumam acabar em pouco tempo, explica o infectologista Thiago Morbi, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O norovírus é um velho conhecido dos médicos infectologistas. É comum que surtos de gastroenterite, doença que causa vômitos e diarreia, sejam associados a ele. Em locais quentes e com grande fluxo de pessoas, como no litoral de São Paulo durante o verão, o número de casos pode disparar.

Prevenção

Para evitar surtos como o de norovírus, é essencial manter a higiene adequada, como lavar bem as mãos, higienizar alimentos e utilizar água de boa qualidade, preferencialmente filtrada, fervida ou mineral.

Deve-se evitar galões de procedência desconhecida e prestar atenção às condições da praia, já que esgoto pode comprometer a água. Esses cuidados são essenciais especialmente para a proteção de crianças.

Em casos de vômito, a limpeza do chão deve ser feita com água sanitária, descartando o pano usado.

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O lendário vocalista britânico Ozzy Osbourne morreu nesta terça-feira, 22, aos 76 anos. A causa da morte não foi divulgada, mas o músico enfrentava havia alguns anos um quadro de doença de Parkinson, além de outras complicações de saúde.

Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, Osbourne revolucionou a música e se tornou um dos símbolos mais importantes da história do rock.

No Black Sabbath, criou o heavy metal ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward. Na carreira solo, se solidificou como o "Príncipe das Trevas" e virou sinônimo do gênero musical que tocava.

Em sua vida pessoal, acumulou inúmeras polêmicas e, ao lado de sua família, criou um programa de televisão que inventou o formato dos reality shows como conhecemos hoje em dia.

Entre prisões, drogas e morcegos, Ozzy Osbourne viveu como poucos. As controvérsias ao longo de sua vida marcaram sua carreira, criando o mito de um dos pais do heavy metal.

Veja a seguir alguns dos momentos mais chocantes da trajetória de Osbourne.

Acusações de satanismo

Com uma estética ocultista, o Black Sabbath revolucionou a música britânica com a criação do heavy metal em 1970. Com riffs pesados, roupas pretas e temáticas sombrias, a banda se tornou um sucesso entre jovens - e também atraiu bastante críticas. Em especial, havia aqueles que acusam Ozzy Osbourne e o Black Sabbath de praticar e divulgar o satanismo em suas músicas.

As acusações não eram verdadeiras, mas ajudaram a divulgar o grupo e criar uma atmosfera trevosa entre os membros da banda. O apelido "Príncipe das Trevas", inclusive, surgiu por conta da constante associação de Ozzy ao mundo do ocultismo.

A saída do Black Sabbath

Um dos momentos mais baixos da vida de Ozzy Osbourne ocorreu em 1979, quando ele foi expulso da banda que ajudou a criar. O Black Sabbath existia há quase uma década, mas enfrentava problemas de popularidade. O então último álbum deles, Never Say Die!, não havia sido bem recebido pelo público e pela crítica.

Para piorar tudo, os demais membros da banda estavam de saco cheio do comportamento errático de Ozzy. O vocalista, que sempre teve questões com drogas e álcool, estava passando do limite com o seu vício. Em mais de uma ocasião, Osbourne não compareceu aos ensaios e gravações marcados, prejudicando seus companheiros.

Tony Iommi, guitarrista e líder da banda, optou por demitir Ozzy e contratar Ronnie James Dio em seu lugar. A decisão veio como surpresa para Osbourne, que se chateou com o ocorrido. Os fãs de heavy metal, no entanto, foram agraciados com a separação.

O Black Sabbath lançou um de seus melhores álbuns - Heaven and Hell - com o novo vocalista e Ozzy Osbourne lançou o excelente Blizzard of Ozz em resposta, iniciando uma prolífica carreira solo.

A mordida no morcego (e em uma pomba)

Entre as polêmicas de Ozzy Osbourne, talvez nenhuma tenha chocado tanto quanto a vez em que ele arrancou a cabeça de um morcego com a própria boca. Em 1982, Ozzy se apresentava em Iowa, nos Estados Unidos, quando viu um objeto negro sendo arremessado em sua direção.

Ao pegar o objeto no ar, Ozzy acreditou estar com um morcego de borracha em mãos. Acostumado com esse tipo de interação com seu público, o cantor mordeu a cabeça do animal e descobriu, da pior forma possível, tratar-se de um bicho de verdade.

O sangue escorreu pela boca do cantor, que teve de ser retirado do palco imediatamente e hospitalizado para evitar um possível contágio de raiva.

Essa, no entanto, não é a única experiência de Ozzy com cabeça de animais de verdade.

Em 1981, o cantor mordeu a cabeça de uma pomba viva durante uma reunião com executivos da indústria musical. À época, ele acabara de assinar o primeiro contrato de sua carreira solo. Segundo o próprio músico, ele planejava soltar as pombas no escritório como um sinal de paz. Embriagado, no entanto, ele mudou de ideia e mordeu a cabeça do animal.

As prisões

Ao longo de sua vida, Ozzy Osbourne foi preso em inúmeras ocasiões. O número correto de detenções é um mistério, mas são famosas as histórias que detalham o que levou o vocalista do Black Sabbath à cadeia. O primeiro problema com a lei, no entanto, ocorreu antes mesmo da fama.

Vindo de uma família pobre, Ozzy foi preso após tentar roubar uma televisão em 1966. À época, ele tinha 17 anos. Sem dinheiro para pagar a sua fiança, e com seu pai se recusando a pagar o valor, Osbourne ficou seis semanas preso em uma cadeia de Birmingham, cidade natal do músico.

Em 1982, Ozzy foi preso de novo. Dessa vez, o vocalista já era famoso e estava focado em sua carreira solo. O abuso de drogas, que sempre foi recorrente, havia piorado após a morte recente de seu guitarrista, o talentoso Randy Rhoads.

A situação era tão grave que, em determinada noite na cidade de San Jose, no Texas, sua esposa e empresária Sharon Osbourne se viu obrigada a trancá-lo em um quarto de hotel para evitar que ele fugisse. Até mesmo as roupas de Ozzy foram confiscadas, mas isso não o impediu.

O vocalista roubou um vestido de Sharon e saiu para passear pelas ruas norte-americanas. Embriagado, ele achou que era uma boa ideia urinar em uma importante estátua da região. Ele foi preso pela polícia local, mas acabou pagando fiança e foi liberado para se apresentar na cidade.

Em 1984, foi preso novamente nos Estados Unidos, em Memphis, por intoxicação pública.

Agressões à Sharon

O auge da vida caótica e violenta de Osbourne, no entanto, ocorreu em 1989. Por conta do vício em drogas e álcool, o relacionamento entre Ozzy e Sharon era instável e problemático. Em agosto daquele ano, o vocalista chegou em casa alterado e agrediu a própria esposa, tentando estrangulá-la até a morte.

Sharon conseguiu se desvencilhar do marido e chamou a polícia, que prendeu Ozzy. Ao ser liberado, o cantor optou por entrar em uma clínica de reabilitação. Eventualmente, Sharon e Ozzy se reconciliaram e retomaram o casamento. De acordo com Osbourne, esse foi o ponto mais baixo de sua vida - e também o momento em que ele decidiu pedir ajuda e se tratar.

Ozzy Osbourne morreu na manhã desta terça-feira, 22, aos 76 anos. Segundo um comunicado divulgado pela família da lenda do rock e líder do Black Sabbath, ele estava cercado de amor. O Príncipe das Trevas era casado havia 43 anos com Sharon Osbourne, sua empresária, e fez sucesso ao mostrar sua intimidade no reality show The Osbournes, exibido pela MTV entre 2002 e 2005.

Mas a família de Ozzy Osbourne é ainda maior do que a mulher e os dois filhos - Kelly e Jack - que apareceram no reality. O casal tem outra filha, Aimee, que se recusou a participar do programa e criticou publicamente os pais na época.

Antes de conhecer Sharon, Ozzy também já tinha outros três filhos do casamento anterior com Thelma Riley. De lá para cá, o Príncipe das Trevas também se tornou avô de pelo menos 10 netos.

Sharon Osbourne

A segunda esposa de Ozzy Osbourne, empresária e atual viúva da lenda do rock tem 72 anos. Eles se casaram em 1982 e tiveram três filhos: Aimee, nascida em 1983, Kelly, nascida em 1984, e Jack, nascido em 1985.

Aimee Osbourne

Filha mais velha do casal Sharon e Ozzy, atualmente tem 41 anos e trabalha como cantora e atriz. Aimee se recusou a participar do reality show The Osbournes, que estreou quando ela tinha 19 anos.

Kelly Osbourne

É a filha mais conhecida de Ozzy e Sharon Osbourne por ter se destacado no reality show The Osbournes, na MTV. Kelly atualmente tem 40 anos e um filho, Sidney, fruto de sua relação com Sid Wilson, DJ do Slipknot, de quem ela ficou noiva há duas semanas no show de despedida do pai.

Jack Osbourne

Filho mais novo de Ozzy e Sharon Osbourne, ele também apareceu ainda adolescente no programa The Osbournes. Atualmente com 39 anos, Jack tem 4 filhas: Pearl, nascida em 2012, Andy, nascida em 2015 e Minnie, nascida em 2018, do seu casamento com Lisa Stelly, de quem se divorciou em 2019. Ele também é pai de Maple, nascida em 2022, com sua atual noiva Aree Gearhart.

Thelma Riley

Ela foi a primeira esposa de Ozzy Osbourne. Eles foram casados entre 1971 e 1982 e tiveram dois filhos: Louis e Jessica. Thelma já era mãe de Elliot Kingsley, que acabou adotado por Ozzy.

Louis Osbourne

Louis Osbourne nasceu em 1975 em Birmingham, Inglaterra, sendo o filho primogênito de Ozzy Osbourne, fruto do primeiro casamento dele com Thelma Riley. É DJ, casado com a atriz, produtora e roteirista Louise Osbourne desde 2003 e tem dois filhos: Maia e Elijah.

Jessica Osbourne

Nascida em 1979, Jessica Osbourne é filha de Ozzy e Thelma Riley, e tem 49 anos. É atriz e produtora, conhecida por trabalhos de sucesso como Better Call Saul (2015), Manhattan (2014) e Os Mensageiros (2015).

Elliot Kingsley

Nascido em 1966, é filho de Thelma Riley e nunca conviveu com seu pai biológico. Posteriormente foi adotado por Ozzy Osbourne, que se casou com a mãe dele em 1971. É ator de teatro, mas leva uma vida pessoal bastante discreta.

A atriz Lorena Comparato viverá Elize Matsunaga, mulher responsável pelo assassinato do próprio marido, no longa Uma Garota de Classe da Netflix.

A obra, roteirizada pelo escritor Raphael Montes, contará a história de um dos crimes brasileiros mais famosos dos últimos anos. O filme será dirigido pelo cineasta Vellas.

O crime

Em 2012, Elize Matsunaga matou e esquartejou o marido, o empresário Marcos Kitano. Além da violência do crime, o caso chamou atenção por envolver o dono da Yoki. Em 2016, Elize foi condenada a 19 anos de prisão.

Quem é Lorena Comparato

Para viver a criminosa, a atriz luso-brasileira Lorena Comparato foi escalada. Ela, que é irmã da também atriz Bianca Comparato, ficou famosa ao interpretar a cantora sertaneja Gláucia Figueira em Rensga hits!.

Aos 35 anos, Lorena também atua na série de comédia do Multishow, Volte Sempre, como Narcisa Aparecida.

Na Globo, já participou de produções como Pé na Cova, Cine Holliúdy, Malhação Vidas Brasileiras, Cidade Proibida e Rock Story.

Além de Lorena, o ator Luciano Quirino também foi revelado como um dos profissionais do projeto. Ele interpretará o delegado que conduz as investigações do caso.

Ainda não há previsão de estreia de Uma Garota de Classe.