Túneis na vila Mariana: mulher abraça árvore e é detida após recusa em sair do canteiro da obra

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Ativistas e moradores da Vila Mariana, na zona sul, voltaram nesta quinta-feira, 7, a protestar contra a derrubada de 172 árvores pela Prefeitura de São Paulo para a construção de dois túneis na Rua Sena Madureira. Uma manifestante de 33 anos chegou a ser detida pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) após abraçar uma árvore e resistir à remoção. Houve outros conflitos com a GCM e vídeos aos quais a reportagem teve acesso mostram os guardas utilizando spray de pimenta contra os manifestantes.

Em nota, a GCM informou que os agentes orientaram os manifestantes a se afastarem do local onde acontecia o corte de árvores. "Houve resistência e pela manhã uma mulher foi encaminhada pela GCM ao Distrito Policial por desacato", diz o órgão.

A gestão Ricardo Nunes (MDB) alega que a obra respeita todas as exigências relativas a questões ambientais. "Foi autorizada pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente a supressão de 172 exemplares na Rua Sena Madureira, sendo preservadas as demais 362 árvores existentes no local. A compensação será realizada com plantio de 266 mudas arbóreas dentro do perímetro da obra e apenas com espécies nativas. O replantio deverá ser executado até o fim das obras", diz a administração.

Já a construtora Áyla (antiga Queiroz Galvão) afirma seguir o contrato e as melhores práticas de engenharia (leia mais abaixo).

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP), uma mulher de 33 anos foi detida por guardas civis municipais após invadir o canteiro de obras. "Cerca de 100 pessoas protestavam contra o corte de árvores na obra de um túnel, quando a mulher se exaltou, bateu nos alambrados e invadiu o perímetro protegido. Apesar dos alertas sobre o risco devido ao uso de uma motosserra, a manifestante abraçou uma árvore e resistiu à remoção, sendo necessário o uso de algemas", diz, em nota, a pasta.

O caso foi registrado com a natureza não criminal no 16º DP (Vila Clementino).

A vereadora eleita Renata Falzoni (PSB) também entrou no canteiro de obras e abraçou uma árvore. Ela foi retirada à força do local pelos guardas, mas não chegou a ser detida.

"Pulei o muro, abracei árvore, fui agarrada e arrastada pela turma da GCM, e, mesmo assim, a gente não conseguiu brecar esse crime ambiental", disse Renata em um vídeo publicado no seu perfil no Instagram.

A derrubada das 172 árvores na região da Sena Madureira está prevista para a construção de dois túneis entre o cruzamento com a Rua Botucatu, na Vila Clementino, e a Rua Sousa Ramos, próximo ao metrô Chácara Klabin. O Ministério Público do Estado (MP-SP) investiga a remoção das árvores, entre outros aspectos da obra (leia mais abaixo).

A justificativa do Município para realizar a obra é melhorar o trânsito. O custo previsto é de R$ 531 milhões e o prazo de entrega, setembro de 2025. "A intervenção prevê melhor fluidez do trânsito, comportando ônibus e veículos utilitários e garantindo a interligação entre a Vila Mariana, Ipiranga, Itaim Bibi e Morumbi", afirma a Prefeitura. "Beneficiará mais de 800 mil pessoas que circulam na região diariamente", diz o Município.

A intenção é oferecer alternativa ao cruzamento da Sena Madureira com a Rua Domingos de Morais, facilitando o acesso à Avenida Ricardo Jafet e consequentemente à Rodovia dos Imigrantes. Mas, a população teme uma sobrecarga das ruas Vergueiro e Embuaçu, na região da Chácara Klabin, por onde os veículos vão fluir da saída dos túneis até a Ricardo Jafet. A Prefeitura não prevê obras de ampliação nas duas ruas, apenas adequação na sinalização.

O que a Promotoria investiga

Como mostrou o Estadão, a gestão Ricardo Nunes (MDB) retomou o projeto dos túneis anunciado inicialmente na gestão Gilberto Kassab (2006-2012). As obras começaram em setembro.

A construtora responsável é a Áyla, antiga Queiroz Galvão, que já foi demandada em ação civil de improbidade administrativa do Ministério Público Federal e ação civil pública do MP-SP "em razão de fraude na licitação relacionada ao Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo, bem como pagamento de propina".

A Áyla diz que "o Consórcio Expresso Sena Madureira está executando as obras do complexo viário nos termos do contrato administrativo e de acordo com os projetos de engenharia. A construção do empreendimento envolve diversas etapas construtivas, dentre elas a criação de caminhos de serviço para o acesso às obras. As obras e intervenções estão sendo executadas de acordo com as melhores práticas de engenharia e de segurança".

Em nota, a Prefeitura disse que a Secretaria de Mobilidade e Trânsito informa que "os esclarecimentos serão prestados" no prazo estipulado.

O segundo inquérito do MPSP investiga a derrubada de árvores e poluição sonora causada pela obra. E o terceiro calcula se haverá ganhos significativos de mobilidade urbana e se a população que vive na comunidade Sousa Ramos será devidamente realocada.

Sobre a retirada de população local, da comunidade Sousa Ramos, a Secretaria Municipal de Habitação afirmou que "reforça o compromisso de atendimento definitivo às famílias residentes na área de intervenção das obras do Túnel Sena Madureira, podendo fazer a opção pela indenização de seus imóveis ou a realocação em uma nova unidade habitacional, sendo que nenhuma família residente no local ficará desalojada. A equipe social da SEHAB tem trabalhado nas reuniões para garantir que todas as famílias envolvidas entendam o processo."

Segundo o Tribunal de Contas do Município (TCM), o contrato da obra foi assinado em 2011 e a Prefeitura emitiu novas ordens de serviço em maio e setembro de 2024. Em agosto, obteve a Licença Ambiental de Instalação. O órgão disse que vai analisar e monitorar o projeto.

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A morte de Ozzy Osbourne, anunciada na última terça-feira, 22, provocou uma forte comoção entre fãs e artistas ao redor do mundo, e também se refletiu nas plataformas de streaming. No Spotify, os números da discografia do cantor britânico e de sua histórica banda, o Black Sabbath, tiveram um crescimento expressivo nos últimos dias.

Como artista solo, Ozzy saltou de 12,4 milhões para 18,7 milhões de ouvintes mensais na plataforma. Já o Black Sabbath, grupo que ajudou a definir o heavy metal nas décadas de 1970 e 1980, passou de 19,8 milhões para 24,6 milhões de ouvintes.

Além do aumento geral de público, faixas emblemáticas de Osbourne registraram picos de execução. Crazy Train, um de seus maiores sucessos, acumulou 8 milhões de reproduções desde o anúncio da morte, chegando a 809 milhões de streams no total. A balada Mama, I'm Coming Home cresceu em 7,2 milhões, alcançando quase 245 milhões, enquanto No More Tears somou mais 7 milhões, ultrapassando 266 milhões de execuções.

No caso do Black Sabbath, os números também impressionam. Paranoid, talvez a faixa mais emblemática da banda, foi ouvida 9,3 milhões de vezes apenas nos últimos dias, alcançando 1,38 bilhão de streams. Iron Man teve um salto de cerca de 6 milhões, totalizando mais de 587 milhões, e War Pigs ganhou cerca de 5 milhões de novas execuções, ultrapassando 384 milhões.

A morte de Ozzy ocorreu poucas semanas após o show de despedida Back to the Beginning, realizado em Birmingham, na Inglaterra, cidade natal da banda. A apresentação marcou a reunião final de Osbourne com os membros do Black Sabbath e encerrou, de forma simbólica, uma das trajetórias mais influentes do rock mundial.

Na manhã deste sábado, 26, Gilberto Gil e Flora Gil usaram as redes sociais para prestar homenagens à cantora Preta Gil, filha do cantor com Sandra Gadelha, que morreu aos 50 anos no último domingo, 20. O velório da artista foi realizado ontem, 25, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, seguido da cerimônia de cremação no Cemitério da Penitência, no bairro do Caju.

Gilberto Gil compartilhou imagens em que aparece tocando o rosto da filha, visivelmente emocionado. "Até os próximos 50 bilhões de anos… Onde houver alegria e amor, haverá Preta", escreveu.

Flora Gil, que foi madrasta da cantora, escreveu: "Pra sempre dentro do meu coração. Te amarei eternamente", disse ela.

Velório e cremação

O tom de despedida marcou a cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde familiares, amigos e artistas estiveram reunidos para celebrar a vida e a trajetória da cantora.

A cerimônia de cremação de Preta se encerrou por volta das 17h de ontem, no Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, Zona Portuário do Rio. A opção de cremação foi um pedido da cantora à família. A cerimônia foi restrita a familiares e amigos íntimos da cantora.

A cantora Preta Gil, que morreu aos 50 anos no último domingo, 20, seguirá sendo homenageada por familiares, amigos e admiradores em missas de sétimo dia marcadas para este sábado, 26, e segunda-feira, 28.

As celebrações religiosas ocorrerão em Salvador e no Rio de Janeiro.

Neste sábado, às 16h, será realizada a primeira missa no Santuário Santa Dulce dos Pobres, na capital baiana. O local escolhido é o mesmo que recebeu apoio da artista nos últimos meses, e a cerimônia foi anunciada pela apresentadora Rita Batista, durante o programa É de Casa.

A assessoria da família afirmou ao Estadão que, no Rio de Janeiro, a missa está marcada para segunda-feira, às 19h, na Igreja de Santa Mônica, no bairro do Leblon, em cerimônia aberta ao público.

Velório e cremação

A cerimônia de cremação de Preta Gil se encerrou por volta das 17h de sexta-feira, 25, no Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, Zona Portuário do Rio.

A opção de cremação foi um pedido de Preta à família. O corpo dela foi levado até o cemitério em cortejo em um carro do Corpo de Bombeiros e passou pelo chamado Circuito de Carnaval de Rua Preta Gil.

A cerimônia foi restrita a familiares e amigos íntimos da cantora.

Mais cedo, parentes e amigos participaram de uma última despedida à cantora, que foi velada no Theatro Municipal. A cerimônia foi aberta ao público das 9h às 13h.