Enem traz crise climática e Racionais; herança africana é o tema da redação

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A crise climática foi um dos principais assuntos que apareceram ontem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, em que alunos responderam a questões de Ciências Humanas e Linguagens. Entre as referências culturais, havia música do grupo de rap Racionais MC's, a série americana Game of Thrones, letra da escola de samba Mangueira, do Rio, e novelas da Globo. Já a redação teve como tema a valorização da herança africana no Brasil. Cerca de 4,3 milhões de candidatos fizeram a prova.

A série Game of Thrones, da HBO, apareceu em uma questão da prova de Linguagens sobre características do gênero de resenha crítica. Noutro item do teste de Linguagens, da opção Espanhol, havia um texto (El vírus de la cancelación, da Revista Anfíbia ) que discute as características e problemas da chamada cultura do cancelamento, que envolve deslegitimar pessoas ou organizações no debate público.

Outra questão trazia um trecho de uma música dos Racionais. "O álbum da banda Sobrevivendo no Inferno já foi cobrado como leitura obrigatória no vestibular da Unicamp e traz um rap muito significativo para discutir as mazelas da sociedade e com olhar bem crítico, para que o estudante analise para além do rap", diz Rodrigo Magalhães, professor de Geografia da Plataforma AZ.

Barragem

Um dos episódios citados no exame foi o rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG). "A questão apresentou um recorte cultural, destacando que, em tragédias como essa, as perdas são maiores do que os bens materiais. O candidato tinha de refletir sobre os vínculos de pertencimento que caracterizam os espaços sociais", diz Lígia Albuquerque, coordenadora e professora de Filosofia e Sociologia do Elite Rede de Ensino. "Era uma questão que falava sobre esse rompimento e a tragédia que gerou em Mariana, o que levou ao deslocamento de pessoas. As pessoas foram forçadas a sair do seu local de origem. E ela perguntava qual é a consequência disso para as pessoas?", explica Magalhães. A questão trouxe também a perspectiva do quanto um acidente dessa natureza destrói a história de varias comunidades, e os impactos ao sentido de pertencimento dos grupos atingidos, diz o consultor pedagógico do SAS Educação, Paulo Fernandes.

Crise climática

"Sobre a crise climática, havia duas questões que direcionaram para isso. A primeira envolve a mudança do clima nas cidades brasileiras e os alunos tinham de fazer a relação com a implantação de parques públicos, pois a arborização nestes parques ajuda a minimizar os problemas relacionados à mudança do microclima urbano", diz a professora de Geografia do Elite Rede de Ensino, Juliana Przybysz. "A segunda está relacionada ao desmatamento da Amazônia e à intensidade de chuvas, já que o corte das árvores diminui a evapotranspiração e, consequentemente, a formação de chuvas."

Outra questão da prova tratava da importância do envolvimento do Brasil na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP) e como a resposta brasileira à agenda ambiental tem sido impulsionada por cobranças internacionais e da sociedade civil. "O aluno tinha de fazer uma análise levando em consideração a importância do Brasil no combate às mudanças climáticas e quem cobrou o País a se manifestar", segue Juliana. A questão falava ainda da participação do empresariado brasileiro, de vários setores, que se envolveu com a COP e anunciou planos de cortar emissões de gases de efeito estufa.

Redação

A Redação do Enem propôs o tema "Desafios para a valorização da herança africana no Brasil", debate que tem crescido no País nos últimos anos. De forma indireta, a abordagem também passa por estratégias para superar o racismo e as desigualdades, mas o candidato deveria discutir os aspectos positivos desse legado. Uma das possibilidades, segundo os professores de cursinho pré-vestibular, era trazer referências e repertórios consagrados na literatura e na cultura brasileira sobre o assunto.

Alguns dos autores que abordam o tema da herança africana são: Djamila Ribeiro, autora de Pequeno manual antirracista, Quem tem medo do feminismo negro? e Lugar de Fala; Lélia Gonzales, autora ou co-autora de livros como Lugar de Negro, Por um Feminismo Afro-Latino-Americano e Interseccionalidades: Pioneiras do Feminismo Negro brasileiro; e Conceição Evaristo, autora de Ponciá Vicêncio, Olhos d'água e Canção para Ninar Menino Grande.

Essas obras, segundo o professor de Redação do Curso Anglo, Sérgio Paganim, poderiam ajudar o candidato a traçar perspectiva de análise do histórico colonial escravocrata brasileiro e o consequente problema de desvalorização da herança africana. Além disso, direcionam o olhar para o presente, para as razões e os efeitos dessa valorização estar aquém do necessário. Paganin ressalta ainda outras obras, como Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, para fazer a análise histórica, ou "o mito das três raças", conceito desenvolvido em obras de autores como Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes e Lilia Schwarcz.

Outros pontos que poderiam ser trabalhados pelos candidatos eram o respeito às diversidades e resgate e construção de memória, destaca Thiago Braga, professor do Colégio e Sistema pH. Mas, em sua avaliação, era importante que o aluno percebesse que o tema da redação deste ano não era diretamente sobre racismo, mas sobre a valorização da cultura africana.

Prova tem alta de inscritos e queda de ausentes

O ministro da Educação, Camilo Santana, informou que houve aumento no número de inscritos no Enem em todas as faixas etárias e que a maioria dos participantes era de mulheres e jovens - a edição deste ano teve 4,3 milhões de inscritos, ante 3,934 milhões no ano passado. Já a taxa de ausentes foi de 26,6%, menor do que a da edição anterior (28,1%).

Dos candidatos, 1,617 milhão está concluindo o ensino médio. A maioria (60,59%) é mulher e se reconhece na cor parda (1.860.766), seguida da branca (1.788.622) e preta (533.861).

Camilo associou o aumento de participantes ao programa Pé-de-Meia, que estimula a permanência estudantil por meio de poupança paga pelo governo e que pode ser acessada no fim do 3.º ano do ensino médio. Ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitaram o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em Brasília, onde havia uma sala de situação para monitoramento da prova. Lula destacou que quanto mais aprovados no Enem, melhor, e que o Brasil só será competitivo quando passar a "exportar sabedoria e inteligência".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Solteira desde o final de maio e agora oficialmente divorciada de Zé Felipe, Virginia Fonseca estaria se aproximando de Vini Jr., camisa 10 da seleção brasileira e jogador do Real Madrid. Ao menos é o que especulam os fãs da influenciadora que a acompanham diariamente nos stories do Instagram, onde ela posta sua rotina.

Os boatos começaram depois que Virginia se despediu dos seguidores às 21h do último sábado, 19, dizendo que já iria dormir. No dia seguinte, domingo, 20, o comportamento da influenciadora em uma live de sua empresa de cosméticos, a WePink, levou fãs a especularem que ela estava de ressaca. A data coincidiu com a festa de aniversário de 25 anos de Vini Jr., que aconteceu no Rio de Janeiro.

Coincidências

A suposta ressaca de Virginia foi o suficiente para os fãs conectarem alguns pontos. Ela e o jogador já estavam trocando curtidas nas redes sociais. No fim de semana da festa de Vini Jr., Virginia estava em sua mansão de Mangaratiba, no Rio de Janeiro, próximo ao local onde aconteceu o aniversário do jogador.

Outra coincidência notada pelos fãs mais atentos é que Vini Jr. pediu para que os convidados da festa usassem roupas pretas, e Virginia embarcou em seu jatinho para São Paulo no domingo vestindo preto, acompanhada da amiga Duda Freire, que também vestia roupa preta. O jogador teria proibido celulares na festa.

Indiretas

Zé Felipe, ex-marido de Virginia, foi o primeiro a soltar uma suposta indireta sobre a situação. O cantor, que é nascido e vive em Goiânia, postou uma foto no Rio de Janeiro vestindo uma blusa com o número 10 nas costas e a seguinte legenda: "Em Goiânia tem o 10", uma suposta referência ao número da camisa do jogador da seleção brasileira.

Já Virginia não se pronunciou oficialmente sobre ter ido ou não à festa de Vini Jr., mas postou uma mensagem enigmática em seus stories na terça-feira, 22, após a onda de boatos. "Faça de mim, senhor, uma pessoa sábia para que eu saiba enfrentar qualquer situação por mais difícil que ela seja", dizia o texto.

'Falha' da mãe

Já Margareth Serrão, mãe de Virginia e que estava junto com a filha em Mangaratiba, curtiu - sem querer, segundo ela -, um post que sugeria a indireta do seu ex-genro ao jogador de futebol. Após a repercussão entre os fãs da influenciadora, a assessoria de Margareth soltou um comunicado. "Ela curtiu o post sem querer e não ia fazer isso nunca", dizia o texto.

Virginia voltou para Mangaratiba depois de passar o domingo em São Paulo. Ela ficou até terça-feira na mansão no Rio acompanhada da mãe, dos três filhos, de amigos e da irmã e cunhada de Zé Felipe, que estão mais próximas da influenciadora depois da separação do casal.

Francisco Gil, de 30 anos, relatou a conversa que teve com Gilberto Gil após a morte de Preta, sua mãe. Gil confortou o neto - único filho da cantora: "Que agora venham os 50 bilhões de anos." No ano passado, Preta lançou uma autobiografia intitulada Os primeiros 50.

Em suas redes sociais, Francisco completou a frase do avô: "Estenda-se infinito, mãezinha. A gente que é de axé sabe que a morte não é um fim".

Preta Gil morreu aos 50 anos no último domingo, 20, nos Estados Unidos, em decorrência de um câncer que tratava desde 2023.

O filho da cantora também reviveu seus últimos momentos na postagem: "Na nossa última noite juntos, você dormia e eu acompanhava cada respiração sua. Você segurava minha mão com força… e eu sem entender de onde você estava tirando aquela força. Já faz muito tempo que venho tentando entender de onde vem essa sua força toda... e agora entendo."

"Ter o seu amor foi um impacto grande pra qualquer um e eu nunca me incomodei de dividir ele com ninguém, porque foi você quem me ensinou que o amor não se limita", escreveu também.

Gominho compartilhou, nesta terça-feira, 22, imagens da mansão onde viveu com a amiga Preta Gil, que morreu no domingo, 20, aos 50 anos. A residência está localizada no bairro do Joá, na zona oeste do Rio de Janeiro, e possui vista privilegiada para o Cristo Redentor.

A propriedade foi lar da cantora por vários anos, antes de ela ir para os Estados Unidos em busca de um novo tratamento contra o câncer. Nas imagens publicadas, é possível ver detalhes da vista e da área externa da casa, marcada por natureza abundante e ampla iluminação natural.

No story, Gominho escreveu: "Foi intensa, mas deliciosa nossa morada por aqui!! Obrigado por me abrigar para além do seu coração."

Após a morte da cantora, o apresentador revelou que está procurando um novo local para viver. Em meio ao luto, ele também mencionou a dificuldade de encontrar um imóvel acessível na capital fluminense.

"Tá brabo de achar alguma coisa boa e em conta no RJ pra alugar! Senhor, que cidade cara! […] Marquei visita quinta num apartamento no centro! Veremos…", publicou no X (antigo Twitter).