Quem é o médico suspeito de matar mulher envenenada com sorvete no RS

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O médico André Lorscheitter Baptista, de 48 anos, foi preso na última terça-feira, 29, sob a suspeita de matar a mulher, Patrícia Rosa dos Santos, envenenada com um sorvete. O caso aconteceu no último dia 22, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

As investigações da Polícia Civil apontam que Baptista usou seus conhecimentos técnicos como médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para cometer o feminicídio. A defesa do suspeito afirma que o médico é inocente de todas as acusações, e diz que as causas da morte de Patrícia ainda não foram totalmente esclarecidas (veja mais abaixo).

Formado em Medicina em 2001, pela Universidade Federal de Rio Grande do Sul, André Lorscheitter Baptista tem a sua inscrição no conselho regional da categoria datada de junho de 2007. Segundo o site do Conselho Federal de Medicina, Baptista tem especialização em medicina de emergência, e a sua situação é considerada regular.

Nas redes sociais, o médico tinha uma atividade discreta. Nas poucas postagens que fazia, focava em conteúdos voltados para orientações na área da medicina, como importância de vacinação e doação de sangue; e também relacionadas à importância de proteção aos animais.

Baptista e a vítima viviam uma relação de desavenças, afirmam os parentes de Patrícia, ouvidos nas investigações. Os familiares apontam que o médico tentou realizar um aborto na mulher quando ela estava grávida, também ministrando medicações.

Por conta deste histórico, a família de Patrícia dos Santos solicitou uma autópsia para investigar a morte, apontada por André como de causa natural decorrente de um enfarte agudo do miocárdio - foi ele quem avisou aos parentes do falecimento da mulher. No exame, foi constatado o envenenamento.

"A gente não consegue confirmar isso com a Patrícia, que poderia dizer que ele teria tentado um aborto contra a vontade dela, se ela queria abortar, porque, infelizmente, ela faleceu. Mas, vamos dar uma credibilidade para o relato da família, até porque a família foi a primeira a ligar o alerta", disse Rafael Pereira, diretor da Divisão de Investigações de Homicídios.

Em nota, a defesa de André diz que o médico é "absolutamente inocente" de todas as acusações que estão sendo feitas, e afirma que o que ocorreu com Patrícia "foi uma tragédia, mas jamais um crime de homicídio".

"Percebe-se que houve precipitação nas declarações veiculadas pelos órgãos competentes, visto que os fatos relacionados à morte da senhora Patrícia Rosa dos Santos ainda não foram devidamente esclarecidos", diz a nota, assinada pelo advogado Luiz Felipe Mallmann de Magalhães.

O crime

Segundo o diretor da Divisão de Investigações de Homicídios, o suspeito adormeceu a mulher com o uso de uma medicação chamada Zolpidem, inserida no sorvete da vítima, e depois administrou outras duas substâncias letais que só poderiam ter sido adquiridas pelo serviço de emergência de alguma unidade de saúde. Uma das medicações foi o Midazolam, e a aplicações teriam sido realizadas no pé, para não deixar marcas evidentes no corpo da mulher.

De acordo com o diretor, também foram encontradas diversas provas no local do crime. "A mulher havia sido movida de lugar. Ele alega que ela morreu comendo um sorvete e dormindo no sofá, e ela estava na cama, num colchão. Posteriormente, esse sorvete foi apreendido com prova que tinha a medicação controlada dentro."

Além disso, os policiais conseguiram imagens que mostram Baptista levando uma mochila para o carro e depois saindo com o veículo, logo após a morte da mulher. "Começou a ligar aquele alerta: você está com o seu ente querido, com a mulher que você ama, morta, e sai de carro, esconde uma mochila?", destacou o delegado.

Durante as buscas, os policiais encontraram a mochila, com os medicamentos, dentro do carro do suspeito. O veículo estava estacionado na garagem do prédio em que viviam. "Na verdade, parece óbvio que ele não esperava a chegada dos policiais. Ele já tinha deixado a mochila no carro para se desfazer dela."

Em depoimento, o delegado aponta que Baptista usou argumentos que não convenceram os policiais. "No sentido de que ele tinha essas substâncias, que estavam vazias, para ensinar outros médicos. Aí, a gente questiona se ele dá aula, e ele diz que não dá aula. São respostas vazias. Na mochila, também tinha uma gaze com o sangue de Patrícia, que foi usada durante o procedimento de acesso venoso", afirmou Pereira.

O laudo do Instituto-Geral de Perícias mostrou que havia traços de medicamentos controlados no corpo da vítima. Ainda de acordo com Pereira, o casal tinha um filho. O menor está sob os cuidados de familiares.

As investigações seguirão em andamento para apuração de outras circunstâncias, até mesmo esclarecer o motivo do crime.

"Ele não disse qual foi a motivação, se foi financeira, se foi afetiva, se ele queria se separar, não fala a motivação. Vamos tentar verificar também em que condições ele conseguiu desviar essas medicações do Samu", finalizou o diretor da Divisão de Investigações de Homicídios da região metropolitana.

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Heleninha Roitman, empoderamento feminino, aborto e carnaval: no Roda Viva desta segunda-feira, 5, Paolla Oliveira reviveu temas que permeiam sua carreira durante a entrevista.

"Quando a gente fala sobre as questões femininas, tem sempre um entorno que leva a gente a se aprisionar. Parte tudo do mesmo lugar: ter o corpo que a gente quer, se sentir bonita da maneira que a gente é, escolher ter filhos. Escolher fazer um aborto", explicou a atriz.

"Acho que isso é uma escolha da mulher, e eu sou a favor. É uma decisão da mulher, tem que ser. Acho um grande retrocesso a gente não pensar nisso como uma possibilidade."

A intérprete de Heleninha em Vale Tudo, personagem cuja trama gira em torno do alcoolismo, explicou algumas das motivações do trabalho: "A Heleninha, a gente tem ela quase que como um estereótipo. A mulher da crise, a mulher do escândalo, a bêbada. Para mim, ela é mais. Penso que ela é uma mulher com tantas camadas, desafios, conflitos."

"A novela é super atual [...] Procurei muito sobre as mudanças do alcoolismo de lá para cá, então eu vejo que [o Brasil] mudou bastante, mas que os estigmas continuam", disse, sobre o remake de Vale Tudo.

Paolla também abordou temas relacionados ao empoderamento da mulher, como as críticas ao seu corpo e a visão da beleza.

"De longe, não sou a única mulher a levar isso, mas eu me via nessa roupa. Nessa roupa que não cabia, nessa forma pequena. Precisei arrumar um lugar de libertação."

Questionada sobre sua decisão pessoal de não ter filhos, argumentou: "Eu não tenho mais vergonha de dizer [que não quero ter filhos]. A maternidade é uma coisa tão linda, grandiosa, especial. Tem que ser uma decisão, uma escolha."

Ela, que saiu do posto de rainha de bateria da para voltar às telas da Globo, ponderou sobre o carnaval ser uma celebração cultural e histórica. "Tenho o carnaval nesse lugar muito especial [...] O carnaval virou esse lugar de libertação do corpo."

Ela ainda palpitou sobre quem deveria substituí-la no posto. "Eu acho que deveria ser uma pessoa da comunidade [...] Muito do prestígio que eu tive lá foi por conta de eu estar perto da comunidade. Seria bacana", opinou também.

A entrevista de Paolla para o Roda Viva foi realizada por Carolina Morand, Paola Deodoro, Chico Barney, Marcia Disitzer e Nilson Xavier. A apresentação é de Vera Magalhães.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais.

Miguel Falabella, de 68 anos, recebeu alta hospitalar após passar por uma cirurgia de uma hérnia de disco na última sexta-feira, 2. O ator já está em casa, onde iniciou o processo de recuperação com sessões de fisioterapia.

"Estou em casa, estou bem, caminhando devagarinho. Queria agradecer ao Dr. Davi por ter feito a cirurgia, porque me devolveu o sorriso ao rosto", disse ele em vídeo publicado nas redes sociais. Segundo o ator, o processo de recuperação envolve repouso e acompanhamento fisioterapêutico, já iniciados.

O artista havia comunicado na quinta-feira, 1º, que precisaria se afastar das apresentações do espetáculo Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum, em cartaz em São Paulo, por conta das fortes dores causadas pela hérnia de disco. Durante sua ausência, o ator Edgar Bustamante assumiu o papel nas sessões, que seguiram até o domingo, 4.

Nas redes sociais, Falabella também agradeceu ao carinho do público e ao apoio recebido nos últimos dias. "Recebi muitas mensagens de gente que teve essa dor e sabe o que é. Obrigado pelas boas vibrações, pois tenho certeza que ajudaram muito."

Sargento Rock, filme inspirado no personagem clássico da DC Comics, foi cancelado pelo estúdio após meses de desenvolvimento. O longa seria dirigido por Luca Guadagnino (Queer) e protagonizado por Colin Farrell. O roteiro estava sendo escrito por Justin Kuritzkes, que trabalhou com o diretor italiano em produções recentes, como Queer e Rivais.

De acordo com o The Wrap, a causa do cancelamento é um mistério, mas o portal descartou qualquer motivo financeiro. Estima-se que a produção, que acompanha um soldado da Segunda Guerra Mundial, custaria menos de US$ 70 milhões, metade do orçamento normalmente disponível para adaptações de quadrinhos.

Mesmo sem Sargento Rock, o calendário de Guadagnino para os próximos anos segue lotado. O diretor comandará uma nova adaptação de Psicopata Americano, livro de Bret Easton Ellis que foi transformado em filme em 2000. Além disso, ele ainda dirige After the Hunt, já em pós-produção, Camere Separate, estrelado por Léa Seydoux (Duna: Parte 2) e Josh O'Connor (Rivais), e uma sequência de Me Chame Pelo Seu Nome, lançado em 2017.

DURÃO

Sargento Rock foi apresentado nos quadrinhos da DC Comics em 1959 e fez sua estreia na edição nº 81 da revista Our Army at War. O personagem é um soldado durão que lutou durante a Segunda Guerra, liderando a Companhia Moleza.

Uma versão de Rock foi apresentada na série animada Comando das Criaturas, escrita por James Gunn, copresidente do DC Studios, e lançada na Max em 2024. O personagem foi dublado por Maury Sterling.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.