Lembrado em 29 de abril, o Dia Internacional da Imunologia destaca a importância do sistema imunológico não apenas na defesa contra infecções, mas também no desenvolvimento e controle de diversas doenças crônicas, incluindo aquelas que afetam a pele. Muito além de uma barreira física, a pele é o maior órgão do corpo humano e uma barreira que separa o corpo do ambiente externo, como agressões físicas, químicas e microbianas.
Nosso sistema imune é responsável por proteger o organismo contra ameaças externas, como vírus, bactérias, fungos, parasitas e toxinas. No entanto, quando há falhas ou desequilíbrios nessa defesa, podem surgir doenças. Isso acontece, por exemplo, quando o sistema reage de forma exagerada (como nas alergias), quando ataca o próprio corpo (como nas doenças autoimunes) ou quando tem dificuldade de responder a infecções (caso das imunodeficiências). Muitas dessas alterações podem se manifestar também na pele, revelando como ela é um espelho da nossa imunidade.
Em condições crônicas como a psoríase (PsO) e a hidradenite supurativa (HS), essa conexão torna-se evidente: o que se vê na superfície da pele é apenas parte de um processo inflamatório mais complexo, que tem origem no sistema imunológico.
A psoríase (PsO) é uma doença inflamatória crônica e não contagiosa que afeta cerca de 3 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Ela ocorre quando o sistema imunológico acelera o ciclo de vida das células da pele, provocando sua descamação e lesões avermelhadas. Além dos sintomas visíveis, a psoríase pode estar associada a outras condições, como artrite psoriásica, doenças cardiovasculares e depressão.
A hidradenite supurativa (HS), por sua vez, é uma condição inflamatória crônica e subdiagnosticada, caracterizada por nódulos dolorosos, abscessos e cicatrizes em áreas como axilas, virilha e regiões íntimas. Afetando aproximadamente 1% da população mundial, a HS é frequentemente confundida com furúnculos ou acne grave, o que pode levar a atrasos de até 10 anos no diagnóstico. A doença também está relacionada a um desequilíbrio do sistema imunológico inato e adaptativo, dificultando seu controle. Como consequência dos sintomas da enfermidade entre eles, supuração e alteração da cor da pele, é comum que os pacientes sofram com perda de autoestima e queda na qualidade de vida, podendo impactar negativamente a saúde mental do paciente.
“As pessoas costumam pensar que essas doenças são apenas problemas de pele, mas na verdade elas envolvem processos inflamatórios complexos mediados pelo sistema imunológico. Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar agravamentos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, explica Barbara Riquena, Diretora Médica da Imunologia da Novartis Brasil.
Apesar de não serem contagiosas, a psoríase e a hidradenite supurativa ainda carregam um forte estigma social. Por falta de conhecimento sobre essas condições, muitas pessoas enfrentam olhares de julgamento e exclusão. Esse isolamento, muitas vezes silencioso, pode agravar ainda mais os impactos emocionais e psicológicos das doenças.
Nos últimos anos, os avanços no entendimento das doenças imunomediadas têm levado ao desenvolvimento de terapias mais específicas, cuja eficácia vai além do controle dos sintomas cutâneos, e atuam diretamente nos mecanismos inflamatórios que causam a doença. Além do tratamento médico, o acesso à informação, o combate ao estigma e o apoio psicológico são fundamentais para garantir que pessoas com psoríase ou HS vivam com mais conforto, dignidade e inclusão.
Dia Internacional da Imunologia: como condições crônicas da pele revelam conexão com o sistema imunológico
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