Trump volta ao Oriente Médio em busca de novos negócios

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O presidente dos EUA, Donald Trump, embarcou ontem para um giro por Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos, embora seus desafios regionais mais urgentes estejam em outros dois países: Israel e Irã.

Após encerrar um cessar-fogo há dois meses, Israel está intensificando a guerra na Faixa de Gaza, onde um bloqueio a alimentos, medicamentos e outros suprimentos agrava a crise humanitária. Com relação ao Irã, inimigo de Israel e rival da Arábia Saudita, o país está prestes a desenvolver armas nucleares.

No entanto, Trump concentrará sua atenção em três nações produtoras de energia, onde estão sendo desenvolvidos projetos imobiliários com a marca Trump - lugares onde ele pretende impulsionar os interesses econômicos americanos para fazer o que pessoalmente adora: fechar negócios.

Mas Trump não conseguirá evitar completamente a diplomacia em torno de Gaza ou Irã: os países do Golfo que o recebem também estão interessados em aliviar as tensões regionais.

Ao não agendar uma viagem a Israel durante sua primeira visita à região no seu segundo mandato, Trump reforça o sentimento de que os interesses israelenses podem não ser sua prioridade. Essa percepção se intensificou na semana passada, quando Trump anunciou que os EUA suspenderiam seus bombardeios contra os houthis, um grupo rebelde apoiado pelo Irã no Iêmen que concordou em interromper seus ataques a embarcações americanas no Mar Vermelho.

SURPRESA

Os ataques dos houthis a Israel não pareciam estar cobertos por esse acordo, o que foi uma surpresa para o governo israelense, de acordo com uma autoridade do país.

Dias após o acordo entre os EUA e os rebeldes, um míssil do Iêmen acionou novamente as sirenes de ataque aéreo em Israel. Em seguida, o exército israelense alertou que os portos controlados pelos houthis no Iêmen poderiam ser alvos novamente.

A decisão de Trump de iniciar negociações com o Irã sobre seu programa nuclear também abalou Israel, que teme um acordo que não seja rigoroso o suficiente para impedir o Irã de obter uma arma nuclear ou restringir seu apoio a grupos militantes regionais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga os serviços de apostas online, a CPI das Bets, vai ouvir a influenciadora Virgínia Fonseca nesta terça-feira, 13. Ela foi convocada pelo colegiado no Senado como testemunha.

O pedido de convocação foi feito pela senadora Soraya Tronicke (Podemos-MS), que é a relatora da CPI das Bets. Segundo Soraya, a presença de Virgínia é importante, pois ela é uma das principais responsáveis pela divulgação de empresas de apostas online na internet. Ela tem mais de 100 milhões de seguidores somando os perfis dela nas redes sociais Instagram, TikTok e YouTube.

Porque Virgínia foi convocada?

Segundo a convocação da CPI no Senado, aprovada em novembro do ano passado, Virgínia foi convocada como testemunha porque "esteve envolvida em campanhas de marketing para casas de apostas".

Soraya Tronicke destacou que, a partir da oitiva de Virgínia, será possível investigar os conflitos éticos nas propagandas das casas de apostas, além de se discutir a necessidade de novas regulamentações no ramo. O requerimento foi aprovado no ano passado, mas esta é a primeira vez que a oitiva da influenciadora está na pauta da comissão.

"Nos últimos anos, a influenciadora esteve envolvida em campanhas de marketing para casas de apostas, utilizando sua ampla base de seguidores para divulgar essas atividades. Dado o impacto de sua comunicação no comportamento de consumidores, torna-se fundamental compreender o alcance e as responsabilidades éticas associadas a tais ações, especialmente em um segmento com potenciais implicações sociais, como o de apostas online", diz o requerimento.

Virgínia é obrigada a comparecer à CPI?

De acordo com precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), as pessoas convocadas como testemunhas por Comissão Parlamentar de Inquérito têm o dever de comparecer aos atos para os quais foram chamadas. Ela chegou ao Senado acompanhada do marido, o cantor Zé Felipe.

A defesa da influenciadora entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo para que fosse garantido o direito ao silêncio, o direito à assistência por advogado durante todo o ato, o direito de não ser submetida ao compromisso de dizer a verdade ou de subscrever termos com esse conteúdo e o direito de não sofrer constrangimentos físicos ou morais decorrentes do exercício dos direitos anteriores.

A influenciadora poderá permanecer em silêncio?

Nesta segunda-feira, 12, o ministro Gilmar Mendes analisou o pedido e autorizou que Virgínia Fonseca fique em silêncio durante seu depoimento na CPI das Bets.

"O direito ao silêncio, que assegura a não produção de prova contra si mesmo, constitui pedra angular do sistema de proteção dos direitos individuais e materializa uma das expressões do princípio da dignidade da pessoa humana", afirma a decisão.

Além de ficar em silêncio, a influenciadora será assistida por advogado durante todo o depoimento e deverá "ser inquirida com dignidade", vedada sua submissão a constrangimentos, em especial ameaças de prisão ou de processo, caso exerça os direitos explicitados.

Perguntas relacionadas a outros investigados

O ministro destacou ainda na decisão que a influenciadora não poderá ficar em silêncio caso seja questionada sobre o que sabe sobre questões relacionadas a outros investigados e inquiridos pela CPI.

"De outro lado, a paciente não tem o direito ao silêncio com relação a perguntas relacionadas a outros investigados, razão por que tem o dever de dizer tudo o que souber no sentido", diz Gilmar Mendes na decisão.

Quem mais foi convocado pela CPI das Bets?

A advogada e influenciadora Adélia Soares, que representa a também advogada e influenciadora Deolane Bezerra, será conduzida coercitivamente para depor como testemunha na CPI das Bets. Adélia havia sido convocada para depor no dia 29 de abril, mas não compareceu. A condução foi autorizada pela Justiça Federal de São Paulo, a pedido da comissão.

Deolane seria ouvida pela CPI, mas a oitiva foi barrada por decisão do ministro do André Mendonça, do STF.

O empresário Daniel Pardim Tavares Gonçalves, também convocado na condição de testemunha, foi preso no dia 29 de abril sob a acusação de falso testemunho. Ele se negou a detalhar sua participação na empresa Peach Blossom River Technology.

A defesa dele, liderada pelo advogado Lucas Monteiro Faria, afirma que não foi respeitado o direito ao silêncio e que a CPI não respeitou a condição de testemunha de Pardim. O representante jurídico classificou o episódio como um abuso de autoridade.

O caso foi usado pela defesa de Virgínia Fonseca para embasar o habeas corpus impetrado no STF.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) usou a sua participação na Brazil Conference, organizada pelo Lide em Nova York, para exaltar, nesta terça-feira, 13, a recém criada Federação entre seu partido e o União Brasil. O parlamentar sustentou que hoje se "governa olhando para o retrovisor" e é necessário "pacificar e induzir o crescimento" do País.

Segundo Ciro, a federação foi criada "querendo dar esse viés (de pacificação e crescimento)" para o Brasil. "Um viés em que tem o setor produtivo como indutor do crescimento, não o governo federal. Não existe país nenhum do mundo em que o setor governamental possa substituir o setor privado como indutor de crescimento mundial. Não dá certo, não é produtivo. Nós temos sim que ter o setor privado como grande aliado, e nós temos oportunidades para isso", afirmou.

Ciro contestou o fato de o Brasil não apresentar boas avaliações quanto a atributos e indutores de crescimento na América Latina. "Algo está errado e nós temos que fazer essa mudança urgente antes que a própria população possa fazer por suas mãos. E isso pode acontecer no nosso país. A população hoje está se sentindo desamparada. A população hoje não está se sentindo representada. Porque essa visão de que Brasília vai ser a propulsora de crescimento do nosso país está errada. Brasília tem que furar essa bolha.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitiu que a influenciadora Virgínia Fonseca fique em silêncio durante seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, que investiga irregularidades em apostas online. Virgínia foi convocada para prestar esclarecimentos em sessão marcada para às 11h desta terça-feira, 13.

"O direito ao silêncio, que assegura a não produção de prova contra si mesmo, constitui pedra angular do sistema de proteção dos direitos individuais e materializa uma das expressões do princípio da dignidade da pessoa humana", afirma a decisão da noite da segunda-feira, 12.

Além de ficar em silêncio, a influenciadora será assistida por advogado durante todo o depoimento e deverá "ser inquirida com dignidade", vedada sua submissão a constrangimentos, em especial ameaças de prisão ou de processo, caso exerça os direitos explicitados.

A defesa da influenciadora também solicitou que Virgínia tivesse o direito de não ser submetida ao compromisso de dizer a verdade ou de subscrever termos com esse conteúdo. A decisão de Gilmar Mendes não acatou esta parte do pedido.

O advogado relembrou que, durante reunião da CPI das Bets realizada no dia 29 de abril, um convocado teve prisão em flagrante sob a alegação de que ele teria mentido.

"A paciente (Virgínia) tem o fundado receio de sofrer situação semelhante, durante o seu depoimento perante a CPI das Bets, agendado para o dia 13 de maio de 2025 às 11h, sendo este remédio constitucional o único meio de evitar a ocorrência de flagrante constrangimento ilegal, nos termos a seguir demonstrados", alegou a defesa da empresária.

O pedido de convocação da influenciadora foi feito pela relatora da CPI das Bets, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Apresentado em novembro de 2024, o documento justifica a convocação ao afirmar que ela "exerce forte influência sobre milhões de seguidores em diversas plataformas".

"A CPI tem o dever de seguir todos os rastros financeiros e jurídicos relacionados ao mercado das apostas. Tanto a senhora Virgínia quanto a doutora Adélia aparecem em situações que precisam ser esclarecidas com transparência e responsabilidade. Estamos cumprindo o papel de fiscalização e investigação que a sociedade espera do Senado", afirmou Thronicke.

Sob a presidência do senador Hiran Gonçalves (PP-RR), a CPI das Bets tem como finalidade apurar os impactos dos jogos de apostas online nas finanças das famílias brasileiras, além de investigar possíveis vínculos com organizações criminosas envolvidas em esquemas de lavagem de dinheiro.

Com aproximadamente 53 milhões de seguidores no Instagram, a influenciadora já promoveu, por meio de suas redes sociais, empresas de grande porte no setor de apostas.