O chão virou teto, diz passageiro de avião que capotou em Toronto, no Canadá

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Imagens feitas no aeroporto de Toronto, no Canadá, mostram o momento em que um avião com 80 pessoas a bordo capotou ao pousar, na segunda-feira, 17. Vinte e uma pessoas ficaram feridas. Ninguém morreu. No vídeo, é possível ver que havia muita neve na pista. Ao tocar o solo, o jato CRJ900 da companhia Delta Airlines, sofreu um desequilíbrio. A asa direita bateu no chão e pegou fogo imediatamente.

Com a explosão, o avião virou para o lado direito e capotou. As chamas foram contidas logo depois.

As 80 pessoas a bordo, incluindo passageiros e tripulação, conseguiram sair da aeronave. Nesta terça, a Delta Air Lines informou que 19 dos 21 passageiros hospitalizados foram liberados. Dois seguiam em estado grave.

Não se sabe ainda o que causou o acidente. Essas informações não haviam sido divulgadas até a última atualização desta reportagem. O Conselho de Segurança de Transporte do Canadá investiga o caso.

Sobreviventes

Todos os 80 passageiros e membros da tripulação a bordo do voo da Delta Air Lines, que partiu de Minneapolis (EUA) e caiu virando de cabeça para baixo no aeroporto de Toront devem sobreviver.

Dois passageiros descreveram o que parecia ser uma descida rotineira que, de repente, os colocou de ponta-cabeça.

O chão virou teto

Pete Koukov, 28 anos, esquiador profissional do Colorado, estava a caminho de Toronto para fazer um filme de esqui. Ele disse, em uma entrevista, que nada parecia fora do normal durante a descida final, até que as rodas tocaram o solo e o avião derrapou para o lado direito.

Sentado na janela do lado esquerdo da aeronave, Koukov disse que viu chamas quando o avião atingiu o chão. "Eu me soltei do cinto bem rapidamente e meio que me abaixei até o chão, que era o teto", contou. "As pessoas estavam em pânico."

O avião acabou virado de barriga para cima. Ele compartilhou imagens no Instagram do momento em que ele e outros passageiros atravessavam os assentos e saíam por uma saída de emergência, em direção à pista coberta de neve.

'Era cimento e metal'

Pete Carlson, um paramédico, estava viajando para uma conferência em Toronto. Os passageiros foram informados de que havia ventos fortes, mas ele disse que o impacto do acidente o despertou do que parecia ser uma descida rotineira.

"Um minuto você está pousando, esperando para ver seus amigos e familiares. No minuto seguinte, você está fisicamente de ponta-cabeça e completamente desorientado", disse ele à CBC, emissora pública canadense. "Era cimento e metal."

Depois que o avião perdeu uma asa e capotou, Carlson sentiu uma forte camaradagem na cabine. "De repente, todos naquele avião ficaram muito próximos, ajudando e consolando uns aos outros, e isso foi poderoso", afirmou.

Ele percebeu uma mulher presa debaixo de um assento e uma mãe com um menino sentados no teto da aeronave, que agora era o chão. Ele não sabia em que estado eles estavam. "Meu instinto paterno e minha formação como paramédico entraram em ação", disse ele, fazendo com que se concentrasse em garantir que todos saíssem do avião.

Ele também relatou que o combustível da aeronave escorria pelas janelas.

Carlson, que tinha um arranhão visível na cabeça, disse que, ao sair do avião, tentou se afastar o máximo possível assim que percebeu que uma asa havia se desprendido e ouviu sons de explosão. Depois de colocar seu casaco em outro passageiro, tirou uma foto com seu celular e enviou para familiares, amigos e colegas que perguntavam sobre sua segurança.

"Esta é minha realidade agora: estou na pista, vivo, o que é incrível", disse, relembrando seus sentimentos no momento.

Um amigo que havia ido buscá-lo no aeroporto conseguiu chegar até a pista e começou a prestar atendimento aos outros feridos. Segundo Carlson, os passageiros que estavam machucados foram rapidamente colocados em ônibus e levados para um local seguro.

"A parte mais marcante do dia foi que não havia países, nem diferenças. Eram apenas pessoas, juntas, ajudando umas às outras", concluiu.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quarta-feira, 26, que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) classificou os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 como "gravíssimos" e que "não foi um passeio no parque".

As declarações ocorreram durante o seu voto no julgamento da Primeira Turma do STF se recebe ou rejeita a denúncia da PGR contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados de tentarem um golpe de Estado após as eleições de 2022.

"Os crimes praticados no dia 8 de janeiro em relação à sua materialidade, não estamos falando em autoria, ainda, foram gravíssimos", afirmou. Segundo ele, todas as sustentações orais no processo, salvo duas, reconheceram isso. "É muito importante nós relembrarmos, porque existe na ciência o que se chama de viés de positividade. É comprovado que, até por autoproteção, temos o viés de lembrar as notícias boas e esquecer as notícias ruins."

O ministro prosseguiu: "Dia 8 de janeiro de 2023 foi uma notícia péssima para a democracia, para as instituições, para todos os brasileiros e brasileiras que acreditam num País melhor". Na sequência, ele disse que esse "viés da positividade" contribui para a relativização dos fatos e para que "esqueçamos que não houve um domingo no parque".

"Não foi um passeio no parque. Ninguém, absolutamente ninguém que lá estava, estava passeando", declarou. Para o ministro, a denúncia da PGR deve "comprovar materialidade dos delitos" e salientou que esses crimes foram reconhecidos pelo STF em 474 denúncias.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, nesta quarta-feira, 26, que está presente "justa causa" para a instauração de ação penal sobre tentativa de golpe de Estado, ao mostrar vídeos no plenário da Primeira Turma da Corte, com os registros dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

No entanto, ponderou que o recebimento da denúncia em si não representa culpa dos acusados. As declarações ocorreram durante o seu voto no julgamento da Primeira Turma do STF se recebe ou rejeita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados de tentarem um golpe de Estado após as eleições de 2022.

"Não há, portanto, nenhuma inépcia da denúncia, como alegado pelas defesas, porque a descrição fática da denúncia permite o pleno exercício do contraditório, da ampla defesa, não havendo, me parece, com certeza, nenhuma dúvida de todos os requisitos exigidos", afirmou Moraes.

O ministro prosseguiu: "Da mesma forma, está presente a justa causa para a instauração da ação penal. Sabemos que o recebimento da denúncia, além dos requisitos previstos no Artigo 41 do Código de Processo Penal, exige a justa causa, que deve ser analisada dentro do tripé da tipicidade, punibilidade e viabilidade."

Na ocasião, Moraes lembrou que o Código de Processo Penal prevê a necessidade de suporte probatório mínimo para a denúncia avançar. Segundo o ministro, porém, apesar de indícios mínimos e razoáveis, o recebimento da denúncia não representa culpa.

"O recebimento da peça acusatória não representa análise de culpabilidade de nenhum dos denunciados. O recebimento da peça acusatória depende da materialidade dos crimes, que está comprovada, mas não é uma cognição exauriente dos fatos", declarou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerra sua passagem pelo Japão nesta quinta-feira, 27, e parte rumo ao Vietnã. Antes de seguir viagem, o chefe do Executivo brasileiro concederá coletiva à imprensa.

De acordo com agenda oficial da presidência, Lula participará de cerimônia de despedida no Hotel Imperial, em Tóquio, às 10h pelo horário local (22h de quarta-feira, 26, pelo horário de Brasília). Em seguida, às 10h20 pelo horário local (22h20 de quarta-feira pelo horário de Brasília), o petista fará uma coletiva à imprensa.

Às 12h pelo horário japonês (00h de quinta-feira pelo horário de Brasília), Lula parte para Hanói, no Vietnã. A previsão de chegada ao local é às 16h pelo horário vietnamita (6h pelo horário de Brasília).