Donas de nós: A inspiração de Kamala Harris para mulheres fortes

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Durante a corrida presidencial nos Estados Unidos, comecei a nutrir uma forte admiração por Kamala Harris. Deixando de lado a política, o que me prendeu à sua imagem foi sua postura feminina altiva, sorridente e educada em debates que são verdadeiros testes para o equilíbrio emocional de qualquer um. Foi inevitável a comparação comigo mesma, já que Kamala está só alguns anos na minha frente - o que também me trouxe esperança. Mesmo assim, chego a duvidar da minha capacidade para resistir ao ambiente de extrema violência psicológica de algumas interações.

Como já disse por aqui, meu pai foi militar das antigas, então fui criada com regras claras, palavras duras e verdades ditas frente a frente. Não foi sempre fácil, fui uma menina frágil, asmática e cheia de medos que aos poucos foi enfrentando cada um deles para conseguir me tornar quem sou. Tive de, desde cedo, tentar expor minhas opiniões com determinação e às vezes isso saía entre choros e uma voz esganiçada de nervoso.

Hoje, aos 54 anos e ainda em construção, me vejo muitas vezes como aquela menina olhando um mundo enorme e opressor para mulheres. Nesses momentos, me sinto pequena, mas cheia de coragem para me colocar da forma que seja e muitas vezes não tão bem como Kamala. Esta semana foi assim e me distanciei da força determinada e estável que admiro para chorar e perder a fala em meio a uma reunião de trabalho. Peguei todos e a mim mesma de surpresa, não se espera choro ou agressividade na fala de uma mulher madura e bem resolvida. Depois do ocorrido, me julguei de forma impiedosa, como eu, que me considero tão segura, me expus dessa forma? Me escondi de mim mesma justificando a conduta pelo estresse de final de ano. Alguns dias digerindo acabei por me sentir mal por me sentir mal e vamos lá. Não foi o estresse de final de ano.

Podemos sim, como mulheres, discutir de igual para igual, chorar e alterar o tom de voz sem sermos consideradas histéricas. Certas situações nos levam ao limite por serem de uma violência velada, uma brutalidade que nos faz perder a capacidade de raciocínio e a resposta vem de uma forma não convencional. Conseguir reagir de alguma forma nos faz mais fortes, mais vivas e mais donas de nós. Sigo admirando Kamala, sigo agora tendo consciência que muito provavelmente nunca serei como ela.

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A prefeitura de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, decretou estado de emergência nesta quinta-feira, 16, por conta das fortes chuvas que atingem a região. Foram 197,8 milímetros de chuva, quase o esperado para todo o mês de janeiro na cidade (215 mm). E a previsão é de mais tempestades na região nesta sexta-feira, 17.

Conforme o último boletim divulgado pela prefeitura, a cidade já registrou 68 pontos de alagamento e inundação, três desmoronamentos e oito pessoas desabrigadas por conta da chuva. Ao todo, 16 pessoas precisaram de resgate. O alerta é "máximo" para risco de deslizamentos.

A recomendação é que a população fique atenta a possíveis alagamentos em áreas mais baixas da cidade e evite deslocamentos durante as tempestades. A Secretaria de Obras realiza neste momento a limpeza de ruas e avenidas onde a água já baixou, como na Praça Almirante Tamandaré e na Avenida Alvin Bauer, no centro.

"As equipes da Defesa Civil, Secretaria de Obras e Segurança Pública estão totalmente mobilizadas e atuando para garantir a segurança da população. O GRAC (Grupo de Resposta e Ações Coordenadas) foi acionado", afirma a prefeitura.

"É um momento realmente preocupante, chuvas torrenciais, onde todos nós fomos pegos de surpresa. Nós precisamos de fato de uma força-tarefa, para reconstruir toda a cidade, principalmente nos bairros. Agora é focar nas pessoas, garantir a vida, o cuidado e a segurança", disse a prefeita Juliana Pavan, em publicação no site da prefeitura.

Foi iniciada uma campanha de doações para desabrigados e animais resgatados. Itens como alimentos, produtos de higiene, cobertores, colchões e materiais de construção podem ser entregues na Secretaria de Assistência Social, Mulher e Família, na Rua 3.100, número 876, ou no Galpão viveiro Mata Atlântica, na entrada do Parque Raimundo Malta.

A Grande Florianópolis e outros municípios do litoral norte catarinense também foram afetados pelas chuvas. Às 19h30 de quinta, havia 100 desalojados em Camboriú, 50 em Itapema e 30 em Porto Belo, segundo o governo. pelo menos cinco municípios haviam decretado situação de emergência.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 24 horas para o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), explicar o muro construído na Cracolândia, na região da Santa Ifigênia, no centro da capital. A decisão de Moraes foi dada nesta quinta-feira, 16. A Prefeitura de São Paulo alega que o muro foi construído para substituir tapumes que eram "quebrados com frequência em partes pontiagudas, oferecendo risco de ferimentos às pessoas em situação de vulnerabilidade, moradores e pedestres, e prejudicando a circulação nas calçadas".

Parlamentares do PSOL pedem que a prefeitura seja multada e condenada a derrubar a construção. A deputada Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi assim a representação. Eles afirmam que a medida é "autoritária, segregacionista e ineficaz".

"Ao erigir um muro que isola e exclui socialmente as pessoas que vivem na Cracolândia, a municipalidade comete um ataque brutal e inconstitucional contra o conjunto dos direitos fundamentais consagrados pela Constituição Federal, negando a dignidade humana e violando princípios basilares de igualdade, liberdade e acesso a direitos essenciais", diz um trecho do ofício enviado ao STF.

O pedido foi apresentado em uma ação relatada por Moraes sobre a Política Nacional para a População em Situação de Rua. Antes de decidir, o ministro quer ouvir a prefeitura.

A Defensoria Pública de São Paulo emitiu um ofício em que recomenda a derrubada do muro e a retirada de gradis e de qualquer outra barreira física na região. O órgão argumenta que a estratégia já foi usada e que "não há qualquer comprovação de sua eficiência para atingir os objetivos declarados de melhor atender os usuários".

A Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo de Capital, braço do Ministério Público de São Paulo, também acompanha o caso.

Betina Feldman, de 11 anos, sobreviveu a queda de um helicóptero em Caieiras, na Grande São Paulo, na noite desta quinta-feira, 16. Ela e o piloto da aeronave, Edenilson de Oliveira Costa, foram resgatados com vida na manhã desta sexta-feira, 17, após equipes de resgate localizarem o local do acidente. Betina faz aniversário neste sábado, dia 18.

A aeronave decolou do Jaguaré, na zona oeste da capital paulista, e tinha como destino o município de Americana, na região de Campinas, no interior do Estado. Também no voo estavam os pais da criança, André Feldman e Juliana Elisa Maria Feldman. O pai da menina era conhecido em Americana, no interior de São Paulo.

Betina passou a noite na mata junto com o piloto até serem encontrados e resgatados. O piloto e a menina foram resgatados conscientes e encaminhados para atendimento no Hospital das Clínicas, na capital paulista.

Posteriormente, o casal foi encontrado sem vida próximo aos destroços do helicóptero.