Antes de operação, Eduardo Bolsonaro ironizou Moraes com fala sobre porta aviões no Paranoá

Política
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Antes da operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ironizou o ministro do STF Alexandre de Moraes e o governo brasileiro, citando ser mais fácil um porta aviões americano chegar ao Lago Paranoá do que a equipe brasileira ser recebida por representantes do governo de Donald Trump.

A divulgação da gravação se deu antes da operação da Polícia Federal contra seu pai que impôs medidas restritivas, como uso de tornozeleira eletrônica, nesta sexta-feira, 18.

"Está muito mais fácil um porta aviões chegar no Lago Paranoá - se Deus quiser chegará em breve - do que vocês serem recebidos com o Alckmin nos EUA", disse em mensagem aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e senador Davi Alcolumbre (União-AP).

A fala faz referência a uma entrevista que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu ao jornal norte-americano The New Yorker em abril. Minimizando os processos estadunidenses que é alvo, o magistrado disse "podem instaurar processos, podem pôr o Trump a falar", e completou "se enviarem um porta-aviões, então veremos. Se o porta-aviões não chegar ao Lago Paranoá, não vai influenciar a decisão aqui no Brasil".

No vídeo, Eduardo Bolsonaro reconhece que a taxação de 50% sobre os produtos brasileiros imposta pelo presidente Donald Trump "machuca" os brasileiros. Entretanto, ele defende que a sanção seja usada como pressão para conseguir anistia para seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e de outros condenados pelos ataques de 8 de janeiro.

"Quando eu falo que os próximos meses são decisivos para gente selar o destino do Brasil, se a gente vai virar uma Venezuela ou vai formar fileiras com os países livres, eu não estou de brincadeira não. A gente está, neste momento, no Dia D da Segunda Guerra Mundial", defendeu, sinalizando que o tarifaço é uma pressão pela anistia. Anteriormente, o deputado já criticou esforços de políticos de direita para reverter a situação.

Em seguida, Eduardo ainda endereça uma mensagem aos presidentes da Câmara e do Senado pedindo para que eles o procurem para conduzir negociações das tarifas e se afastem do vice presidente Geraldo Alckmin. Eduardo diz que tem poder de negociação atualmente nos EUA e ressalta: "fritei hamburguer aqui há 20 anos atrás".

"O Congresso tem a possibilidade de ser protagonista como a muito tempo não se via, protagonista em um momento decisivo e protagonista estando do lado correto. Afaste-se do Alckmin, vocês (Alcolumbre e Motta) não vão chegar nem na portaria do assessor que pode começar a resolver o problema na Casa Branca, no Departamento de Estado dos EUA ou até no Congresso estando com o Alckmin", diz o filho do ex-presidente.

Eduardo é apontado como responsável pelo tarifaço. Auto exilado nos EUA, o filho do ex-presidente pede por intervenções estrangeiras contra o ministro Alexandre de Moraes e se reúne com membros do alto escalão do governo americano.

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Chuvas torrenciais que atingiram a Coreia do Sul durante cinco dias deixaram pelo menos 17 mortos e 11 desaparecidos, de acordo com o governo do país. Uma pessoa morreu neste domingo, 20, após o desabamento de sua casa durante fortes chuvas e outra foi encontrada morta após ser levada pela correnteza de um rio em Gapyeong, uma cidade a nordeste de Seul, informou o Ministério do Interior e Segurança.

O ministério informou que 10 pessoas foram encontradas mortas e outras quatro foram dadas como desaparecidas na cidade de Sancheong, no sul do país, durante o fim de semana, depois que fortes chuvas causaram deslizamentos de terra, desabamentos de casas e enchentes repentinas na região. Um relatório do ministério informou que uma pessoa morreu na cidade de Gwangju, no sul do país. Outras sete pessoas continuam desaparecidas em Gwangju, Gapyeong e outros locais.

No início da semana passada, uma pessoa também morreu quando seu carro foi soterrado por terra e concreto após o colapso de um muro de contenção de um viaduto em Osan, ao sul de Seul, durante fortes chuvas. Outras três pessoas foram encontradas mortas em um carro submerso, em um rio e em um porão inundado na província de Chungcheong do Sul, no sul do país. Neste domingo, cerca de 2.730 pessoas ainda continuavam fora de suas casas, informou o relatório do ministério.

A chuva parou na maior parte da Coreia do Sul no domingo, e os alertas de tempestade foram suspensos em todo o país, segundo as autoridades. Desde quarta-feira, 16, as regiões do sul receberam o acumulado de cerca de 600 a 800 milímetros de chuva, de acordo com o relatório do ministério.

O presidente Lee Jae Myung expressou profunda solidariedade àqueles que perderam seus entes queridos e sofreram prejuízos financeiros devido às fortes chuvas. Lee disse que o governo vai pressionar para que as áreas mais afetadas pelas chuvas sejam designadas como zonas especiais de desastre. A designação proporcionaria a elas maior ajuda financeira e outros tipos de apoio à recuperação por parte do governo.

A Rússia está aberta à paz com a Ucrânia, mas atingir seus objetivos continua sendo prioridade, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, neste domingo, 20. A declaração ocorre dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor a Moscou um prazo de 50 dias para aceitar um cessar-fogo ou enfrentar sanções mais duras.

Peskov e outras autoridades russas vêm rejeitando, de forma recorrente, as acusações de Kiev e de seus aliados ocidentais de que as negociações de paz estariam travadas. Enquanto isso, Moscou intensifica os ataques de longo alcance contra cidades ucranianas, tendo lançado, em uma única noite, mais drones do que em alguns meses inteiros de 2024 - e analistas avaliam que a ofensiva deve permanecer.

"O presidente Putin falou repetidamente sobre seu desejo de alcançar um acordo pacífico com a Ucrânia o mais rápido possível. Trata-se de um processo longo, que exige esforço e não é fácil", declarou Peskov a Pavel Zarubin, repórter da TV estatal. "O principal para nós é atingir nossos objetivos. E eles estão bem claros", completou.

O Kremlin insiste que, para qualquer acordo de paz, a Ucrânia deverá se retirar das quatro regiões que a Rússia anexou ilegalmente em setembro de 2022 - embora nunca tenha controlado totalmente esses territórios. Moscou também exige que Kiev abandone sua tentativa de ingresso na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e aceite severas restrições às suas Forças Armadas - exigências rejeitadas por autoridades ucranianas e seus parceiros ocidentais.

Ameaça de Donald Trump

No último dia 14, Trump ameaçou a Rússia com o aumento de tarifas e anunciou o envio de armamentos norte-americanos à Ucrânia, adotando um tom mais duro contra Moscou após meses de frustração com negociações fracassadas para encerrar a guerra.

As conversas diretas entre Rússia e Ucrânia em Istambul, em maio, resultaram em algumas trocas de prisioneiros, mas pouco além disso. Trump afirmou que irá implementar "tarifas severas" caso um acordo de paz não seja firmado em até 50 dias. Ele não detalhou como essas medidas seriam aplicadas, mas indicou que o alvo seriam os parceiros comerciais da Rússia, numa tentativa de isolar Moscou na economia global.

Além disso, Trump afirmou que aliados europeus devem comprar "bilhões e bilhões" de dólares em equipamentos militares dos Estados Unidos para transferência à Ucrânia, reabastecendo os estoques de armas do País. O plano inclui sistemas de defesa aérea Patriot, uma das prioridades do governo ucraniano para conter ataques com drones e mísseis russos.

Pesquisas de boca de urna divulgadas segundos após o fechamento das urnas neste domingo, 20, indicam que a coalizão governista do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, deve perder a maioria na menor das duas casas do Parlamento do Japão, o que pode agravar o cenário de instabilidade política no país.

Neste domingo, os eleitores japoneses foram às urnas para renovar metade dos 248 assentos da Câmara Alta, a menos poderosa das duas casas legislativas. A votação ocorre após a coalizão de Ishiba já ter perdido a maioria na Câmara Baixa, em outubro, enfraquecida por escândalos de corrupção anteriores.

A emissora japonesa NHK projetou que a coalizão do premiê deve conquistar entre 32 e 51 cadeiras. Outras redes preveem pouco mais de 40 assentos. A meta de Ishiba, no entanto, era atingir um total de 125 cadeiras - o que exigiria que o Partido Liberal Democrata (LDP) e seu parceiro de coalizão, o Komeito, conquistassem ao menos 50 assentos para somar aos 75 que já possuem.

Embora um desempenho fraco da coalizão governista na eleição não leve automaticamente à queda do governo - já que a Câmara Alta não tem poder para apresentar uma moção de desconfiança - o resultado amplia a incerteza sobre o futuro político de Ishiba e reforça o clima de instabilidade no país.