MP investiga entidades ligadas a Boulos por invasão na Faria Lima e pede imagens do Smart Sampa

Política
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O Ministério Público de São Paulo abriu uma investigação criminal sobre o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Frente Povo Sem Medo por invasão ao prédio do Itaú na Avenida Faria Lima, no início de julho. A Promotoria requisitou acesso às imagens do Smart Sampa, sistema de reconhecimento facial da Prefeitura, para identificar os manifestantes e apurar crime de invasão a estabelecimento comercial.

O pic do promotor

Na manhã de 3 de julho, integrantes dos dois movimentos invadiram a agência do Itaú BBA - braço de investimentos do banco- na Faria Lima, em manifestação pela taxação dos super-ricos, bandeira do presidente Lula.

As duas entidades têm ligação política com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) - que não é citado na portaria de Procedimento Investigatório Criminal (PIC), subscrito pelo promotor de Justiça Cássio Roberto Conserino, do Fórum Criminal da Barra Funda .

Boulos defendeu o ato do MTST e da Frente Povo em suas redes sociais. No X, disse que "a ocupação tem como pauta a taxação dos 'super-ricos'. O recado do povo é claro: o Brasil precisa de Justiça tributária".

A investigação do Ministério Público teve como base um requerimento do deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos-SP), vice-líder do governo Tarcísio na Assembleia Legislativa de São Paulo.

O procedimento pontua que não se trata de criminalização de movimento social, mas de uma 'análise técnica e jurídica' de possíveis condutas criminosas.

"No caso em apreço a invasão ao estabelecimento comercial Itaú se deu claramente com o móbil de impedir ou dificultar o trabalho ali existente, nos termos do artigo 202 do Código Penal, exsurgindo daí a justa causa para a persecução investigatória", enfatizou o promotor.

"Não nos parece tenham sido convidados a povoar o átrio do prédio sede e proporcionar gritaria e algazarra", destacou Cassio Conserino.

O promotor afirma que os protestos de taxação de super-ricos são 'aparentemente válidos', mas não podem se dar por meio de 'balbúrdia, confusão, invasão e populismo'. Para Conserino, é necessário apurar os recursos financeiros empregados pelas entidades. Ele caracterizou o MTST e a Frente Povo como "pseudomovimentos que mais prestigiam a ilegalidade do que propriamente se submetem aos anseios constitucionais".

A investigação também deverá verificar se o assessor da deputada estadual Eneida Maria (PSOL) participou do ato do dia 3 de julho. A Promotoria requisitou a identificação de todos os militantes que participaram da ocupação com base nas imagens de câmeras do prédio do Itaú e das câmeras instaladas pela Prefeitura de São Paulo na Faria Lima.

COM A PALAVRA, O MTST E A FRENTE POVO SEM MEDO

O Estadão pediu manifestação das duas entidades, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto. O espaço está aberto. (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.;Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)

COM A PALAVRA, DEPUTADA ENEIDA MARIA (PSOL)

A reportagem pediu manifestação da parlamentar. O espaço está aberto.

COM A PALAVRA, BOULOS

O Estadão pediu manifestação ao deputado Guilherme Boulos, mas ainda não havia recebido resposta até a publicação deste texto.

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A Ucrânia propôs à Rússia uma nova rodada de conversas na próxima semana, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma tentativa de reiniciar as negociações de paz que estão paradas desde o início de junho.

"O secretário do Conselho Nacional de Segurança Nacional (Rustem Umerov) propôs uma nova reunião com a Rússia na próxima semana", disse Zelensky em registro no X. "Eles precisam parar de se esconder das decisões", afirmou.

"O cessar-fogo, trocas de prisioneiros, retorno de crianças e fim dos assassinatos. E uma reunião entre líderes é necessária para garantir verdadeiramente uma paz duradoura", disse o presidente ucraniano. "A Ucrânia está pronta".

As duas rodadas de negociações realizadas em Istambul entre Rússia e Ucrânia não conseguiram avançar para um cessar-fogo, mas pelo menos chegaram a um acordo para trocar prisioneiros e devolver os corpos de soldados mortos.

O secretário de Transportes dos Estados Unidos, Sean P. Duffy, anunciou neste sábado, 19, uma série de ações para combater o que o governo americano considera "flagrante desrespeito do México" ao Acordo de Transporte Aéreo de 2015.

O México não cumpre o acordo bilateral desde 2022, quando rescindiu abruptamente os slots e, em seguida, forçou as transportadoras de carga dos EUA a realocar suas operações, diz o comunicado do Departamento de Transportes dos EUA. O México alegou que isso permitiria a construção de um aeroporto para aliviar o congestionamento no Aeroporto Internacional Benito Juárez (MEX), que ainda não se concretizou três anos depois, segundo o comunicado.

"Ao restringir slots e exigir que todas as operações de carga saíssem do MEX, o México quebrou sua promessa, perturbou o mercado e gerou milhões em custos adicionais para as empresas americanas", observa o departamento.

"Isso termina hoje. Que essas ações sirvam de alerta para qualquer país que pense que pode tirar vantagem dos EUA, de nossas companhias aéreas e de nosso mercado", alerta o comunicado.

O departamento cita ainda que o governo americano observa diversos outros países que estão desrespeitando os termos dos acordos de transporte aéreo.

"Por exemplo, estamos monitorando os Estados europeus para garantir que apliquem o processo de Abordagem Equilibrada para redução de ruído em seus aeroportos e não implementem restrições operacionais injustificadas".

As ações determinam que as companhias aéreas mexicanas apresentem ao departamento americano cronogramas para todas as suas operações nos EUA. Outra medida exige aprovação prévia do departamento antes da operação de voos fretados de aeronaves grandes de passageiros ou de carga para ou dos Estados Unidos.

Fim de imunidade antitruste para JV da Delta/Aeromexico

O pacote de medidas do Departamento de Transportes dos Estados Unidos para combater o que o governo americano considera "flagrante desrespeito do México" ao Acordo de Transporte Aéreo de 2015 inclui uma ordem suplementar de apresentação de causa propondo a retirada da imunidade antitruste da joint venture Delta/Aeromexico.

O departamento citou, em comunicado, que o anúncio da ordem sobre a Delta/Aeromexico e demais iniciativas adotadas hoje representam "medidas corretivas para resolver problemas de concorrência no mercado".

A JV Delta/Aeromexico estava originalmente programada para expirar em 2020 e desde então foi prorrogada, aguardando revisão. "Com base em nossa revisão, as condições exigidas para uma imunidade na JV não existem e a JV imunizada não atende mais ao interesse público devido, em grande parte, às medidas anticompetitivas impostas pelo governo do México, que estão distorcendo o mercado", diz o departamento americano.

Em direito antitruste, imunidade significa a isenção de certas atividades econômicas da aplicação das leis de defesa da concorrência.

A Delta considerou que o eventual fim da parceria com a Aeromexico afetaria negativamente os consumidores que voam entre o México e os EUA, de acordo com a Bloomberg. A companhia aérea disse que espera trabalhar em conjunto com a administração Trump em relação às medidas anunciadas.

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, se reuniu com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, nesta sexta-feira, 18, em Tóquio. No encontro, o japonês pediu pela continuidade das negociações tarifárias para que os dois países cheguem a um acordo, informou a agência japonesa NHK.

No último dia 7, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou imposição de uma tarifa de 25% sobre "quaisquer produtos" do Japão e da Coreia do Sul enviados ao país, a partir de 1º de agosto.

Scott Bessent está em visita ao Japão para participar da Exposição Mundial de 2025 em Osaka. Ele foi recebido por Ishiba no gabinete do primeiro-ministro japonês. A reunião durou cerca de 30 minutos.

Principal negociador das tarifas com os Estados Unidos, o ministro da Revitalização Econômica do Japão, Akazawa Ryosei, também participou da reunião. Ele e Bessent posaram para fotos em frente ao pavilhão americano na Exposição Mundial em Osaka.

Após a reunião, Shigeru Ishiba disse a repórteres que solicitou a Bessent a continuidade das negociações com Ryosei com objetivo de um acordo que seja benéfico para as duas nações.

O primeiro-ministro japonês demonstrou otimismo em relação à possibilidade de conversar diretamente com Donald Trump sobre o assunto.