Barroso defende regulação de IA e diz que STF não está legislando em processo sobre redes sociais

Política
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu a regulação da inteligência artificial (IA) diante de alguns riscos apontados por ele, como o uso bélico da tecnologia. O ministro também defendeu o julgamento em andamento na Corte para responsabilizar as redes sociais pelo conteúdo publicado pelos usuários.

"É preciso regular a inteligência artificial para proteger direitos fundamentais, como a privacidade, como a própria liberdade de expressão e como a liberdade e a autonomia cognitiva", disse Barroso durante participação no Brazil Forum UK, realizado por estudantes brasileiros em Oxford, no Reino Unido, neste sábado, 14.

Segundo Barroso, a inteligência artificial representa um risco para o mercado de trabalho - pois "não transforma um motorista em programador" -, a massificação da desinformação e o "pânico do uso bélico" com o risco de o mundo ter uma corrida armamentista e uma guerra cibernética. Nesse sentido, ele defendeu tratados para limitar o uso da IA em guerras, como aconteceu com a energia nuclear.

O presidente do STF afirmou que, apesar da necessidade de regulação, a regulamentação é uma tarefa difícil diante da velocidade com que a tecnologia se inova e se transforma. "É muito difícil você regular alguma coisa que muda na velocidade como muda a inteligência artificial", afirmou. Dessa forma, a única regulação possível no momento, segundo ele, é um processo que organize a legislação com base em princípios gerais e sem interromper as inovações.

No mesmo evento, o diretor jurídico do Google no Brasil, Daniel Arbix, empresa dona de uma inteligência artificial, defendeu a regulação da IA, mas afirmou que muitos países vêm praticando uma "perseguição" às tecnologias. "A regulação precisa proteger os direitos fundamentais, sem dúvida nenhuma, e precisa atentar para sistemas de tomadas de decisão e não tentar uma coisa prévia ou uma matéria vaga e mal definida", afirmou o executivo da empresa. "A regulação tem que capitalizar, fomentar, e não tolher a inovação em várias áreas.

Barroso diz que STF 'não está legislando' ao responsabilizar redes sociais por conteúdos de usuários

Nesta semana, o STF formou maioria para responsabilizar provedores e redes sociais por publicações de usuários. Barroso defendeu o julgamento e disse que o STF "não está legislando", mas definindo critérios para casos específicos porque o Congresso não legislou sobre o tema. O Legislativo começou a discutir um projeto de lei sobre o tema, conhecido como PL das Fake News, mas a proposta foi engavetada após forte reação das bigtechs.

Ele explicou que os processos em julgamento tratam sobre duas plataformas, o Facebook e o Orkut, em casos de perfil falso e ofensas, respectivamente. "O Supremo não está legislando, mas a gente tem que resolver os dois casos e estamos um bom tempo esperando para ver se o Congresso legislava", disse. "A gente não quer arranhar a liberdade de expressão, mas, evidentemente, a gente não quer que determinamos comportamentos joguem o mundo num abismo de incivilidade."

Até o momento, os votos dos ministros do Supremo foram em diferentes direções. Segundo o presidente, a Corte ainda vai tabular as definições ao fim do julgamento. Uma das divergências é se o STF vai determinar a remoção de conteúdos após notificações internas nas redes sociais ou somente após decisões judiciais. Barroso votou a favor da notificação privada (extrajudicial) e retirada de conteúdos como regra geral, mas defendeu a necessidade de decisão judicial em casos que configurem crimes contra a honra. "(A questão é se) pode chamar o prefeito de incompetente ou patife, se isso pode ou não pode. Eu prefiro que seja judicializado."

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Um escritório da empresa de aviação americana Boeing em Kiev, capital da Ucrânia, foi atingido na noite do último domingo, dia 8, em um ataque aéreo russo.

Segundo informações do Financial Times, o edifício sofreu danos de grandes proporções em uma ação que parece ter sido direcionada. Nenhum funcionário ficou ferido. A empresa não comentou o bombardeio.

Imagens divulgadas pelo serviço de emergência da Ucrânia, checadas pelo jornal, mostram um incêndio na construção, que ficou coberta por uma nuvem de fumaça.

O ataque com mísseis e drones do último domingo foi um dos mais intensos desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, e acertou também prédios residenciais e uma maternidade. As cidades mais atingidas foram Kiev e Odessa, no sul do país.

A Boeing chegou a empregar mais de mil funcionários na Ucrânia e, mesmo após três anos de guerra, continua a operar no país. As operações são focadas em engenharia e suporte técnico.

A empresa mantém relacionamento comercial com a fabricante ucraniana Antonov, conhecida por produzir aeronaves de transporte pesado, incluindo projetos com capacidade militar.

Ao Financial Times, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andriy Sybiha, declarou que os ataques russos a empresas americanas na Ucrânia "são mais um exemplo do descaso de Putin pelos esforços de paz dos Estados Unidos".

"O fato de a Rússia ter como alvo empresas americanas enfatiza a importância do envolvimento contínuo dos EUA - tanto nos esforços de paz quanto na segurança da Ucrânia e do restante da Europa", afirmou.

O ataque ao prédio da Boeing se soma a uma lista crescente de ofensivas russas a instalações industriais, incluindo usinas de energia, subestações e centro de produção de armamentos.

Além dos ataques aéreos, a Rússia renovou as ofensivas terrestres no leste da Ucrânia, enquanto as negociações de paz com o presidente Vladimir Putin estão estagnadas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou a repórteres na Casa Branca que há "grande chance" de um acordo entre Irã e Israel, algo que ele inclusive diz esperar. Por outro lado, disse também que "às vezes eles os países precisam lutar entre si".

"Espero que tenha um acordo entre Irã e Israel. Acho que está na hora de um acordo, vamos ver o que acontece. Às vezes eles precisam lutar entre si, temos que ver o que acontece. Mas acho que há grande chance de que haja um acordo", disse Trump neste domingo, 15, antes de embarcar no helicóptero Marine One, partindo da Casa Branca a caminho da Cúpula do G7, no Canadá.

O republicano também disse que os EUA seguem apoiando Israel, além de ter se negado a responder se pediu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para suspender os ataques.

A comunidade internacional busca mediar o conflito entre Israel e Irã. Houve declarações dos governos dos Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, por exemplo. Também há relatos de "grande esforço de mediação" por parte de Estados árabes do Golfo.

O presidente americano, Donald Trump, publicou na Truth Social neste domingo (15) que "Irã e Israel deveriam fazer um acordo e farão um acordo" enquanto os EUA usam o comércio para trazer "razão, coesão e sanidade às conversas", disse.

O presidente da França, Emmanuel Macron, por sua vez, reiterou seu apelo por uma "desescalada" no conflito e pediu para que as negociações sejam retomadas, durante discurso em Nuuk, capital da Groenlândia, reporta a Associated Press.

O presidente francês também disse, segundo a agência de notícias, que a questão será abordada em reunião do G7 esta semana, no Canadá, com o objetivo de "prevenir qualquer escalada na aquisição de capacidade nuclear pelo Irã e evitar qualquer tipo de conflagração na região".

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, reiterou a prioridade de "diplomacia e diálogo, visando uma desescalada o mais rápido possível", durante uma conversa com o presidente do Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan. É o que consta em nota do governo do Reino Unido, deste domingo.

Também há "um grande esforço de mediação por parte dos Estados árabes do Golfo para pôr fim ao conflito entre Israel e Irã", reporta a jornalista Amena Bakr neste domingo, enfatizando que até o momento não há sinais de que o conflito esteja se acalmando.

No sábado, 14, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, reafirmou a disposição de Moscou em ajudar a resolver questões sobre o programa nuclear iraniano, segundo a Associated Press. Na ocasião, ele reforçou que o governo russo quer auxiliar na desescalada das tensões entre Irã e Israel.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.