Junho Roxo: Dra. Ana Flávia Andrade alerta para o lipedema, doença que afeta milhões de mulheres e ainda é pouco diagnosticada

Saúde
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Durante o Junho Roxo, mês dedicado à conscientização sobre o lipedema, profissionais de saúde e pacientes unem esforços para ampliar o debate sobre uma condição crônica que ainda é cercada de desinformação: o acúmulo anormal de gordura em membros inferiores e superiores, acompanhado de dor, inchaço e sensibilidade.

A Lipedema Foundation estima que até 11% das mulheres no mundo possam conviver com a doença — muitas sem saber. O lipedema é frequentemente confundido com obesidade ou linfedema, o que atrasa o diagnóstico e pode comprometer seriamente a qualidade de vida das pacientes.

A médica Dra. Ana Flávia Andrade, especialista no diagnóstico e tratamento do lipedema, destaca a urgência de ampliar o conhecimento sobre a doença, especialmente durante o Junho Roxo.

“O lipedema ainda é invisibilizado. Muitas mulheres escutam por anos que é “só engordar nas pernas” ou que “não se esforçam o suficiente”. Isso gera culpa, frustração e sofrimento físico e emocional. Precisamos mudar essa realidade com informação de qualidade”, afirma Dra. Ana Flávia.

Sinais de alerta e diagnóstico

Entre os principais sinais estão:

Acúmulo de gordura desproporcional nas pernas (e às vezes nos braços);
Dor ao toque e sensação de peso;
Tendência a hematomas frequentes;
Pés e mãos livres de inchaço (diferente do linfedema).
O diagnóstico é clínico, feito com base em avaliação médica e histórico da paciente.

“A maioria das pacientes que atendo já passou por inúmeras dietas, tentativas de emagrecimento e até cirurgias que não resolveram o problema. O primeiro passo é reconhecer que o lipedema existe e pode ser tratado com uma abordagem correta e respeitosa”, explica a especialista.

 

Tratamento: ciência e acolhimento

O tratamento do lipedema é individualizado e pode incluir:

Alimentação com foco anti-inflamatório;
Atividades físicas com baixo impacto articular (como hidroginástica e caminhada);
Terapias físicas como drenagem linfática manual e uso de meias compressivas;
Em casos moderados e graves, lipoaspiração específica para lipedema, um procedimento cirúrgico seguro quando bem indicado.
“O objetivo principal é devolver mobilidade, qualidade de vida e autoestima às mulheres. O Junho Roxo é um convite para acolhermos essas histórias e trazermos luz ao que ainda é negligenciado”, reforça Dra. Ana Flávia Andrade.