F-1: quais características fazem do Brasil um dos lugares preferidos dos pilotos?

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A pista de Interlagos é uma das preferidas dos pilotos da Fórmula 1. Os motivos são diversos e mesclam idolatria a aspectos técnicos do circuito. O autódromo paulistano recebe neste fim de semana a 21ª etapa da temporada 2025 e um ambiente de tensão na McLaren com dois líderes do campeonato e esperança no box de Max Verstappen.

 

O holandês venceu as duas últimas corridas no Brasil e espera repetir o resultado desta vez para continuar sonhando com o pentacampeonato. Verstappen tem importantes conexões com o País que vão além das conquistas na pista. O piloto da Red Bull é namorado de Kelly Piquet. Em maio, nasceu Lily, fruto do relacionamento entre Max e a filha de Nelson Piquet.

 

"Honestamente, Interlagos é uma pista incrível. Toda a atmosfera, a história, o público que adora a Fórmula 1, há muita paixão. Por isso, eu acho que todos nós adoramos vir aqui", afirmou Verstappen.

 

A pista de Interlagos é uma das mais rápidas da Fórmula 1. Com tempo bom, os pilotos conseguem percorrer os 4.309 metros em até 75 segundos, uma média de velocidade de 215 km/h. Outro fato relevante é que a pista propicia ultrapassagens. A entrada do S do Senna, o fim da reta oposta e a curva da junção costumam ser usados pontos de ultrapassagem. Os aclives e declives da pista tornam a pista uma espécie de montanha-russa.

 

"Eu gosto muito de Interlagos. É a pista que eu sempre escolhia quando eu era mais novo e jogava PlayStation. O que mais gosto são as curvas. É muito legal de pilotar, você percebe a pressão aerodinâmica", contou Leclerc. "O fluxo da pista é incrível, a forma como as curvas foram projetadas. Eu amo as zebras, elas são muito específicas de Interlagos e a sensação aqui, é muito especial dirigir nesta pista."

 

Assim como Leclerc, o canadense Lance Stroll gosta da forma como as curvas e retas do circuito se interligam. "Todo ano que eu venho aqui, eu amo a pista. Eu amo o ritmo da pista. É apenas um daqueles circuitos antigos onde, sim, como o Pierre disse, tem um fluxo agradável. Cada curva entra na próxima muito bem. E, sim, é muito divertido de pilotar. É bom voltar", contou o piloto da Aston Martin.

 

Para Pierre Gasly, o S do Senna é ponto mais prazeroso do circuito de Interlagos. "Eu gosto bastante desta pista quero dizer, todas são bem legais. A Curva 1 é única, então vou escolher as Curvas 1-2", afirmou o francês da Alpine.

 

A variação climática também é apontada como um fator que traz preocupações para alguns e eleva a expectativa de surpresa por outra parte. O sábado, dia 8, deve ter chuva e vento durante a corrida sprint e o treino classificatório que define o grid de largada da corrida principal.

 

"Eu acho que em São Paulo sempre tem uma tempestade ao redor e alguma chuva. Eu espero novamente uma disputa acirrada no meio do pelotão, é uma volta curta então geralmente isso torna todo o pelotão ainda mais denso e muito compacto", explicou Nico Hülkenberg, companheiro de Gabriel Bortoleto na Sauber.

 

IDOLATRIA POR AYRTON SENNA

Não obstante, o aspecto emocional de correr no Brasil envolve diversos pilotos. Grande parte da atuação geração sequer viu Ayrton Senna correr, mas tem no tricampeão mundial um ídolo do esporte.

 

"Para mim, é sempre incrível vir ao Brasil porque existe muita paixão pela Fórmula 1 aqui. Obviamente, há muita história com Ayrton Senna e os fãs simplesmente amam muito a F-1. Você realmente sente isso como piloto", opina George Russell, da Mercedes.

 

Lewis Hamilton, que já recebeu o título de cidadão honorário brasileiro concedido pela Câmara dos Deputados, pilotou em 2024 uma McLaren que foi de Senna em Interlagos. O britânico nunca esconde sua admiração pelo Brasil e por correr em São Paulo.

 

"Eu realmente amo o Brasil. Eu poderia viver lá algum dia. A profundidade da cultura deles flui tanto, em toda as pessoas que você vê. É um lugar muito, muito diverso. Tem tanta paixão e orgulho de sua origem", afirmou Hamilton em entrevista ao jornalista Juan Fossaroli.

 

O mais jovem piloto do grid, Andrea Kimi Antonelli, de 19 anos, alimenta a admiração por Senna. Nesta quarta-feira, o italiano visitou o túmulo do brasileiro e prestou homenagens. "Um lugar especial", disse ele.

 

Gasly também enalteceu o papel dos torcedores brasileiros na Fórmula 1. "Não vou mentir, a energia no dia da corrida, quando fazemos o desfile, é bem única. Ainda ouvir as pessoas cantando o nome do Senna e tudo mais é muito único no Brasil. Eu aprecio muito isso. Faz todos nós, pilotos, nos sentirmos bastante especiais aqui."

 

"Provavelmente, a coisa mais legal é o legado que ainda se pode sentir de Ayrton, que foi deixado", pontuou Leclerc. "E sempre que você vem aqui, você realmente pode sentir o quanto ele significou para as pessoas no mundo todo, obviamente, mas no Brasil é outro nível. Ele sempre foi meu ídolo, então é sempre muito especial testemunhar isso aqui."

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.