Toto volta a SP após 17 anos com show memorável que vai de 'Africa' a 'Hakuna Matata'

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Por razões que beiram o inexplicável, o Toto é daquelas bandas que não fez muito sucesso no Brasil. É verdade que seus três principais hits - Africa, Rosanna e Hold The Line - tocaram bastante nas rádios nacionais, mas isso não foi capaz de tornar o grupo norte-americano, formado em 1977, popular por aqui. No domingo, 24, eles fizeram apenas o segundo show no País em mais de 45 anos de carreira.

A apresentação memorável no Espaço Unimed marcou o retorno do conjunto a São Paulo após 17 anos. A estreia brasileira ocorreu em 2007 no extinto Via Funchal.

O público presente na casa de espetáculos localizada na região da Barra Funda sabia exatamente da importância de prestigiar o Toto, expoente do chamado Yacht Rock (Rock de Iate), subgênero musical que emergiu no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, caracterizado por suas melodias suaves, harmonias polidas e produção sofisticada, eficaz ao incorporar elementos de jazz, R&B e soul music ao rock.

Dentro desse rótulo, também é comum associar nomes como Hall & Oates, Steely Dan e Christopher Cross.

Além disso, os fundadores da banda - Steve Lukather (guitarra), David Paich (teclados e vocais) e os irmãos Jeff (bateria, falecido em 1992) e Steve Porcaro (teclados) - foram alguns dos nomes mais requisitados para estúdios de gravação durante a década oitentista, inclusive para as sessões de Thriller (1982), de Michael Jackson, o álbum mais vendido de todos os tempos. Vale lembrar que a trilha sonora de Duna (1984) também foi criada por essa turma de músicos.

Com os afastamentos dos demais integrantes, porém, Lukather assumiu o papel de líder e segue como o único membro original. Guitarrista de primeira categoria, ele é responsável, por exemplo, pelo solo de Physical, hit de Olivia Newton-John, além de partes memoráveis em Beat It.

Em meio ao zilhão de projetos que participou, duas empreitadas com brasileiros se destacam: em Realce (1979), de Gilberto Gil, e Bombom (1983), de Rita Lee. Hoje, o artista de 67 anos divide o trabalho no Toto com o posto de braço-direito de Ringo Starr na carreira solo do ex-beatle.

À frente da banda que o consagrou, Lukather está acompanhado de nomes igualmente notáveis, como o tecladista Greg Phillinganes, mais um participante ilustre de Thriller (dentre outros discos do Rei do Pop); o baixista John Pierce, membro da Huey Lewis And The News por 30 anos; e o vocalista Joseph Williams, filho de ninguém menos que John Williams, o maestro compositor de algumas das mais importantes trilhas cinematográficas da história.

É de Joseph, aliás, a voz cantante de Simba no clássico Hakuna Matata, de O Rei Leão (1994), tema que foi rapidamente lembrado em determinado momento do show, marcado por um repertório certeiro, contemplado pelos já citados sucessos, redescobertos por novas gerações em séries como Stranger Things, South Park e The Boys, além de outras faixas adoradas pelos fãs: Georgy Porgy, Burn, I'll Supply The Love, Stop Loving You, I'll Be Over You, 99, Pamela e a épica instrumental Jake To The Bone.

"Muchas gracias! Obrigado!", falou Lukather, em suas primeiras palavras dirigidas ao público paulista, composto por cerca de 6,5 mil pessoas. Com sua cabeleira branca e DNA "87% alienígena", segundo definiu o colega Joseph, ele andava animado de um lado para o outro e tocava com destreza absurda.

O título da atual turnê Dogz of Oz - que ainda passa pelo Rio de Janeiro nesta terça-feira, 26 - faz referência ao filme O Mágico de Oz (1939), de onde a banda pegou a inspiração para seu nome: o cachorrinho de Dorothy se chama Totó.

Do palco, por pouco mais de duas horas, transbordou habilidade extrema para reproduzir a complexidade da música do Toto, amplificada pelo alto nível talento dos integrantes com perfeccionismo calculado de maneira quase matemática, mas sem fechar espaço para improvisações e surpresas, como os covers de Little Wing, de Jimi Hendrix, e With a Little Help From My Friends, dos Beatles, mas executada à luz da emblemática versão blues de Joe Cocker.

O concerto brilhante deixou a impressão definitiva de que o Toto merece mais reconhecimento e respeito. Alguns dizem, com desdém, que a banda faz "música de elevador". Mas a verdade é que, nos dias atuais, não há um grupo capaz de conceber canções pop de tamanho requinte.

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A Food and Drug Administration (FDA), agência americana semelhante à Anvisa, revogou a autorização de uso da eritrosina, também conhecida como corante vermelho número 3, em alimentos e medicamentos ingeridos. Os reguladores atenderam a uma petição de 2022, apresentada por dezenas de defensores da segurança alimentar e da saúde.

Segundo a FDA, alguns estudos mostraram que o corante artificial causou câncer em ratos de laboratório. As autoridades afirmaram que a decisão ocorre em respeito a uma lei dos EUA, a Cláusula Delaney, que exige a proibição de qualquer aditivo apontado como causador de câncer em pessoas ou animais.

Há quase 35 anos, a agência já havia vetado o uso desse corante sintético em cosméticos devido ao risco potencial de causar câncer.

O corante dá a certos alimentos e bebidas uma cor vermelho-cereja brilhante, e é encontrado em doces, bolos, cupcakes, biscoitos, sobremesas congeladas, glacês e coberturas, além de medicamentos ingeridos, como xaropes para tosse.

De acordo com o jornal americano The New York Times, ele pode estar presente também em "carnes" veganas, salsichas e shakes com sabor morango.

O corante já é proibido para uso em alimentos na Europa, Austrália e Nova Zelândia, exceto em certos tipos de cerejas, conhecidas por aqui como cereja marrasquino.

E no Brasil?

Questionada, a Anvisa informou que, no Brasil, a eritrosina pode ser usada em algumas categorias de alimentos e medicamentos. "Há estudos demonstrando a ocorrência de câncer em ratos machos expostos a altos níveis do corante, por um mecanismo hormonal específico dos ratos. Estudos realizados em humanos e outros animais não demonstraram tais efeitos", disse em nota.

De acordo com a agência brasileira, em 2018, um comitê de especialistas em aditivos alimentares da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) fez uma avaliação de segurança. "Eles concluíram que a exposição dietética não representava preocupação de saúde", afirmou. É o mesmo argumento usado pela International Association of Color Manufacturers, que representa os interesses das empresas que produzem esses aditivos e defende a eritrosina.

"As autorizações de uso de aditivos em alimentos e excipientes em medicamentos podem ser revistas a qualquer tempo, caso haja novas evidências que indiquem risco à saúde. Embora a FDA não mencione a existência de novas evidências e as evidências conhecidas não levantem preocupação de segurança para consumo humano, a Anvisa estudará as referências científicas da petição apresentada à autoridade americana, motivadora da ação, verificando a existência de justificativa para uma reavaliação", acrescentou a agência.

O que dizem os especialistas

A decisão da FDA foi comemorada por especialistas da área da saúde nos EUA. "É um ótimo primeiro passo para os EUA, mas, francamente, estamos realmente atrasados", disse ao The New York Times a pesquisadora Sheela Sathyanarayana, professora de pediatria na Universidade de Washington que estuda exposições ambientais que afetam a saúde das crianças.

Também ao Times, Thomas Galligan, principal cientista de aditivos e suplementos alimentares do Centro de Ciência no Interesse Público, ONG americana que defende os direitos dos consumidores, afirmou que a FDA tem um histórico de permitir produtos químicos mesmo depois do surgimento de evidências de danos. "Parte da razão para isso é que a agência não tem um sistema robusto para reavaliar a segurança de produtos químicos que já foram aprovados." (COM INFORMAÇÕES DA AP)

A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira, 17, um novo suspeito de ter auxiliado na fuga de um suposto olheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) que estava presente no Aeroporto de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, no dia da execução do delator Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos. O caso ocorreu em 8 de novembro do ano passado.

O estudante de Direito Marcos Soares Brito, de 23 anos, foi encontrado no Tatuapé, zona leste da capital. Ele foi preso temporariamente por tráfico de drogas e levado à sede do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em seguida, ficou à disposição da Justiça. A reportagem entrou em contato com a defesa dele, mas ainda não obteve retorno.

Nesta sexta-feira, 16, foi detida também a modelo Jackeline Moreira, de 28 anos. Localizada em Itaquera, também na zona leste de São Paulo, ela também foi presa temporariamente por tráfico de drogas, com base em informações coletadas em quebra de sigilo telemático, segundo a investigação da Polícia Civil. O Estadão não conseguiu localizar a defesa de Jackeline.

Conforme a Polícia Civil, Marcos e Jackeline são suspeitos de auxiliar na fuga de Kauê Amaral Coelho, de 29 anos, apontado como olheiro do PCC no dia da morte de Gritzbach. "Eles também serviam como traficantes do Kauê", disse a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP. Segundo ela, essas informações foram levantadas com base em quebra de sigilo telemático e de materiais coletados na casa de Kauê.

Como mostrou o Estadão anteriormente, gravações obtidas pela Polícia Civil mostram Coelho uma hora antes do pouso do avião em que estava Gritzbach. Pouco antes dos disparos, conforme a investigação, as imagens mostram ele apontando para o delator. Gritzbach foi morto na área de desembarque do terminal 2 do aeroporto com dez tiros de fuzil.

Nesta sexta, um homem suspeito de ser um dos atiradores, um policial militar da ativa, de 40 anos, foi preso em operação da Corregedoria da PM. Outros 14 agentes também foram presos na operação, incluindo dois tenentes. Eles integrariam um esquema de escolta para Gritzbach.

Kauê Amaral Coelho segue foragido. A suspeita da polícia é de que ele tenha fugido para o Rio de Janeiro antes de operação realizada ainda em novembro do ano ano passado, deflagrada após a Justiça decretar a prisão temporária do suposto olheiro, mas agora as investigações indicam que ele não está mais por lá. A Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP) oferece recompensa de R$ 50 mil para quem tiver informações sobre ele.

Marcos já havia sido preso anteriormente, mas foi solto no dia seguinte

Marcos Soares Brito, detido nesta sexta, chegou a ser preso em dezembro do ano passado ao lado de seu tio, Allan Pereira Soares, de 44 anos, sob a acusação de porte ilegal de armas. Já na época, havia a hipótese de que o estudante poderia ter ajudado na logística do crime. Os dois, no entanto, foram soltos menos de 24 horas depois.

Segundo informações do boletim de ocorrência, somente com Marcos, teriam sido encontradas 110 munições de fuzis de calibre 7,62 mm e 5,56. Elas estariam na motocicleta do acusado e em um carro, que seria de propriedade de Allan, encontrado na zona leste.

Ao Estadão, o advogado Guilherme Vaz, que representa Marcos e Allan, afirmou na época que "durante a audiência ficou comprovado que tinha algo estranho na história da PM". Um dos pontos questionados por ele é que, após ser abordado em casa, Allan ligou para Marcos ir até lá.

"Como alguém vai ao encontro da polícia carregado de munições na moto?", questionou. A defesa afirmou na ocasião que ambos os clientes negam ser os donos das munições ou ter qualquer relação com o caso da execução de Gritzbach.

A decisão pela liberação dos dois se deu após audiência de custódia realizada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), que indicou suposta irregularidade na prisão. Em documento obtido pelo Estadão, a juíza Juliana Pirelli da Guia afirmou que o flagrante se mostrou "irregular e ilegal".

Na época, o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública, comentou o caso. "Não vamos baixar a guarda, vamos continuar trabalhando", disse. Ele ressaltou que, ao todo, foram apreendidos sete celulares durante a incursão. Interlocutores da polícia afirmaram que a expectativa era obter informações decisivas a partir dos aparelhos.

A matéria divulgada anteriormente foi divulgada com uma incorreção na idade e na data de aniversário da menina Betina Feldman, sobrevivente da queda de um helicóptero em Caieiras. Ela completou 12 anos de idade nesta sexta-feira, 17 - a matéria havia informado incorretamente que ela completaria 12 anos somente no sábado, 18. A informação tinha sido divulgada pela prefeitura de Americana e foi corrigida posteriormente com base nos dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Segue a matéria com o texto e o título corrigidos.

Betina Feldman, de 12 anos, sobreviveu a queda de um helicóptero em Caieiras, na Grande São Paulo, na noite desta quinta-feira, 16. Ela e o piloto da aeronave, Edenilson de Oliveira Costa, foram resgatados com vida na manhã desta sexta-feira, 17, após equipes de resgate localizarem o local do acidente. Betina faz aniversário nesta sexta.

A aeronave decolou do Jaguaré, na zona oeste da capital paulista, e tinha como destino o município de Americana, na região de Campinas, no interior do Estado.

Também no voo estavam os pais da criança, André Feldman e Juliana Elisa Maria Feldman.

O pai da menina era um empresário conhecido em Americana, no interior de São Paulo, sócio de uma empresa de apostas virtual.

Betina passou a noite na mata junto com o piloto até serem encontrados e resgatados. O piloto e a menina foram resgatados conscientes e encaminhados para atendimento no Hospital das Clínicas, na capital paulista.

Posteriormente, o casal foi encontrado sem vida próximo aos destroços do helicóptero.