Filha de deputado do PL é morta a tiros em mato Grosso

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A empresária Raquel Cattani, filha do deputado estadual de Mato Grosso Gilberto Cattani (PL), foi morta a tiros no interior do Estado nesta sexta-feira, 19. O crime ocorreu em Nova Mutum, que fica a 240 quilômetros da capital Cuiabá. A Polícia Civil mato-grossense trabalha com a hipótese de feminicídio.

A empresária tinha 26 anos e trabalhava no setor de queijos artesanais. Ela deixa dois filhos. De acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso, o corpo dela foi encontrado na localidade de Pontal do Marape, onde vive a família Cattani, e tinha marcas de tiros. Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento de Raquel.

A Polícia Civil está ouvindo Romero Xavier. Os dois estavam em processo de separação. Ele não é tratado, por ora, como suspeito de ter cometido o crime, informou a corporação.

Em nota, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) informou que pediu ao governo do Estado a adoção de medidas necessárias para a elucidação da morte da empresária. O presidente da Casa, Eduardo Botelho (União), foi até Nova Mutum para acompanhar a família da empresária.

"Que Deus console e acalme o coração dos pais, filhos e amigos de Raquel. A Assembleia Legislativa não medirá esforços para que todas as medidas necessárias sejam agilizadas", disse Botelho.

Gilberto Cattani está na segunda legislatura de deputado estadual. Em 2021, ele assumiu uma cadeira como suplente, após a morte do titular. Em 2022, ele foi o sexto deputado mais votado do Estado, com 44.705 votos. O Estadão entrou em contato com o gabinete do parlamentar, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), determinou que as forças de segurança do Estado atuem, de imediato, para desvendar a autoria do crime.

"Recebemos a notícia da morte da filha do nosso amigo Cattani e imediatamente determinei que nossas forças de segurança atuem para esclarecer o que ocorreu. Uma morte chocante, ainda mais para um pai. Eu e Virginia (primeira-dama de Mato Grosso) estamos em oração para que Deus possa dar forças e conforto ao deputado e toda sua família", afirmou Mendes.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), eleito para o Senado por Mato Grosso, lamentou, nas redes sociais, a morte de Raquel. O ministro citou uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgada em março deste ano, que mostrou que o Estado possui a maior taxa de feminicídios do Brasil.

Deputado criticou violência política no último sábado

No último sábado, 13, Gilberto Cattani usou as redes sociais dele para criticar o aumento da violência política. Naquele dia, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi alvo de uma tentativa de assassinato durante um comício na Pensilvânia. O republicano foi ferido na orelha por um tiro e já voltou a realizar agendas de campanha.

"Facada em (Jair) Bolsonaro, dois pré-candidatos a vereador assassinados no Nordeste e um suplente de deputado, em Sinop (MT) (e o) pré-candidato André Maximino é ameaçado de morte e agora Trump é alvejado. Nunca vivemos tanto amor", afirmou o deputado no X (antigo Twitter).

Em outra categoria

O tufão Yagi, um dos mais devastadores a atingir o Vietnã em décadas, deixou um rastro de destruição também nas Filipinas e na China, resultando em 87 mortes e danos significativos. No Vietnã, o impacto foi sentido com força no último sábado, 7, quando o tufão, carregando ventos de até 166 quilômetros por hora, tocou o solo, causando deslizamentos de terra, inundações e apagões que resultaram em pelo menos 64 mortes e 229 feridos, conforme reportado pela mídia estatal VN Express. Ao menos outras 20 mortes ocorreram nas Filipinas e outras três, na China, locais onde o tufão já havia passado.

Nesta segunda-feira, 9, uma ponte desabou no Vietnã, em meio às fortes chuvas que atingiram o norte do país. As tempestades causaram ainda deslizamentos de terra e apagões. O nível da água em vários rios nesta mesma região do país estava muito alto.

Um ônibus de passageiros que levava 20 pessoas foi arrastado nesta segunda-feira de manhã para um riacho, após um deslizamento de terra ocorrido na província de Cao Bang. Equipes de resgate foram enviadas, mas os deslizamentos de terra bloqueavam o caminho até o local do incidente.

Em outra província vietnamita, a de Phu Tho, as operações de resgate continuavam após o colapso de uma ponte de aço na manhã desta segunda-feira. Dez carros e caminhões, junto com duas motocicletas, caíram no rio, segundo os relatórios. Três pessoas foram retiradas das águas e levadas ao hospital, mas havia outras 13 desaparecidas.

Pham Truong Son, de 50 anos, disse ao VN Express que estava atravessando a ponte pilotando a sua moto quando ouviu um barulho alto. Antes de entender o que estava acontecendo, caiu no rio. "Senti como se afundasse no fundo do rio", disse Son ao jornal, acrescentando que conseguiu nadar e se agarrar a uma bananeira arrastada pela corrente para não afundar até ser resgatado.

Dezenas de fábricas na província de Haiphong ainda não haviam retomado o trabalho nesta segunda, devido aos extensos danos na estrutura dos prédios, segundo o jornal estatal Lao Dong. Ventos arrancaram telhados de várias fábricas e complexos industriais foram tomados pela água, danificando equipamentos caros e produtos. Algumas empresas disseram que ainda estavam sem eletricidade e que a produção só seria retomada daqui a um mês, pelo menos.

A queda de postes interrompeu o fornecimento de energia elétrica nas províncias de Haiphong e Quang Ninh. As duas províncias são centros industriais que abrigam muitas fábricas de exportação, como o fabricante de carros elétricos VinFast e os fornecedores da Apple Pegatrong e USI.

As autoridades continuavam avaliando os danos às instalações industriais, embora as estimativas iniciais mostrem que quase 100 empresas foram danificadas pelo tufão, o que representava perdas de milhões de dólares, segundo o jornal. O primeiro-ministro, Pham Minh Chinh, visitou a cidade de Haiphong no domingo e aprovou um pacote de US$ 4,62 milhões para ajudar a cidade portuária a se recuperar.

O tufão Yagi foi o mais forte a atingir o Vietnã em décadas. Ele foi rebaixado para depressão tropical no domingo, 8, embora a agência meteorológica do país ainda tenha advertido que as chuvas contínuas poderiam causar inundações e deslizamentos. Em um deles, na localidade de Sa Pa, no domingo, seis pessoas morreram, incluindo um bebê, e outras nove pessoas ficaram feridas. A região é muito conhecida pelas suas montanhas e pela prática do montanhismo.

Nesta segunda-feira, o céu estava nublado na capital, Hanói, com chuvas ocasionais enquanto trabalhadores removiam árvores, placas publicitárias e fios elétricos derrubados na cidade. A chuva intensa continua nesta segunda no noroeste do Vietnã. O tufão Yagi também causou danos em terras agrícolas, em quase 116.192 hectares que produzem principalmente arroz.

Antes de atingir o Vietnã, o tufão matou pelo menos 20 pessoas nas Filipinas na semana passada e outras três na China. As autoridades chinesas disseram que as perdas de infraestrutura na província insular de Hainan chegavam a US$ 102 milhões, com 57 mil casas danificadas ou destruídas, cortes de água e eletricidade e estradas afetadas ou intransitáveis por árvores caídas.

O tufão tocou a terra pela segunda vez na sexta-feira à noite em Guangdong, uma província continental chinesa vizinha de Hainan. As tempestades como o tufão Yagi "estão se tornando mais fortes devido às mudanças climáticas, principalmente porque as águas mais quentes do oceano fornecem mais energia para alimentar as tempestades, o que leva a um aumento da velocidade do vento e chuvas mais intensas", disse Benjamin Horton, diretor do Observatório Terrestre de Cingapura.

Ataques de Israel contra a Síria na noite de domingo, 8, mataram ao menos 14 pessoas e feriram outras 43, segundo divulgado pela mídia estatal síria nesta segunda-feira, 9. As investidas israelenses atingiram várias áreas no centro da Síria no final de domingo, danificando uma rodovia na província de Hama e provocando incêndios, disse a agência de notícias estatal Sana.

A contagem inicial de mortos relatada pelo Hospital Nacional Masyaf no oeste da província de Hama foi de quatro. A Sana, citando o chefe do hospital, Faysal Haydar, disse que 14 foram mortos e 43 feridos.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um monitor de guerra com sede no Reino Unido, disse que pelo menos quatro dos mortos eram civis. Um dos ataques teve como alvo um centro de pesquisa científica em Maysaf e outros atingiram locais onde "milícias iranianas e especialistas estão estacionados para desenvolver armas na Síria", disse o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Mídias locais também relataram ataques ao redor da cidade costeira de Tartous. Não houve comentário imediato do exército israelense.

Israel realizou centenas de ataques a alvos dentro de partes controladas pelo governo da Síria devastada pela guerra nos últimos anos, mas raramente reconhece ou discute as operações. Os ataques geralmente têm como alvo forças sírias ou locais militares na Síria ligados ao Irã e ao grupo militante libanês Hezbollah.

Esses ataques se tornaram mais frequentes, pois o Hezbollah trocou tiros com as forças israelenses nos últimos 11 meses, tendo como pano de fundo a guerra de Israel contra o Hamas - um aliado do Hezbollah - em Gaza. No entanto, a intensidade e o número de mortos dos ataques de domingo à noite foram incomuns. Israel prometeu impedir o entrincheiramento iraniano na Síria, principalmente porque a Síria é uma rota importante para o Irã enviar armas ao Hezbollah.

Nesta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Irã condenou o que chamou de "criminosa agressão sionista à Síria", segundo divulgado pela agência Sana. Em uma entrevista a jornalistas, o porta-voz do ministério, Nasser Kanaani, disse que "os crimes cometidos pela entidade israelense em território palestino e a agressão em curso na Síria e no Líbano visam continuar a guerra na região como um todo".

Ainda segundo a reportagem, parte dos mísseis lançados pelos ataques aéreos de Israel foram interceptados pelos sistemas de defesa, que derrubaram alguns deles. Com informações da Associated Press.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

O governo da Bolívia declarou emergência nacional no sábado, 7, devido aos maiores incêndios florestais ocorridos no país andino até agora neste ano, que consumiram quase quatro milhões de hectares de pastagens e florestas. Os incêndios também contaminaram grande parte das cidades com fumaça, levando o Ministério da Saúde a declarar um alerta de saúde devido à má qualidade do ar, especialmente nas cidades do leste.

O ministro da Defesa boliviano, Edmundo Novillo, anunciou durante uma reunião com representantes diplomáticos credenciados na Bolívia que estava buscando apoio internacional para combater os incêndios.

Venezuela, França e Brasil se comprometeram a ajudar, disse a ministra das Relações Exteriores da Bolívia, Celinda Sosa.

Até o momento, cerca de 3,8 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo, dos quais 60% são pastagens e 40% florestas, enquanto várias áreas protegidas na Amazônia boliviana foram afetadas, disse o ministro do Meio Ambiente boliviano, Alan Lisperguer.

Os incêndios florestais começaram há três meses, mas nas últimas semanas se espalharam e ficaram fora de controle. O governo mobilizou cerca de 5 mil bombeiros voluntários. Três helicópteros-tanque se mostraram insuficientes para conter o avanço das chamas.

Embora não tenham sido registradas mortes, as chamas queimaram gado e animais selvagens e forçaram a evacuação de pequenas comunidades e fazendas. Vários dos incêndios começaram na Amazônia brasileira, de acordo com as autoridades.

Na Bolívia, os fazendeiros queimam terras devolutas para renovar pastos e abrir caminho para novas terras agrícolas, mas esses incêndios muitas vezes ficam fora de controle. Quatro pessoas foram presas por provocar incêndios e 51 processos foram iniciados, disse Novillo.