Milei agradece ao Brasil por assumir proteção da embaixada argentina na Venezuela

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O presidente da Argentina, Javier Milei, agradeceu ao Brasil por assumir a proteção da embaixada argentina em Caracas, após o ditador Nicolás Maduro expulsar diplomatas argentinos da Venezuela. Brasília também se comprometeu com a segurança de opositores a Maduro e do corpo diplomático do Peru.

"Os laços de amizade que unem a Argentina ao Brasil são muito fortes e históricos", escreveu Milei em publicação no X (antigo Twitter), no qual reforçou a acusação de fraude nas eleições venezuelanas do último domingo.

O acordo acontece apesar de recentes rusgas entre os dois maiores países da América do Sul.

Desde que foi eleito, Milei fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chegou a visitar o Brasil sem se encontrar com representantes do governo.

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Na esteira do discurso de Jair Bolsonaro neste 7 de Setembro, um grupo de 150 parlamentares, encabeçados por aliados do ex-presidente, vai protocolar nesta segunda-feira, 9, às 16 horas, na presidência do Senado um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Deputados e senadores que subscrevem a denúncia atribuem ao ministro suposto "abuso de poder" e também "violação de direitos constitucionais e negligência".

O Estadão pediu manifestação do ministro. O espaço está aberto. O eventual andamento do processo de impeachment depende do senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado.

A iniciativa é liderada pelos deputados Coronel Meira (PL-PE), Gustavo Gayer (PL-GO), Bia Kicis (PL-DF). Os bolsonaristas usam a alegação de proteção da Constituição e a necessidade de garantir o Estado Democrático de Direito para pedir o impeachment de Moraes.

Os parlamentares alegam suposto "abuso de poder" de Moraes, indicando que as ações do ministro "interferem em outros poderes e esferas". Também sustentam que o ministro utilizaria "indevidamente" a prisão preventiva como um "mecanismo de coerção, com o objetivo de forçar delações premiadas". Ainda atribuem a Moraes "violação dos direitos políticos de parlamentares".

"Nossa Constituição tem sido desrespeitada em diversas ocasiões por decisões do ministro Alexandre de Moraes. Precisamos preservar os direitos individuais e as garantias fundamentais dos cidadãos, garantindo o Estado Democrático de Direito", diz o deputado Coronel Meira.

O grupo ainda abastece o pedido de impeachment com dois episódios recentes envolvendo o magistrado: o caso do perito Eduardo Tagliaferro - ex-chefe do setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral - com a divulgação de mensagens envolvendo assessores de Moraes no STF; e a suspensão do X (antigo Twitter), medida que os congressistas chamam de "violação às normas de liberdade de comunicação e acesso à informação".

A iniciativa dos parlamentares vai na linha do pronunciamento de Bolsonaro no palanque da Avenida Paulista no 7 de Setembro. O ex-presidente sugeriu ao Senado que coloque um "freio" no ministro, a quem classificou de "ditador".

Também foi alvo de críticas Rodrigo Pacheco - a quem cabe abrir eventual processo de impeachment de ministro do STF. A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) chamou o senador de "covarde".

Moraes participou das comemorações do 7 de Setembro em Brasília, no palanque ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Pacheco, além de outros ministros do STF.

A denúncia

Os parlamentares sustentam que Moraes age com "desrespeito ao devido processo legal". "Há alegações de que o ministro tem desrespeitado normas processuais que asseguram um julgamento justo e equilibrado", afirmam, em referência principalmente aos processos relativos aos atos do 8 de Janeiro.

Eles acusam o ministro de "extrapolar suas atribuições, cometendo abuso de autoridade, suas ações interferem em outros poderes e esferas".

Os parlamentares incluem na petição o que chamam de prevaricação no caso Clezão" - preso no Congresso por envolvimento nos atos golpistas do 8 de Janeiro que morreu após ter um mal súbito durante banho de sol no Complexo da Papuda, em Brasília. "O ministro teria falhado com sua obrigação em agir de acordo com os princípios de justiça e legalidade."

Também acusam Moraes por "uso indevido de prisão preventiva, ao utilizar como um mecanismo de coerção, violando direitos ao prolongar essas prisões, sem justificativa adequada, com o objetivo de forçar delações premiadas".

Sustentam que o ministro "desrespeita pareceres da PGR". "Moraes teria ignorado pareceres da Procuradoria-Geral da República que recomendavam a liberação de presos após os eventos de 8 de janeiro, em clara violação ao equilíbrio institucional entre os poderes."

Alegam, ainda, que o ministro viola prerrogativas dos advogados. "Desrespeitou os direitos e prerrogativas dos advogados, prejudicando a defesa de seus clientes e violando o princípio constitucional do direito à ampla defesa."

A denúncia formal ao Senado é preenchida com detalhes do que os parlamentares definem como "negativa de prisão domiciliar para pessoas com problemas de saúde graves" e a "extensão Indevida das prisões preventivas, o que viola o direito de liberdade e o princípio da presunção de inocência"

Afirmam, também que o ministro "viola direitos políticos de parlamentares, o que representa um ataque ao princípio da separação de poderes" e faz "uso indevido de recursos do TSE" - segundo os deputados e senadores, Moraes teria utilizado dados e tecnologias do Tribunal Eleitoral "de forma inadequada para produzir relatórios paralelos que interferem em decisões do STF".

Em outro trecho do documento, os parlamentares citam "o monitoramento e controle de perfis conservadores nas redes sociais, o que seria uma afronta à liberdade de expressão, além do bloqueio ilegal de contas bancárias da Starlink e desativação da plataforma X no Brasil, com imposição de multas desproporcionais para o uso de VPNs, uma violação às normas de liberdade de comunicação e acesso à informação".

O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, evitou contra-atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diretamente, após ter sido barrado ao tentar subir no carro de som do ex-capitão no ato de 7 de setembro. O empresário citou a Bíblia para poupar Bolsonaro de críticas, comparando a relação de ambos com os personagens bíblicos Saul e Davi.

A passagem que Marçal utilizou para responder perguntas de seus seguidores no Instagram é a dos primeiros reis de Israel, que tinham muitas diferenças, mas eram "ungidos". "O Davi precisa ter paciência para o reinado de Saul chegar ao fim. Enquanto ele tiver chances, eu vou apoiá-lo, porque sei que foi Deus que o levantou", afirmou.

Neste domingo, 8, Bolsonaro divulgou uma nota acusando Marçal de tentar fazer "palanque às custas dos outros". Além disso, o ex-presidente compartilhou no Telegram mensagem dizendo que o empresário é "traidor", "arregão" e "aproveitador". Isso se dá por conta da ausência de uma postura mais contumaz de Marçal contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Nas postagens, Marçal nega que tenha sido barrado pelo ex-capitão de subir no carro de som. Segundo ele, quem o impediu de subir foi o pastor Silas Malafaia, organizador da manifestação. "Se eu soubesse disso, teria ficado em El Salvador. Eu aprendi muito lá a lidar com os criminosos", afirmou o ex-coach.

Na série de publicações (stories) da rede social, Marçal ainda ressalta que não teria feito nada, caso tivesse subido no palanque. Durante o ato, grande parte do público presente usava boné com a letra "M" - símbolo da campanha de Marçal, e até alguns dos candidatos à Câmara dos Vereadores de São Paulo o apoiavam de maneira explícita, como Rubinho Nunes (União Brasil) e Daniel José (Podemos).

"Não é sobre Pablo e Bolsonaro. E sim, sobre a libertação e a prosperidade de um povo", publicou o empresário, que já chegou a criticar o filho do ex-presidente Carlos Bolsonaro, quando o acusou de ser responsável pela derrota do pai para o atual presidente Lula (PT) nas eleições gerais de 2022. No entanto, eles "se entenderam" após interferência do deputado federal Nikolas Ferreira (PL).

Já Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito e candidato oficial de Bolsonaro e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na corrida municipal em São Paulo, participou timidamente do evento. Ele não teve a palavra em nenhum momento, nem seu nome foi citado pelo locutor do carro de som. De acordo com a assessoria, ele chegou a ir embora antes mesmo do discurso do ex-presidente.

Segundo pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira passada, 5, Marçal e Nunes estão empatados, ambos com 22% das intenções de voto.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, de fazer "palanque às custas dos outros" na manifestação de 7 de Setembro, que ocorreu na Avenida Paulista. Marçal foi barrado ao tentar subir no trio elétrico de Bolsonaro após o fim do ato.

"O único e lamentável incidente ocorreu após o término do meu discurso (com o evento já encerrado) quando então surgiu o candidato Pablo Marçal que queria subir no carro de som e acenar para o público (fazer palanque as custas do trabalho e risco dos outros), e não foi permitido por questões óbvias", disse Bolsonaro em nota enviada ao Estadão.

Quando a manifestação estava ocorrendo, Marçal desembarcou de helicóptero, caminhou pela multidão, distribuiu autógrafos para apoiadores e produziu cortes para as redes sociais. Quando ele tentou subir no trio elétrico do presidente, com o evento já finalizado, ele foi barrado.

Em nota encaminhada à imprensa, Marçal afirma ter sido surpreendido pelo impedimento de acesso ao caminhão. "Essa foi só mais uma manobra frustrada dos desesperados que tentaram me silenciar, mas foram calados pelo apoio maciço e caloroso do povo", afirmou.

O organizador do ato, pastor evangélico Silas Malafaia, afirmou que Marçal poderia ter participado, mas chegou apenas após o encerramento por medo do ministro do STF Alexandre de Moraes, principal alvo de ataques durante a manifestação.

Ao Estadão, Malafaia destacou que Ricardo Nunes (MDB) e Marina Helena (Novo), outros dois candidatos à Prefeitura, estavam no trio elétrico. O pastor evangélico disse que o ex-coach tentou "lacrar" com o episódio, fazendo-se de "vítima".

"Esse palhaço pensa que a gente é otário. Ele chegou no final, com o ato já encerrado, e queria subir no trio. Não. Acabou, não sobe. Tanto é que a garota do Novo [Marina Helena] subiu, o prefeito [Ricardo Nunes] subiu. Sabe o que ele quer? Fazer cortes para a campanha dele", disse Malafaia. "O cara fica igual um alucinado, querendo de todas as maneiras lacrar, quer dar uma de vítima, não foi impedido porcaria nenhuma. O evento já tinha terminado. Ele não foi antes porque tem medo do Alexandre de Moraes, é um frouxo", afirmou o pastor ao Estadão.

Bolsonaro afirmou que os candidatos de direita à Prefeitura de São Paulo foram convidados e que Nunes e Marina Helena tiveram uma "conduta exemplar e respeitosa", alfinetando Marçal. "Compareceram desde o início e tiveram uma conduta exemplar e respeitosa, à altura das pautas defendidas: liberdade, anistia e equilíbrio entre os três Poderes", disse o ex-presidente em nota.

A reação de Bolsonaro à alegação de Marçal marca um novo capítulo dos conflitos entre o ex-coach e o ex-presidente. No mês passado, a família Bolsonaro fez ataques ao candidato do PRTB nas redes sociais e o próprio ex-chefe do Executivo desdenhou dele em uma publicação.

Nas últimas semanas, porém, a tensão foi apaziguada, causando tensão na campanha de Ricardo Nunes, candidato formalmente apoiado por Bolsonaro. No ato da Paulista, ambulantes venderam materiais de campanha que apresentavam uma união entre o ex-presidente e o ex-coach, aliança essa que, por ora, não existe.