Petro ironiza e diz para Milei investir em café colombiano após polêmica com criptomoeda

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ironizou o presidente da Argentina, Javier Milei, neste sábado, 15, e sugeriu que ele invista no café colombiano, após o argentino usar as suas redes sociais para promover uma criptomoeda chamada $LIBRA e depois recuar.

"Presidente investidor, o café colombiano está crescendo em preço internacional como nunca antes. E também é vendido por quilo", disse Petro.

E completou: "Não é feito por magnatas vigaristas, mas pelos camponeses de minha terra, é muito bom, tem gosto de paz, tem aroma de beleza e decência."

Postagem de Milei gerou polêmica e foi apagada

Milei fez publicações sobre a $LIBRA no X - antigo Twitter - e no Instagram, na sexta-feira, 14, mas apagou poucas horas depois. Em um post fixado no topo do perfil, o libertário afirmou que a moeda, supostamente criada pela iniciativa privada, seria dedicada a financiar pequenas e médias empresas no país.

Ele também publicou o site da criptomoeda e um QR Code para acessar seu token. Depois do post de Milei, o ativo recém-criado se valorizou exponencialmente e, em seguida, perdeu quase todo seu valor.

Com a postagem do presidente argentino, o valor da criptomoeda cresceu rapidamente. Contudo, pouco depois os detentores originais do ativo, com quem Milei havia se encontrado, começaram a vender rapidamente a criptomoeda, o que fez o valor despencar, fazendo milhares de investidores perderem dinheiro.

Defensores de Milei chegaram a acreditar que a publicação fosse uma fraude ou a ação de algum hacker.

Segundo a assessoria do presidente, de fato, ele publicou a mensagem, mas não está envolvido com o projeto, e apenas deu publicidade à iniciativa para que a população não suspeitasse que ela poderia se tratar de um golpe.

No X, ao excluir a postagem original, o presidente argentino disse que não estava por dentro dos detalhes do projeto, e que, depois de entender melhor, decidiu não divulgá-lo mais.

"Para os ratos imundos da casta política que querem se aproveitar dessa situação para causar danos, gostaria de dizer que cada dia confirma o quão baixos são os políticos e aumenta nossa convicção de expulsá-los", completou Milei.

O episódio despertou a ira da oposição argentina, que promete inquirir o governo sobre o caso no retorno do ano legislativo, no mês que vem.

A Coalizão Cívica promete abrir uma CPI sobre o caso e começa a preparar um pedido de impeachment do presidente.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quarta-feira, 26, que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) classificou os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 como "gravíssimos" e que "não foi um passeio no parque".

As declarações ocorreram durante o seu voto no julgamento da Primeira Turma do STF se recebe ou rejeita a denúncia da PGR contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados de tentarem um golpe de Estado após as eleições de 2022.

"Os crimes praticados no dia 8 de janeiro em relação à sua materialidade, não estamos falando em autoria, ainda, foram gravíssimos", afirmou. Segundo ele, todas as sustentações orais no processo, salvo duas, reconheceram isso. "É muito importante nós relembrarmos, porque existe na ciência o que se chama de viés de positividade. É comprovado que, até por autoproteção, temos o viés de lembrar as notícias boas e esquecer as notícias ruins."

O ministro prosseguiu: "Dia 8 de janeiro de 2023 foi uma notícia péssima para a democracia, para as instituições, para todos os brasileiros e brasileiras que acreditam num País melhor". Na sequência, ele disse que esse "viés da positividade" contribui para a relativização dos fatos e para que "esqueçamos que não houve um domingo no parque".

"Não foi um passeio no parque. Ninguém, absolutamente ninguém que lá estava, estava passeando", declarou. Para o ministro, a denúncia da PGR deve "comprovar materialidade dos delitos" e salientou que esses crimes foram reconhecidos pelo STF em 474 denúncias.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, nesta quarta-feira, 26, que está presente "justa causa" para a instauração de ação penal sobre tentativa de golpe de Estado, ao mostrar vídeos no plenário da Primeira Turma da Corte, com os registros dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

No entanto, ponderou que o recebimento da denúncia em si não representa culpa dos acusados. As declarações ocorreram durante o seu voto no julgamento da Primeira Turma do STF se recebe ou rejeita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados de tentarem um golpe de Estado após as eleições de 2022.

"Não há, portanto, nenhuma inépcia da denúncia, como alegado pelas defesas, porque a descrição fática da denúncia permite o pleno exercício do contraditório, da ampla defesa, não havendo, me parece, com certeza, nenhuma dúvida de todos os requisitos exigidos", afirmou Moraes.

O ministro prosseguiu: "Da mesma forma, está presente a justa causa para a instauração da ação penal. Sabemos que o recebimento da denúncia, além dos requisitos previstos no Artigo 41 do Código de Processo Penal, exige a justa causa, que deve ser analisada dentro do tripé da tipicidade, punibilidade e viabilidade."

Na ocasião, Moraes lembrou que o Código de Processo Penal prevê a necessidade de suporte probatório mínimo para a denúncia avançar. Segundo o ministro, porém, apesar de indícios mínimos e razoáveis, o recebimento da denúncia não representa culpa.

"O recebimento da peça acusatória não representa análise de culpabilidade de nenhum dos denunciados. O recebimento da peça acusatória depende da materialidade dos crimes, que está comprovada, mas não é uma cognição exauriente dos fatos", declarou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerra sua passagem pelo Japão nesta quinta-feira, 27, e parte rumo ao Vietnã. Antes de seguir viagem, o chefe do Executivo brasileiro concederá coletiva à imprensa.

De acordo com agenda oficial da presidência, Lula participará de cerimônia de despedida no Hotel Imperial, em Tóquio, às 10h pelo horário local (22h de quarta-feira, 26, pelo horário de Brasília). Em seguida, às 10h20 pelo horário local (22h20 de quarta-feira pelo horário de Brasília), o petista fará uma coletiva à imprensa.

Às 12h pelo horário japonês (00h de quinta-feira pelo horário de Brasília), Lula parte para Hanói, no Vietnã. A previsão de chegada ao local é às 16h pelo horário vietnamita (6h pelo horário de Brasília).