Israel e Hezbollah trocam ataques em meio à trégua

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Israel e Hezbollah trocaram acusações nesta quinta-feira, 28, sobre violações do cessar-fogo, menos de 24 horas após a trégua entrar em vigor. Militares israelenses bombardearam uma instalação da milícia xiita e realizaram disparos com tanques e drones no sul do Líbano. O Exército alegou que as ações foram contra militantes em movimentações suspeitas. Os libaneses disseram que os alvos eram refugiados que voltavam para casa.

 

Em sua primeira entrevista desde o cessar-fogo, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que, se o Hezbollah não cumprir o acordo, Israel responderá com força. "Se houver violação, não apenas operaremos cirurgicamente, como estamos fazendo agora. Instruí o Exército a se preparar para uma guerra intensa", afirmou.

 

O chefe do Estado-Maior do Exército israelense, general Herzi Halevi, disse que os militares garantirão a trégua "com fogo", para permitir o retorno dos residentes ao norte de Israel. "Esse acordo é o resultado de meses de luta, de trabalho intenso, que resultou na morte de todo o alto comando do Hezbollah."

 

Hassan Fadlallah, deputado ligado ao Hezbollah, acusou Israel de atirar contra refugiados que retornavam para casa. "O inimigo está atacando aqueles que voltam para as aldeias da fronteira", disse. Uma fonte de segurança libanesa também afirmou que o alvo era um grupo de civis. Ao menos duas pessoas ficaram feridas.

 

Resistência

 

O Hezbollah prometeu ontem continuar a resistência e está monitorando a retirada de Israel "com as mãos no gatilho". Nos primeiros comentários desde que o cessar-fogo entrou em vigor, a milícia não mencionou a trégua, mas disse que seus combatentes "seguem prontos para responder os ataques do inimigo".

 

Milhares de refugiados estão retornando para suas casas no sul do Líbano, em meio a declarações contraditórias de autoridades dos dois lados. O presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, principal interlocutor do país na negociação do acordo, disse que os moradores poderiam voltar, enquanto Israel advertiu que o retorno deve ser gradual.

 

Ontem, o porta-voz do governo israelense em língua árabe, Avichay Adraee, repetiu o alerta, insistindo para que os civis não retornem de imediato para regiões onde as tropas operam, afirmando que, quem o fizer, "estará em perigo".

 

Trégua

 

O acordo prevê 60 dias de trégua, que Netanyahu se diz pronto para estender. Para isso, o Hezbollah deve se retirar dos territórios ao sul do Rio Litani, e o Exército do Líbano e as tropas internacionais da missão de paz da ONU (Unifil) devem preencher o vácuo. Os israelenses também recuariam para seu lado da fronteira, o que só vai ocorrer, segundo o comando militar de Israel, quando for avaliado que o mecanismo está funcionando.

 

Desde quarta-feira, o Exército libanês mobiliza soldados e tanques para cumprir sua parte no acordo. Mas, por enquanto, não há sinal de retirada das tropas israelenses. O porta-voz do Exército, Daniel Hagari, afirmou ontem que os soldados mantêm a capacidade de operar no Líbano. "Ainda controlamos as posições no sul do Líbano e nossos aviões seguem operando no espaço aéreo libanês", afirmou. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se recupera da retirada do dreno colocado para tratar o sangramento intracraniano que teve nesta semana. A expectativa é que ele deixe a UTI nesta sexta-feira, 13, a depender das visitas médicas lideradas pelo médico Roberto Kalil FIlho.

Ainda é aguardado um boletim médico do Hospital sírio-libanês de São Paulo após o procedimento. As visitas estão permitidas apenas para familiares, mas Lula conversou com ministros por chamadas de vídeo.

O presidente realizou duas cirurgias nos últimos três dias. A primeira cirurgia foi realizada para drenar um hematoma causado por uma queda em outubro.

Boletim médico divulgado na noite desta quinta, 12, informa que o petista está "lúcido e orientado, conversando normalmente, alimentou-se bem e recebeu visitas de familiares".

Também na quinta, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, fez uma postagem dizendo que Lula estará de volta ao Palácio da Alvorada, em Brasília, em breve. "Ele está muito bem e em breve estaremos em casa, curtindo e sorrindo com nossas filhas de quatro patas, especialmente a dengosa da Paris que, junto com a Resistência e a Esperança, hoje nos representou muito bem na confraternização das trabalhadoras e dos trabalhadores das residências oficiais!", disse a primeira-dama.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria no plenário virtual para condenar o ex-deputado federal Roberto Jefferson. O relator da ação que pode condenar o ex-dirigente do PTB é o ministro Alexandre de Moraes, que pediu nove anos, um mês e cinco dias de prisão ao ex-deputado pelos crimes de calúnia, homofobia, incitação ao crime e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Moraes foi seguido pelos ministros Flávio Dino, Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, decano do Supremo. Cristiano Zanin concordou com a condenação, mas abriu divergência no plenário virtual ao reconhecer a prescrição de dois dos quatro crimes imputados a Jefferson e pedir uma pena menor ao réu, de cinco anos dois meses e 28 dias de prisão.

Segundo Moraes, Roberto Jefferson utilizou recursos do PTB para compartilhar publicações falsas que visavam prejudicar a "independência do Poder Legislativo e Judiciário e a manutenção do Estado Democrático de Direito".

"É completamente absurda que a atuação vil de um ex-deputado federal, que exerceu mandato em várias legislaturas, e ex-dirigente de partido político, com utilização dos recursos recebidos desta organização (não há notícias do réu exercer outra atividade), cause os relevantes e duradouros danos revelados, em completa deturpação da expectativa de filiados e pretensos eleitores, através de violação dos princípios constitucionais consagrados no Brasil", disse o relator.

O PTB foi extinto ao se fundir com o Patriota para a criação do PRD. A fusão foi aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em janeiro deste ano.

Roberto Jefferson teve sua prisão domiciliar revogada em outubro de 2022, às vésperas da eleição presidencial daquele ano. O ex-deputado resistiu com violência à operação da Polícia Federal, lançando granadas e realizando disparos de fuzil contra os agentes da corporação. Naquele momento, Jefferson integrava a "tropa de choque" do então presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorria à reeleição.

Antes, Jefferson integrou a base do ex-presidente Fernando Collor. Em 2005, ficou nacionalmente conhecido ao ser um dos principais delatores do escândalo do mensalão, esquema pelo qual foi condenado e teve os direitos políticos suspensos.

O plenário virtual do Supremo é a modalidade em que os ministros emitem seus votos no sistema eletrônico da Corte, sem se reunir no plenário. O prazo para o registro dos votos do caso Jefferson é até a noite desta sexta-feira, 13.

Levantamento feito pela Genial/Quaest, divulgado nesta sexta-feira, 13, aponta que 51% dos entrevistados acreditam que houve uma tentativa de golpe por parte de militares e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Outros 38% disseram não acreditar.

Em novembro, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa general Braga Netto, o ex-chefe do GSI general Augusto Heleno, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e mais 33 investigados nas Operações Tempus Veritatis e Contragolpe.

Os agora 40 indiciados estão ligados à tentativa de manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições 2022. O plano da suposta organização criminosa previa até o assassinato do presidente Lula, de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O relatório está sendo analisado pela PGR.

A pesquisa da Quaest ouviu 8.598 brasileiros com 16 anos ou mais, entre os dias 4 e 9 de dezembro. A margem de erro é de 1 ponto porcentual, com nível de confiança de 95%.

A análise mostra que entre eleitores de Lula, no segundo turno das eleições de 2022, a porcentagem de pessoas que acreditam que houve uma tentativa de golpe é maior, de 61%. Já entre os que votaram em Bolsonaro, o número cai para 39%.

Veja os resultados:

Acredita que houve uma tentativa de golpe contra Lula por parte dos militares e Bolsonaro?

Sim - 51%

Não - 38%

Não souberam/Não responderam - 12%

Entre os que votaram em Lula em 2022:

Sim - 61%

Não - 28%

Não souberam/Não responderam - 11%

Entre os que votaram em Bolsonaro em 2022:

Sim - 39%

Não - 51%

Não souberam/Não responderam - 10%

Entre os que votaram branco, nulo ou não votaram:

Sim - 46%

Não - 39%

Não souberam/Não responderam - 15%